Não sou capaz de mentir e não o faço quando digo que sequer me lembro de como era minha vida antes de conhecê-la. Antes de sentir seu perfume doce, de passar minhas mãos por seus longos cabelos, antes de ser hipnotizada por seu olhar magnético. De t...
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O RESTANTE DA SEMANA é como uma tortura sem fim. É a primeira vez que não resolvo nada relacionado à formatura desde que topei participar do comitê. Não por opção, mas sim porquê Logan sequer passa por perto de mim.
Jamais vi alguém colocar tanto esforço em evitar outra pessoa, não da mesma maneira que ela está fazendo comigo. Quando eu me aproximo, ela se afasta completamente, não responde nenhuma das minhas mensagens, ou ligações, e tive que recorrer a deixar bilhetes em seu armário, e mesmo assim, não obtive resposta alguma.
Não consigo identificar se Logan está realmente envergonhada, ou com raiva, ou triste pelo acontecimento na última segunda-feira. Talvez os três. Talvez ela esteja ainda mais irritada devido às minhas tentativas falhas de contatá-la. Independente disso, não meço esforços para tentar seguir os meus dias da maneira mais sã possível, tentando não mostrar o quão abalada estou por ter a magoado tanto. Algo que eu jamais planejei fazer.
— Você é tão coitadinha. — ouço Dina murmurar no meu ouvido, enquanto balança os pés para cima.
Estamos no meu quarto, deitadas na cama, enquanto procastinamos o dever que temos que fazer. Hoje é dia 20 de Março, o que significa que acontece o Equinócio de Outono, ou seja, um dos dias que eu mais aguardo no ano, simplesmente para dizer adeus ao inverno, porém estou trancada em casa, cheia de lição para fazer, e ainda estou encucada com o fato da minha (não tão nova) amiga não estar falando comigo.
— Não é minha culpa se as coisas não tem dado muito certo para mim. — Encolho minhas pernas, abraçando-as contra meu peito.
— Veja pelo lado bom — Dina cutuca meu ombro, com sua unha quase- quebrada — Pelo menos você está viva.
— Não estou vendo vantagens.
Seu queixo cai, e ela me dá um tapa no braço, deixando a marca vermelha da sua mão em meu braço pálido.
— Credo, garota! — coloco meus dedos sobre o hematoma que ela deixou — Eu mal me recuperei desse machucado! — Aponto para a leve ferida no canto do meu olho, que já está quase toda sarada.
— Você tem que parar com essas besteiras. — Dina revira os olhos, ajeitando os cadernos e papéis espalhados pela minha cama. — Eu sei que está triste que sua namorada não está falando com você, mas não você não pode deixar isso afetar sua vida inteira.
Viro o rosto, ainda encolhida na cama, e solto um resmungo sofrido, provando o ponto de Dina: sou de fato uma coitadinha.
— Vamos lá, Ellie. — Ela sacode meu corpo, com suas mãos geladas — Não quero passar a tarde inteira fazendo lição.
Então, me levanto lentamente, para colaborar com Dina, e não deixar meu sofrimento tão eminente.
A pior parte de toda essa situação, é que eu estava me acostumando cada vez mais em vê-la todos os dias, conversar sobre a formatura ou qualquer outro assunto sempre que tínhamos a oportunidade, e agora ela sequer olha para mim.
