12. Não Conte Comigo!

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Lee Minho





— O que estava fazendo conversando com o Hwang? O que conversaram? — Perguntei assim que Changbin se aproximou do meu carro, apoiando os dois braços na janela.



— Ele pediu desculpas por esbarrar em mim. — Bufou audível e revirou os olhos. — Qual é a da implicância com ele? É porque alguns idiotas insinuaram que ele parece ser gay? É porque ele está ganhando a atenção das garotas?



— O que? — Arqueei uma sobrancelha e o medi de cima a baixo. — Claro que não! Você está doido? Por que eu me importaria?



— Então por que está perseguindo o pobre garoto? — Se afastou do carro e passou a mão pelos cabelos.



— Eu não estou perseguindo, Seo Changbin. Eu sou a dupla dele no trabalho de Sociologia, lembra? Apenas estou tentando fazer funcionar. — Forcei um sorriso inocente.



— Ah, eu já tinha me esquecido desse trabalho! Por que não chegou mais cedo para usar a biblioteca?



— Hum... — Sorri sem graça e me virei para frente, encarando o painel do carro. — Porque eu disse a ele que fica fechada na parte da manhã.



— Mas você sabe que não fica. Não faz nem sentido manter a biblioteca fechada. — Deu de ombros e em seguida arregalou os olhos em minha direção, se inclinando para perto da janela. — Não vai aprontar com ele, vai?



— Claro que não. — Conferi l redor, vendo alguns alunos próximos ao carro. Fiz sinal para ele dar dois passos para trás e abri a porta. — Entra!



— Eu não posso matar aula hoje, Lee Minho. Tenho um trabalho muito importante para entregar, um que você deveria ter feito também. — Ajeitou a alça da mochila.



— Não vamos matar aula, só quero conversar com você sem o risco de alguém escutar. — Changbin estreitou os olhos, desconfiado. — Eu não vou te sequestrar, Changbin! Entra logo! — Bufei e bati no banco ao meu lado.



— Está bem... — Sentou e bateu a porta do carro. — Diga.



— Eu tive uma conversa com a Scar ontem e...



— A governanta? — Changbin me interrompeu, me fazendo revirar os olhos. — Você precisa contextualizar antes de começar a contar.



— Na verdade, nem ela sabe o exato emprego dela, já que faz de tudo. Podemos dizer que ela é a governanta. — Dei de ombros. — Eu já a mencionei antes.



— Okay, e o que tem? Ela está bem?



— Sim, ela está bem. Só conversamos um pouco. Ela disse meus pais vão passar um longo período fora de casa e que eles, basicamente, não se importam muito com o que faço.



Changbin franziu o cenho e me encarou com uma expressão nada supresa. — Nada do que a gente já não soubesse.



— Mas ela disse que... Estou indo pelo caminho errado, sabe? Disse que tudo se tornaria mil vezes mais fácil se eu aproveitasse o dinheiro dos meus pais para me divertir. Que seria uma boa vingança e que talvez eu esteja... Jogando contra minha própria vida. Eu pensei muito sobre isso e cheguei a conclusão que ela está certa. Sempre esteve. Estava pensando como a criança Lee Minho e não como o adulto Lee Minho. Ser como eles não me deixa satisfeito. Percebi que não é o que quero.



— Pensei que ficar com várias garotas e fazer os outros de capacho fosse divertido para você. — Sorriu falso e passou as mãos pelos cabelos, não parecendo acreditar em minhas palavras. — Não sei, não. Sabemos que Scarllet tem uma boa influência sobre você e que faz você se questionar de tempos em tempos, mas não é algo que consegue manter. Repetimos esse mesmo discurso várias vezes e você jamais pensou sobre. Repetimos que seus pais não ligam para nada além do dinheiro e que a única forma de afetá-los nessa vingancinha, que para gente tambem não faz sentido, é usufruindo do trabalho deles. Na real... — Virou o corpo em minha direção. — Sabe que eu não acredito que sua falta de noção e prazer em ser o centro das atenções é apenas um ato rebelde. Você só é um pau no cú mesmo. E está tudo bem, Lee Minho, não somos amigos, você não precisa fingir ter uma razão apenas para eu não encher o seu saco. Eu não tenho tempo para encher o seu saco.



