cap 14. foi tudo a porra de uma aposta?

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Eliza Reis

- Matteo, não precisava ter batido no cara.- falei seguindo o Matteo que entrava numa sala vazia.

- ah Eliza, e você queria que eu fizesse o que?- disse se virando pra mim

- não sei, mas não precisava ter agredido Matteo. - me aproximei

- ah por que? Você queria ter ficado com ele?- falou alimentando o tom de voz

O sangue dele tava claramente fervendo.

- Claro que não Matteo

Como ele podia pensar assim

Eu só não gosto de agressão

Lembra meu pai...

Eu não gosto de lembrar dele. Eu odeio lembrar dele. Eu odeio ele.

- Eliza - falou se aproximando e colocando suas mãos nos meus braços.

*Flashback*

- Eliza - falou o homem que era meu próprio pai colocando suas mãos grandes nós meus braços.- CADÊ A PUTA DA SUA MÃE?

Ele tava procurando ele pra bater nela...

Como sempre.

Todo dia a mesma coisa.

A minha mãe escondia eu e meu irmão e se escondia dele.

*Flashback*

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

A minha única reação foi empurrar o Matteo e correr pro banheiro, enquanto ele me olhava confuso.

Não muito diferente do que eu fazia.

Correr, fugir.

Eu nunca nem tive coragem de defender a minha mãe. Minha própria mãe.

Entrei no banheiro apoiando minhas mãos na pia, me olhando no espelho.

Eu sentia que meu coração ia sair pela boca.

Sentia minha respiração desregulada.

Ouvi o som de uma notificação do meu celular, então peguei o mesmo desbloqueando.

Era uma mensagem de um número anônimo.

Era um vídeo...

Nele o Matteo apostava fazer eu me apaixonar por ele.

Foi uma aposta?

Foi tudo uma aposta?

Uma mentira.

Foi tudo mentira.

Ouvi batidas na porta.

Matteo.

Virei minha cabeça olhando pra porta ouvindo ele me chamar.

Eu só conseguia sentir ódio.

Fui até a porta e abri com brutalidade.

Meu sangue fervia como se eu pudesse explodir.

- FOI A PORRA DE UMA APOSTA? - gritei na cara do Matteo mostrando o vídeo.

- Eliza...- ele me olhou com um olhar...

Culpa.

Era culpa.

Culpa, culpa e culpa.

- O QUE MATTEO?

- não foi bem assim tá, eu posso explicar - disse tentando se aproximar.

- NÃO TOCA EM MIM MATTEO- Falei me afastando e deixando uma lágrima escorrer.

- MATTEO EU CONFIEI EM VOCÊ! EU CONFIEI EM VOCE!

- ELIZA, ME ESCUTA

- NÃO MATTEO

- Eliza por favor...

- não Matteo. Agora quem vai escutar é você. Eu nunca senti nada assim por ninguém, e quando acontece... é uma mentira...a porra de uma mentira.

- como eu fui tão burra em confiar em você? E foi tudo uma mentira. Não passou de uma mentira.

- Eliza, não foi assim...

- como não Matteo? Tá no vídeo, e o seu olhar de culpa.- falei apontando o dedo na cara dele.

Eu odeio ele.

Eu odeio ele por fazer eu me sentir assim.

Eu simplesmente odeio ele.

Eu só queria nunca ter conhecido ele.

- vai se foder Matteo. - terminei de falar passado por ele, deixando as lágrimas caírem.

Eu nunca senti isso.

É um sentimento tão horrível.

Eu só queria parar de sentir isso.

Continua...

 Amor no ódio.Onde histórias criam vida. Descubra agora