Renascer

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Desabafo de/para mentes profundas

Às vezes, me pergunto se o tempo do profundo existe. Às vezes, me pego, em meio à brisa, lembrando em que momento esse tal tempo surgiu. Não encontro resposta. Não encontro nada que me agrade. Fui eu o criador deste tempo, que não sei se existe? Que não sei se sou eu? Se há mais tensão em mim? Ou se, na verdade, nada disso é meu? Eu já não sei mais nada sobre mim, sobre a vida, sobre o que me cerca. Talvez o que eu precise seja renascer.

Renascer da terra, da água, do sol, da lua, das estrelas, do universo. Renascer deste mundo que diz ser meu. Mas como posso me enganar e mentir tanto sobre o tempo, se nem eu me preocupo com ele? Já não tenho mais esperança em viver o que não vivi, ou viver o que nunca viverei. Eu já não tenho mais o mérito de ter uma vida séria.

Durante todos esses mil e mil anos de vida, de existência, de descobertas, de experiências, de aventuras, eu vivi somente o que achei que existia, em minha pequena bolha de mundo, da qual nunca fui capaz de sair.

Ser capaz é uma palavra que não nos pertence, não é de nosso... não é de nosso caráter.

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