— Changbin... — Suspirei cansado, sabendo que não conseguiria convencê-lo a me ajudar.



— Okay. — Soltou uma risada sem humor. — Digamos que esteja mesmo cogitando mudar a sua "estratégia" e a forma como lida com a vida... — Fez aspas com os dedos. — O que ganha com isso? Por que agora? O que espera de mim?



— Estou apenas considerando...



— Por que algo me diz que você quer fazer o Hyunjin de cobaia? — Se ajeitou no banco quando eu decidi me calar e desviar os olhos para frente. — É isso, não é? Você está tentando se aproximar dele porque ele ainda não te conhece bem o suficiente para saber que é uma perda de tempo, hum? Hyunjin parece ser diferente, parece ser até um pouco ingênuo. Você sabe que tanto eu quanto Tyler não caímos mais no seu papo, desde que nos levou em cana junto com você.



— Não ouse usar essa vez contra mim! Eu disse que explodiria o carro do meu pai e vocês foram comigo mesmo assim! — Estreitei os olhos e Changbin deu de ombros.


— Geralmente seus planos para incomodar não são emocionantes então... Topamos assistir. Você não disse que seu pai denunciaria todos nós e nos faria passar a noite toda na delegacia. Você mencionou nossos nomes quando poderia apenas ter nos livrado. Você foi apenas um filho da puta, como sempre! Nos ofereceu cinco mil para perdoar e esquecer.


— E vocês aceitaram. — Franzi o cenho. — Se tem algo que eu aprendi com os meus pais e ainda não acho que estejam errados, é que todos têm um preço. Eu paguei cinco mil e vocês riram e perdoaram. É isso! Não lhes devo nada! — Changbin cruzou os braços e permaneceu em silêncio, parecendo não ter como argumentar. — Eu não quero fazer o Hyunjin de cobaia. Eu só... Sim, o Hyunjin vai ser a cobaia desse meu experimento. É isso! Você está certo, eu só quero testar se minha vida vai se tornar mais fácil. Todos são corrompidos pelo dinheiro e tenho certeza que ele também será. — Mordi o lábio e puxei o maço de cigarro do bolso da calça.



— Ótima iniciativa! Só mostra que você continua um pau no cú! — Disse em um falso tom animado.



— Eu quero a sua ajuda.



— Não somos amigos, Lee Minho. Já que acha que pode comprar tudo e todos... Me diga o que fará por mim. Meu preço acabou de aumentar.



— Você disse que me ajudaria se eu me mostrasse disposto.



— Você só está tentando, não é garantia que vai conseguir ou continuar com essa atitude. Quero frisar que é uma atitude ainda egoísta. Os fins, ás vezes, não justificam os meios. — Deu de ombros. — Eu só não entendi essa decisão tão de repente. Scar vem repetindo a mesma coisa a anos e tudo que você fez foi ignorar.



— Mas é que... Eu me sinto sozinho, Changbin. — Fui sincero pela primeira vez, o que fez meu coração acelerar com a possibilidade de ser interpretado como um blefe.



Changbin ficou uns bons minutos me analisando antes de piscar várias vezes e se recostar no banco. — De verdade? Você achou onde trancou os sentimentos? — Zombou, me fazendo soltar um suspiro cansado e frustrado.



— Eu sei que vai ser um porre e que bancar o bonzinho não vai durar, mas eu quero tentar. Vai que me dê mais vantagens? — Pisquei, tentando soar o mais idiota possível, mantendo a distância que havia estabelecido desde o começo. — Sem contar que eu quero fazer uma festa lá em casa e irritar meus pais.



— Aí está o verdadeiro motivo! — Revirou os olhos. — Está fazendo tudo isso para irritar seus pais e não para tentar evoluir. — Saiu de dentro do carro e bateu a porta com força. — Não conte comigo! 



...

Heey,

Agora que a maiorias das minhas fic's foram finalizadas, posso dar uma atenção maior para "My Blue Moon" e "Intense And Chaotic" :) 💚

+15 comentários e eu volto ;) 💚

My Blue Moon | Hyunho | Híbrido!HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora