blood

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Pedro pov's

Meu corpo se contraiu, meus olhos se lotaram de lágrimas de ódio, e medo. Por um lado eu me arrependia de ter jogado o liquido no homem, e por outro me orgulho. Estava eu tentando medir as consequências, quando notei aquele olhar maldoso do Henrique sobre os meus olhos. Ele apertava as cartas das mãos, com odio que eu nunca tinha visto antes. Meu corpo tremeu, me apoiei no balcão pra nao cair no chão. Não sabia o que fazer já que o que eu acabei de fazer foi a consequência pra todos do local fitarem os olhos maldosos sobre mim.

Henrique: vem! - Henrique ordenou me puxando pelo braço até a saída do local.

- Me solta, tá doendo - me ignora - por favor - me ignora de novo - HENRIQUE ME SOLTA!! - praticamente berro.

Henrique: olha aqui menino de merda - aponta o dedo na minha cara, mas ainda segurando meu braço forte - quem você pensa que é pra acompanhar de noite - creio que nessas alturas eu já consiga ver fumaças saindo pela cabeça do Henrique - e ainda fazer barraco na frente de toda essa gente? - ele fala com raiva. O corpo quente, soado, não conseguia formar uma frase direito. E eu só fiquei calado, por que tudo que eu falasse poderia ser usado contra mim, e eu realmente não queria mais consequências pra mim.
Ainda apertando meu braço fomos até o carro, onde eu permaneci quieto, e Henrique resmungava coisas de ódio que me deixavam extremamente medroso. Então resolvi responde-lo em uma delas.

- Você não tem vergonha do que faz? - pergunto - você quer se achar o machão, Henrique - olho pra ele que mirava a rodovia já escura - você é um drogado de merda - meus olhos lotam de lágrimas - que me agride - choro - que me usa pra ter amigos.. - passo a mão no meu rosto - que abusa da minha bondade pra ter o que quer. Henrique, você não era assim.. - deixo por assim só. E agradeço mentalmente por ele não ter tido nada, embora fosse mais assustador do que se ele dissesse. Chegamos em "casa", na hora de descer imaginei que ele não viria. Quando foto a janela do carro percebo um lugar diferente. Parecia um ginásio abandonado, tinha umas tralhas na frente, e muita sujeira.

- O que a gente tá fazendo nesse lugar - me ignora, já estou perdendo a paciência - Henrique? - cutuco ele que dá um pulo, segurando meu pescoço fortemente, me fazendo ficar assustado, e sem reação.

Henrique: eu juro que se você abrir a porra dessa boca, eu vou te matar! - ele solta meu pescoço e abre o carro descendo dele e indo em direção a entrada desse lugar onde estávamos. Sozinho dentro do carro que ficou trancado. Então começo a gritar, onde provavelmente ninguém iria me escutar, grito tão alto e choro tanto que depois de um tempo acabou desistindo.

Eu estava com medo, estava sozinho, no escuro, com um homem que não era mais meu namorado, e estava muito longe de ser quem eu conheci no início de tudo. Era difícil de acreditar nessa mudança dele, que alguém tão gentil se transformou em um monstro de setembro cabeças. Senti medo, senti frio, senti a angústia de ser abandonado por quem eu amava. Sim amava, não amo mais, ele é só estranho.

...

Depois do carro eu não lembro de mais nada. Simplesmente vi alguns caras, junto a Henrique vindo na minha direção e depois nada mais. Acordei deitado em um quarto de hotel, tinha sangue em volta de mim, muito sangue. Minha intimidade doía, meu corpo tinha marca de mordidas, doíam muito, minhas pernas roxas, meu pescoço dolorido, minhas roupas rasgadas pelo chão. Quando me sentei na cama, não pude suportar a dor que senti na minha intimidade. Era de gritar, e o fiz. Gritei tão alto, que até da outra esquina era provável de escutar. Meu corpo estava com marcas de mãos, de mordidas, de dedos.. e então deduzi que Henrique, e mais pessoas, homens sujos e incrédulos abusaram de mim. E então cai em lágrimas, creio que eu tinha total direito de chorar e implorar por cuidado. Não sabia exatamente pra quem ligar.

O que me restava era o telefone do hotel, que quando eu vou procurar ele noto que não existia se quer algum aparelho eletrônico. E que talvez nem em São Paulo eu estava agora. O que me restou foi vestir minhas coisas rasgadas e sair em busca de ajuda. Embora eu estivesse mais trêmulo que o normal, por minha intimidade estar totalmente machucada, minha vontade de pedir por socorro era maior do que qualquer dor.

Assim que consigo chegar até o banheiro, noto um pedaço de papel em cima da pia. Coisas de Henrique.

"Se você tentar escapar, ou me acusar pra alguém, seus amigos e o bosta do seu namoradinho, vão sofrer consequências. Ass: H.C"

Meu corpo gelou, e então eu caí, batendo a cabeça no vaso sanitário, e apagando.

....

Depois daquele dia, eu não sei o que aconteceu comigo. Talvez eu estivesse traumatizado, com tudo o que sofri só pra mim. Me recusei a sair, me recusei a se quer pedir comida. Não tinha fome, não tinha vontade de sair. Estava doente de medo em casa. Qualquer estralo que o chao dava já era motivo de me estremecer e ficar com medo. Eu só sabia chorar, já fazia uma semana que eu estava nesse estado deplorável. Jão me ligava, batia na porta, e eu não podia contar. Não queria e nem podia deixar ele sofrer nas mãos do Henrique, isso e coisa minha. Mas em um dia, não consegui me conter. Era noite, passava das duas da madrugada, acordei tendo um pesadelo terrível. Tentei chorar e ficar mais calmo, mas nada controlava minha vontade absurda de ver Jão. Sem pensar duas vezes, corri pra sua casa, a qual era do lado da minha. Bati inúmeras vezes até obter resposta, e nada.

- JAAAO - grito chorando na frente da sua casa, igual um doido.

Continua...

E aii? O que vocês acharam desse capítulo pesado??

- L.

DEAR BEST FRIEND-PEJÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora