Capítulo 42

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Leão

Eu tava extressadão, bagulho doido irmão, não tem condições do tanto de caô que aconteceu nos últimos dias. Tava foda me dividir em dez pra resolver tudo.

Meu pai saiu pra uma missão junto com o mano laranjinha, demorou  maior cota muito mais do que eles acharam e ficaram um tempão fora. Mas graças a deus chegaram e assim que meu plantão acabou vim correndo pra casa.

Tava com uma saudade da minha preta. Bagulho de outro mundo, tava me apegando mesmo e eu não gostava dessa parada, porque toda vez que eu sentia isso me dava um medo do caralho de ter que passar por tudo de novo.

Quando eu era novo pra caralho conheci a Mariane, me apaixonei a primeira vista mané. Queria dar o mundo pra ela, mas depois de algum tempo que a gente ficava eu disse que queria assumir, bagulho de ficar fechado com ela, 10/10 e ela deu pra trás e terminou tudo.

Desde esse dia criei um ódio dela, não podia nem ver perto e pra piorar tudo ela começou a ser amiga da minha mãe, aí fudeu tudo. Ela sempre tava perto ou arrumava um jeito de ficar perto de mim, como eu era um otário acabei ficando com ela de novo e de novo.

Ela veio com um papo de progresso pra mim, falando que queria um recomeço, que agora ia fechar dez a dez comigo e eu caí no papo feito um trouxa.

Até que um dia ela me ligou, disse que tava passando mal na pista  e que tinha conseguido chegar num hospital, pra completar me disse que a médica tinha examinado ela, que tava com uma gravidez de risco. Nessa hora a neurose bateu legal, passou mil coisas na minha cabeça e de cara pensei que ela ia perder meu filho.

Sai voado pra pista, sem escolta nem segurança. Só fui encontrar ela e no caminho a neurose batendo e eu só olhava pra o céu e pedia a Deus que não tirasse o meu moleque de mim.

Quando cheguei no hospital, disse o nome dela e quando entrei no quarto ela estava sentada, mas a minha maior surpresa foi ela tá vestida com a farda da polícia federal.

Ela olhou pra mim e disse que eu era um idiota, que ela nunca iria criar um filho meu, não ia carregar na barriga um "bandidinho de merda". Eu teria matado ela, pode ter certeza que era exatamente o que eu teria feito. Mais de dez policiais me cercaram e deram voz de prisão.

Mas tarde na cadeia descobri que ela está sim grávida de um filho meu e que ela fez um aborto porque não queria um filho de um favelado.

Desde esse dia eu me fechei. Não quis mais ninguém na minha vida. E aí apareceu a Ana Beatriz, uma mina firmeza, mas eu não consigo confiar.

Reconheço que pisei na bola com ela, agora eu tô tentando ter uma vida sossegada. É foda pô, tenho um carinho por ela, gosto de ter ela comigo e tenho um tesão do caralho por ela.

Talvez o tempo me ajude a gostar dela, a aceitar esse bagulho da confiança e dar a porra do mundo que ela tanto merece.

Desci da moto e tentei pensar no presente, mais assim que cheguei no portão de casa meu rádio tocou.

Alemão: Tenho uma parada séria contigo, cola aqui em casa agora. - meu pai falou sério.

Leão: Qual é a fita? - perguntei cansado.

Alemão: o bagulho é sério, cola aqui agora- falou rápido e desligou.

Dei meia volta e parti pra a casa dele que era ali perto. Assim que cheguei achei que tinha entrado na casa errada, tava um silêncio do caralho.

Tava meio pai e minha mãe na sala, dona Agatha me olhou com uma cara de choro e meu coroa tava sério pra porra.

De uma coisa eu tinha certeza:

"Fudeu parceiro"

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Boa noite princesas ❤️

LEÃO Where stories live. Discover now