As fronteiras que nos unem

XV. Decisões

Gente, peço desculpas pelo atraso de um dia, mas ontem tive um imprevisto e não consegui postar. Dito isso, aqui está mais um capítulo babadeiro pra vocês.

As músicas de hoje são Ocean - Karol G e Cinnamon Girl - Lana del Rey, nos momentos indicados (link da playlist no Twitter @_gabtt_).

Boa leitura, amores!

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Felipe retornou à mansão por volta de 1h da manhã, esperando encontrar Soraya na cama, mas ao entrar no quarto, se surpreendeu. Soraya estava sentada na varanda, adormecida, com uma garrafa de whisky ao seu lado e o celular ainda ligado em sua mão.

Com cuidado para não assustá-la, ele se aproximou na tentativa de acordá-la gentilmente. Ao ver o celular, notou que estava na conversa com Gabi e uma mensagem não enviada chamou sua atenção. Ao ler as palavras de Soraya, Felipe sentiu como se um soco tivesse sido desferido em seu estômago. A raiva e a decepção borbulharam dentro dele.

23h58 Soraya: Gabi, cometi o maior erro da minha vida. Me iludi ao pensar que o dinheiro e o poder poderiam esconder a lembrança dela, mas agora vejo quão ingênua fui. Não se apaga alguém que se tornou parte de nós, alguém tão inesquecível como a Simone. Cada parte de mim precisa de sua presença, sentir novamente o toque de seus lábios nos meus, me perder em sua voz enquanto ela me conta sobre suas paixões e sonhos. Subestimei os sentimentos, apenas para agora me encontrar sem rumo nas correntezas que ela desencadeou em mim.

Cada palavra que Felipe lia era como uma faca perfurando sua alma. A raiva e a decepção fervilhavam dentro dele, ameaçando consumi-lo por inteiro. Ele recuou, deixando o celular de Soraya de lado, enquanto lutava para conter as emoções tumultuadas que o dominavam.

— Desgraçada! Essas filhas da puta vão ter o que merecem! — Felipe esbravejou. — Pensa, pensa!

Em seu íntimo, culpava Simone por ter despertado esses sentimentos em Soraya, assim como culpava sua esposa por ter cedido, quando a única coisa que ela não podia fazer era se apaixonar. A raiva crescia dentro dele, transformando-se em uma tempestade que ameaçava o encharcar por completo.

— Acorda, Soraya! Vem pra cama. — Felipe disse ao voltar para a varanda, mas antes, bloqueou o celular da mulher para que ela não desconfiasse de nada.

— Hmmm. — Soraya despertou e assustou-se com o estado em que se encontrava.

Felipe acomodou Soraya na cama com cuidado, ainda lutando para processar a traição que acabara de descobrir. Mesmo que sua vontade fosse confrontá-la naquele instante, ele sabia que precisava de tempo para organizar seus pensamentos, para decidir como lidar com essa situação.

Enquanto Soraya adormecia mais uma vez, ele se afastou silenciosamente, deixando o quarto e trancando a porta atrás de si. Mesmo que se esforçasse, sabia que não conseguiria se deitar na mesma cama que Soraya depois de tudo isso.

Caminhando pelos corredores vazios da mansão, Felipe se dirigiu ao jardim, onde a noite oferecia um refúgio solitário e sentou-se em um dos bancos.

A cada respiração, a raiva e a decepção se misturavam dentro dele, uma tempestade furiosa que ameaçava consumi-lo por completo. Ele fechou os olhos, tentando encontrar clareza em meio ao caos emocional que o rodeava.

— Insônia? — Felipe ouviu uma voz conhecida e virou para trás para olhar, era Zaha, a irmã de Khaled.

— Um pouco e você? — Felipe questionou em inglês e a mulher aproximou-se dele, ainda ficando em pé.