EU ME RENDO - ROMANCE LÉSBICO [DEGUSTAÇÃO] - TRILOGIA

Abigail

Ah! Como adoro o Rio de Janeiro e suas belezas naturais.

Respiro fundo o ar fresco e contemplo o mar de Ipanema. As águas dançando em seu vaivém formando espumas branquinhas sobre a areia e o som das ondas me deixa relaxada.

Nada como começar o dia assim.

Sempre que consigo, corro pela orla antes de ir para o escritório. Meus dias normalmente são de muita agitação.

Pensando nos inúmeros compromissos programados para hoje, decido encerrar a corrida, me alongo e volto para o meu apartamento para me trocar.

Uma hora depois estou dentro do meu carro, rumo ao meu aconchegante escritório.

Mesmo sabendo que não levarei mais do que trinta minutos para chegar, ligo o som na minha playlist favorita. Quando os primeiros acordes preenchem o interior do carro, me conduzo pelas ruas de Ipanema até São Conrado.

Ao virar a esquina, depois de alguns minutos dirigindo, vejo a placa com meu nome no jardim, em frente da charmosa casa comercial branca com telhado colonial em tom vermelho, e me encho de orgulho por tudo que consegui construir.

O Abigail Cerimonial e Assessoria realizava os mais íntimos e completos sonhos de casais apaixonados. Por vezes minha empresa aparecia em revistas desse segmento. Era disputadíssima na alta sociedade.

Estaciono meu carro na garagem que fica na lateral do terreno e entro, imaginando encontrar a espevitada Estrela, minha assistente, braço e perna direita, junto de sua fiel escudeira Sabrina, também minha assistente.

— Bom dia, Chefinha! — Me cumprimenta com entusiasmo logo que passo pela porta.

Tentei por diversas vezes fazer com que ela não me chamasse de "Chefinha", mas quando vi que seria inútil insistir naquilo, acabei por desistir.

— Bom dia Estrelinha! Como estão as coisas por aqui?

— Tudo em ordem. A Sah acabou de sair, foi na gráfica. Ah! Eu deixei em sua mesa seu vício matinal.

Ao ouvir aquilo abro um amplo sorriso que ilumina todo o meu rosto e corro para estalar um beijo em sua bochecha coberta por sardas em forma de agradecimento.

Ela sempre salvava a minha manhã.

Pensando bem, acho que ela salva a si mesma, porque eu virava um monstro sem o meu cafezinho de todos os dias.

Peço para a ruivinha ir até a minha sala assim que ficar desocupada para vermos os compromissos do dia. Ela me entrega as correspondências e sigo pelo pequeno corredor.

Não consigo evitar um sorriso escapar dos meus lábios ao ver sobre a mesa o copo da Starbucks com minha bebida favorita, Caramelo Macchiato e um saquinho que tenho certeza que é pão de queijo.

Penduro a bolsa no cabideiro e sento na minha cadeira, largando as correspondências sem interesse nelas.

Meu único desejo naquele momento era injetar em meu sangue meu vício.

Dou uma golada e solto um gemido de prazer baixinho, sentindo meu corpo anestesiado.

Enquanto dou outra golada na minha bebida e mordo um pãozinho de queijo, ligo o computador para iniciar de fato o dia de trabalho.

Um tempo depois, Estrela entra carregando sua agenda de couro preta e deixa o corpo cair na cadeira à minha frente, passa os próximos minutos me informando todos os meus compromissos do dia. Uns menos importantes deixo reagendado para semana posterior à minha volta da casa dos meus pais.