X | Noite do medo

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Aurora

Ao sair do hospital, vou em direção à garagem e pego meu celular pelo bolso do meu jaleco hospitalar

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Ao sair do hospital, vou em direção à garagem e pego meu celular pelo bolso do meu jaleco hospitalar. Há uma série de notificações de mensagens de Amber e Winter, avisando para que eu tome cuidado ao voltar para casa. Solto um sorriso ao notar a diferença entre as mensagens: Winter escreve de uma forma que lembra uma irmã que finge não se importar muito, mas ao mesmo tempo mostra seu amor, enquanto Amber parece uma mãe apreensiva. Enquanto lia as mensagens, senti como se alguém estivesse me observando. Apesar da sensação estranha, eu a ignorei. Já passava das 2 da manhã. Pensei em ligar para ambas, mas provavelmente estavam dormindo, então achei melhor não ligar.

Pego as chaves e começo a brincar com elas enquanto me encaminho em direção ao carro. Aperto o botão das chaves, ecoando o som pelo estacionamento, e em seguida abro a porta, mas sinto de repente mãos se sobrepondo aos meus lábios, me impedindo de gritar. Percebo os lábios de alguém se aproximando do meu ouvido.

- Não grite, por favor. - uma voz ofegante e rouca sussurrou.

Gaguejo.
- Mais que.. - Uma sensação de desconforto invade meu estômago, e sinto as lágrimas começaram a embaçar meus olhos.

- Céus - ele negou suavemente, aplicando pressão em minhas costas - Não, não é isso.. - um grunhido de dor escapou dele - Você não tem envolvimento, mas preciso que faça algo - Com gentileza, ele colocou suas mãos sobre meus ombros e me virou delicadamente para encará-lo. Seus cabelos castanhos estavam úmidos pelo suor que escorria em seu rosto. Vestígios de sangue manchavam seu maxilar e lábios; ele aparentava ter cerca de 25 anos. Fitando seus olhos castanhos nos meus, ele diz:

- Sabe lidar com isso não é? - Ele pergunta. Sua arma está pressionada no meu ombro, e ela esta quente.

Analiso a ferida em seu braço esquerdo e, região abdominal abaixo da costela, enquanto o sangue escorre pela blusa cinza, exibindo ao seu peito robusto. Sinto um calafrio de medo percorrer meu corpo, minhas mãos estão trêmulas e suadas. Ele toma o celular suavemente das minhas mãos e o guarda no bolso da calça jeans preta. Me seguro para não entrar em desespero e ele percebe.

- Eu não posso - Pauso. - Não estou com meus equipamentos.

Ele xinga, e volta a olhar em meus olhos.
- Claro que pode. Pelo seu bem.. é melhor fazer o que tô pedindo. - So consigo pensar que eu deveria ter ido junto com Winter quando ela fazia defesa pessoal, não estaria passando por isso agora. Lágrimas escorrem sobre o meu rosto. Mesmo baleado e debilitado, permanece em pé.

- Ou o que? Vai me matar?

- Provavelmente - ele consente.

Meu coração para.
ele está me fuzilando com os olhos. Se ele não fizesse isso, pelo seu rosto eu diria que ele parece uma boa pessoa. Eu tenho certeza que as câmeras de segurança gravaram o seu rosto. Pelo menos se eu sumir, vão saber por quem fui sequestrada..

𝑽𝒐𝒔𝒔𝒂 𝒆𝒍𝒆𝒈𝒂̂𝒏𝒄𝒊𝒂Where stories live. Discover now