XIV. Melancolia

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Cheguei com mais um e, por favor, não me crucifiquem, vocês sabem que eu adoro um draminha, mas eu prometo dias de glória. Nesse e nos próximos capítulos vocês entenderão um pouco mais da estrangeira e porquê ela age como age, mas vamos com calma... Pro capítulo de hoje temos a música I Found - Amber Run (link da playlist no Twitter @_gabtt_).

Boa leitura, amores!

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[Dias atuais]

Na fatídica noite, ninguém conseguiu fechar os olhos. Todos buscavam desesperadamente uma resposta, um nome, uma pista, qualquer coisa que pudesse explicar o que aconteceu. Said tentava acalmar sua mãe com um chá reconfortante, enquanto Rami e seus homens investigavam freneticamente em busca de qualquer vestígio. No entanto, Simone parecia estar em estado de choque diante dos acontecimentos.

Enquanto as batidas do coração de Soraya começavam a se acalmar após a adrenalina, sua mente mergulhava em um caos interno. Ela avistou Simone sentada em um canto afastado da sala, no degrau da escada, e sentiu um impulso de se aproximar, mas seus pés pareciam enraizados no chão. Sua mente ecoava pensamentos cruéis, acusando-a de indignidade e falta de mérito para estar ao lado de Simone. Uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto, enquanto ela reconhecia a verdade: não merecia qualquer afeto ou a presença de Simone. Era injusto continuar machucando-a com seus jogos e manipulações. Deixaria Simone em paz, era o certo a se fazer, antes que tudo piorasse.

No dia seguinte, o sol nasceu, mas trouxe consigo uma aura sombria que pairava sobre todos na casa. Soraya acordou com um peso no peito, sabendo que o dia traria mais desafios emocionais. Ela se levantou da cama com um nó na garganta, relembrando as palavras cruéis que ecoavam em sua mente na noite anterior. A ideia de se afastar de Simone, mesmo que fosse para protegê-la, a corroía por dentro.

Ao descer as escadas, Soraya avistou Simone na sala, ainda perdida em seus próprios pensamentos. O coração de Soraya se apertou ao ver a expressão abatida no rosto da mulher.

— Oi, você pode conversar? — Simone perguntou olhando para um ponto fixo da parede.

— S-sim. — Soraya respondeu.

— Por que você ficou estranha depois de ontem? Quero dizer, todo mundo está estranho, óbvio, mas você ficou estranha especificamente comigo. — Simone questionou, sendo completamente direta.

— A gente pode conversar em um lugar mais reservado? — Soraya disse, pois alguém poderia chegar ali a qualquer momento.

Simone assentiu e as duas saíram para a parte externa da casa, sentando-se nos puffs que ali haviam.

— Eu não queria encher sua cabeça com essas coisas no meio dessa confusão, realmente não é justo que você esteja passando por tanta coisa e ainda tenha que lidar com... nós. — Soraya disse, evitando o contato visual com Simone. Não queria tornar a situação mais difícil do que já era.

— Eu preciso saber, Soraya, eu preciso de coisas esclarecidas, acho que já chega de coisas confusas pra mim. — Simone disse e Soraya quis com todas as suas forças lhe abraçar.

— Não podemos continuar isso, Simone. Sei que talvez eu esteja sendo irresponsável com você e você tem todo direito de me odiar, mas não podemos. Infelizmente isso aqui tem prazo de validade, eu vou voltar pro Brasil, pra minha vida, você agora é noiva, eu sou casada. Me desculpa por te meter nessa confusão. Me desculpa mesmo! — A cada palavra que pronunciava sentia como se uma espada estivesse sendo enfiada em seu coração.

As fronteiras que nos unemDonde viven las historias. Descúbrelo ahora