A segunda guerra mundial matou mais de vinte milhões de pessoas, mesmo sendo um número grande, Sasuke tinha apenas um que fez seu coração se partir dia após dia ao início da segunda guerra mundial.
Naruto era sua inspiração, Naruto era o dono do seu...
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Sasuke despertou sem entender de fato como adormeceu no chão do seu ateliê, olhou para o teto branco e gasto, com dificuldade se sentou e olhou ao redor.
A tinta!
A tinta azul que antes ele usava para pintar mais uma vez os olhos de Naruto estava caída no chão, seu pincel um pouco distante do seu corpo, algumas folhas amassadas por sua provável queda.
— Você está morrendo! — A voz ilusória de Naruto fez Sasuke olhar ao redor, ele quase nunca o via, mas, sempre escutava seus sussurros, quando como se fosse uma conversa.
— Não tenho tamanha sorte! — Sasuke sabia que a tinta o envenenava lentamente por conta do chumbo usado em sua composição, mas, somente aquela tinta tinha a cor exata dos olhos turquesa que Naruto um dia carregou.
— Deveria procurar um médico...
— Caso faça isso, serei medicado e pararei de ouvi-lo... não me peça para te deixar meu amor, seria minha ruína e tortura! — Ele quase implorava, era como nas noites que se embebedava de vinho para então ter o vislumbre distorcido do sorriso doce que sempre pertenceu a Naruto.
Com dificuldade, o Uchiha se pôs de pé, olhando ao redor e vendo que em cima de sua mesa, o diário ainda repousava com suas páginas abertas, o Uchiha não queria fazer mais nada, apenas ler o que Naruto escreveu para si.
Com as pernas ainda fracas, caminhou até estar diante da mesa, levou sua mão esquerda até o encosto da cadeira e a puxou, quando se sentou teve que se acomodar de uma forma que ficasse minimamente confortável, apoiou os braços na superfície de madeira e aos poucos, retomou a leitura.
"Outubro de 1939
Acredito que entramos no mês do meu aniversário, mas não quero colocar uma data errada, sinto que isso faria você me achar burro! A última coisa que quero, é te decepcionar... meu amor, hoje demorei um pouco para me lembrar de sua doce voz, forcei minha cabeça até às vezes que te ouvia cantar enquanto deslizava seu pincel pela tela em branco.
Tenho medo de que isso aconteça com você! Tenho medo de que já tenha esquecido minha voz, tenho medo de que esqueça meu rosto, meus olhos que sempre amaram acompanhar cada movimento que você fazia. Me sinto tão egoísta por desejar que nunca me esqueça, penso que talvez isso cause sofrimento a você, mas não posso mentir para você, desejo que lembre-se de mim, peço para que lembre de como sempre sorri ao ver você chegando.
Meu doce Sasuke, já tive sonhos com você, alguns posso considerar impróprios, mas, eu te beijava neles, nos beijávamos à luz do luar, você dizia me amar, dizia estar completamente apaixonado por mim e quando eu despertava, o via ali tão próximo a mim.
Penso o que fiz ao universo para que ele me desse tamanho sofrimento, mas também penso o que fiz para ele me dar tamanha sorte em ter conhecido você! Não penso nas vezes que perdemos uma oportunidade de dizermos nossos sentimentos, porém, penso nas vezes que poderia ter tocado seu rosto por mais tempo, nas vezes que poderia ter te entregado mais flores do que aquele simples e solitário Jasmim, queria ter lhe feito um buquê cheio e repleto de rosas, cada uma delas diria a você o quanto te amo e como pensei em você ao recolher cada uma delas.
