Oui m'dame

13:30h

A primeira vez que vi Catharine eu tinha quinze e ela também. Estava com minha mãe e meu pai. Era um dia de jogo de polo.

- Erick! - exclamou senhor Martin, com um sorriso branco vindo em nossa direção - estou muito feliz que tenha vindo! Lena, Laurie - ele se inclina em sinal de cordialidade - eu e Jonh estamos escolhendo nosso jokers para apostar, junte-se a nós.

- Claro - meu pai vira em direção a minha mãe e envolve a lateral do seu rosto com mão - Lena, querida logo retorno, não irei demorar,

- Tudo bem, divirta-se, mas não exagere! - diz minha mãe com um sorriso complacente no rosto, meu pai beija sua testa, passa mão na minha cabeça e sai andando com senhor Martin.

Meus pais eram assim, como se fossem tudo que faltava no outro, eram duas metades que dançariam juntas por toda vida e até alem, eles eram tudo, tudo.

- Filha, pegue algo para tomar, o sol esta quente, você ira ficar desidratada - minha mãe disse com aquele olhar como quem diz, não questione, então concordei com a cabeça e fui em direção a mesa.

E lá estava ela debruçada sobre a mesa, com o cabelo curto, loiro perfeitamente alinhado, ela levanta a cabeça e me olha com os olhos verdes sarcásticos mais bonitos do mundo.

- Quem é você? - ela franze a testa e me olha de cima a baixo 

- Sou Laurie Petit, e você quem é? - nosso olhares se cruzam mas ambas não desviam

- Petit? filha de Erick Petit? - ela se levanta da mesa - nossa as velhas do chá de sexta-feira não fazem jus a sua beleza mesmo - ela me olha de baixo para cima e sorri.

- Que velhas? - eu digo meio ignorando seu elogio, nunca nenhuma garota me disse isso antes.

- Miss Nicole e suas amigas fofoqueiras - ela se encosta na mesa de frente para mim e cruza os braços que me parcem fortes. - já escolheu um joker para torcer?

- Não, não ligo muito para dizer a verdade - me escoro na mesa ao seu lado, e simplismente não consigo tirar meus olhos dela nem só por um instante.

- hum, seu cabelo é muito escuro - ela pega uma mecha do meu cabelo e contorna a onda com os dedos.

- É - o nosso olhar sobe e se encontra.

Nosso olhar se encontra não de uma maneira desconfortável, como geralmente acontece comigo, mas consegui me ver dentro dos seus olhos, e consegui sentir meu coração batendo como se eu tivesse acabado de correr bastante. Até hoje não sei como ela se sentiu nesse ocorrido mas eu me senti como se minha espinha descolasse do meu corpo.

- Catherine! onde você estava? - ela solta meu cabelo e quebra bruscamente o contato visual, me deixando como um cego sem muleta.

- Me desculpe, mãe acabei encontrando a filha do senhor Martin, e achei prudente me entrosar com a filha do novo sócio de meu pai - ela diz isso com um sorriso no rosto e se desencostando da mesa, sua mãe parece muito satisfeita com a explicação.

- Você é Laurie então? como é parecida com sua mãe, sou a senhora Martin. É um prazer te conhecer querida - ela me diz com uma feição tão gentil, um sorriso branco com um cabelo quase branco.

- Igualmente, ouvir falar muito bem da senhora - me desencosto da mesa e lhe oferto meu melhor sorriso.

- Você é adorável, mas temos que retornar ao nosso acento o jogo logo começará, até mais ver Laurie - ela sorri e leva Catherine junto.

Antes de se afastarem Catherine olha para trás para ter certeza se eu estava a olhando.

 Obvio que eu estava.