Prólogo

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   Será que ele se lembrou finalmente da nossa data? Por que depois de tanto tempo ele lembrou? Mas não vou reclamar e sim aproveitar a situação. Pela primeira vez vou conhecer a família dele ou melhor vou ir na casa dele pela primeira vez depois de meses de 1 ano de namoro.
Assim que cheguei na casa dele lembrei-me que o mesmo havia me dito que deixavam uma chave reserva debaixo do vaso de plantas perto da entrada, ele disse que era apenas eu pegar a chave e entrar pois a campainha não estava funcionando, confesso que achei estranho mas não debati já que debater com ele da última vez não foi uma boa coisa. Algo em mim hesitava sobre entrar sem avisar, então mandei uma mensagem avisando que havia chegado e como resposta obtive apenas um "Ok amor, pode entrar." Então assim fiz, peguei a chave debaixo do vaso de plantas, destranquei a porta e adentrei.
Me perguntei porque diabos ele não estava me esperando assim que entrei e então mandei mensagem mas não recebi nenhuma resposta
_ Mas que porra, você me chama e me deixa esperando? É as coisas realmente não mudam quando se trata de você Apolo. - Pensei em voz alta enquanto dava as costas para ir embora, estava cansada da irresponsabilidade afetiva de Apolo, mas antes que eu chegasse a porta pude ouvir vozes vindas da escada que havia atrás de mim, vozes essas que eram estranhamente conhecidas por mim.

- O que quer comer princesa? - Era a voz de Apolo, "Princesa?" pensei comigo mesma e abri um sorriso mas assim que virei meu sorriso desapareceu mais rápido do que havia surgido.
Por que Maya, a garota que achei que fosse minha melhor amiga, está com ele? E usando o moletom favorito dele que ele nunca me emprestou mesmo que eu estivesse congelando em uma forte frente fria, afirmando que eu não era digna de usar aquela merda, enquanto Apolo, por que está apenas de cueca Box?

- Oi amor!? - Eu disse caminhando até eles enquanto ambos me olhavam surpresos.

- Como caralhos você entrou aqui? - Antes que ele pudesse fazer mais alguma pergunta que claramente me irritaria mais, me aproximei de ambos e os encarei com uma enorme vontade de matá-los.

- Foi pra isso que me chamou Apolo? Pra ver a sua infidelidade comigo junto com essa vadiazinha meia-boca? Pra ver que você é idêntico aquilo que tanto odeia, o bostinha do seu pai?! - Ao terminar a frase senti um forte tapa ser desferido em minha bochecha esquerda.

- Acho melhor você tomar cuidado com essa sua boca suja Merik, ou eu vou terei que calar você igual da última vez? - Ouvir ele citar aquilo fez minha raiva aumentar mais e meus olhos começarem a arder, eu não podia chorar, pelo menos não agora.
Não tive muito tempo para me recompor das palavras ditas por Apolo, pois senti a mão de Maya alcançar a minha nuca e puxar os fios de cabelo que havia ali.

- "Vadiazinha meia-boca"? Se sou tão meia-boca como você disse minha querida amiga, qual a razão do seu namorado Me querer tanto ao ponto de implorar pra me ter e te trocar tão facilmente por mim? Realmente sou eu a meia-boca? Até pelo o que noto aqui, eu sim consigo dar conta do recado. - A cada frase soltada por ela, eu podia sentir o aperto em meus fios ficar mais forte, assim, intensificando a puxada de cabelo.

- A errada aqui é você Merik, por ter invadido a minha casa. - Não pude acreditar no que ouvi, consegui soltar meus fios de cabelo da mão de Maya e o encarei desacreditada.

- Invadir? Você me chamou aqui Apolo! Até então eu nem ao menos sabia o seu endereço já que você nunca quis que eu viesse aqui, mas agora eu sei a razão disso e também entendo a razão de vocês mostrarem que se "odiavam". - Apolo estava debochando de mim, pude ver isso quando um sorriso ladino se formou em seus lábios, ele estava amando essa situação.

- Te chamar? Esqueceu de tomar a merda dos seus remédios? Você é tão doida e possessiva que eu não duvido que tenha me rastreado ou pago alguém pra me seguir, engraçado que justamente em uma das minhas melhores noites você aparece pra estragar, como sempre Maerik estragando as coisas. - Eu me recusava a ficar ali mais um único segundo, então apenas me virei de costas e caminhei até a porta.
Enquanto caminhava até a saída senti os olhares de ambos em minhas costas e ao tocar na maçaneta pude ouvir a voz de Maya ecoar pelo ambiente

- Maerik, faz um favor para nós E para todas as pessoas ao seu redor, toma todos os seus remédios controlados de uma vez e morre... - Antes que ela pudesse terminar sua infeliz frase, eu abri a porta e sai dali sem pensar duas vezes.
Comecei a chorar enquanto caminhava para longe dali, como ele conseguiu fazer isso comigo? Eu fiz de tudo por ele, eu briguei diversas vezes com a minha família por causa dele e ele me retribui como? Me traindo com a garota que achei que fosse minha melhor amiga. Eu estava com tanto ódio, eu sabia que minhas lágrimas não eram totalmente de tristeza, boa parte era do ódio que queimava meu corpo por dentro.

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Ardente VingançaWhere stories live. Discover now