A CLAREIRA BRANCA.

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Naturalmente viajar através das lareiras com pó de flúor sempre foi muito arriscado, já que se o bruxo em questão não tivesse certeza e não dissesse corretamente o lugar para o qual tinha verdadeiramente a intenção de ir, ele poderia parar em qualquer lugar... Qualquer lugar mesmo, sem exceção e sem controle.

Na sala de Dumbledore encontrava-se os membros da ordem da Fênix em volta da lareira onde Thiago e Remus preparavam-se para sua viagem na Albânia. A cruel esperança ardia em seus corações, aquela era a única pista concreta que eles haviam conseguido depois de mais de meio dia praticamente revirando a biblioteca da escola de cabeça para baixo desde a hora em que acordaram.

— Voltem logo! — Lilian sorriu. — Nós vamos ver se conseguimos encontrar alguma coisa por aqui!

Mesmo que a sensação fosse a de estar girando no meio de um furacão, aquele sem dúvidas era um sacrifício muito pequeno se visasse seu objetivo final, então para suportar as constantes náuseas o sorriso de Sírius era a única coisa que ele tentava manter em sua mente enquanto sentia a pouca comida que tinha no estomago revirar-se.

A casa parecia ainda mais velha do que a cabana em que Thiago esteve com Sírius quando foram buscar Régulos. Apesar de ser bem espaçosa para uma simples cabana no meio da floresta ela estava muito bagunçada, como se tivesse sido revirada.

— Parece que alguém chegou aqui antes de nós! — Remus comentou.

— Tomara que nós consigamos encontrá-lo. — Thiago parecia aflito. — Ele é a única esperança que temos de encontrar Sírius!

— Sírius Black? — Uma voz saiu de traz de um canto escuro da lareira. — Quem são vocês?

— Somos amigos dele... Bom eu sou amigo, ele é o namorado! — E você é Oliver Harrington, certo?

— Sim! — Respondeu o homem claramente mais velho, sua barba apesar de curta era ainda mais branca que a do próprio Dumbledore.

— Sírius me deu este anel de presente! — Disse Remus mostrando o anel em seu dedo. — Foi você quem fez?

— Então você era a pessoa especial! — Disse o bruxo mais velho. — Sim, fui eu quem fez.

Finalmente ele saiu do canto escuro da lareira caminhando em direção a sua sala de estar completamente destruída e revirada.

— O que vieram fazer aqui? — Perguntou Oliver.

— Sírius desapareceu! — Respondeu Thiago.

— Li o profeta diário, mas não achei que fosse verdade! — Respondeu ele se sentando na poltrona rasgada. — Aquela Rita Skeeter é mentirosa em grande parte de suas palavras!

— Infelizmente ela não mentiu! — Respondeu Remus. — Nós tivemos a informação de que ele estaria sendo mantido em cativeiro pelo Lorde das Trevas na Clareira Branca. Você sabe onde fica?

— Sim, sabe eu ia muito lá com meus pais quando eu era garoto! — Respondeu ele limpado o suor da testa. — É um lugar muito bonito e bem difícil de se achar.

— O que quer dizer com isso? — Thiago se aproximou dele com cuidado.

— É um lugar enfeitiçado jovem garoto! — Respondeu Oliver. — Ele só aparece para as pessoas que realmente precisam, que realmente tem uma necessidade seja ela boa ou ruim.

— Mas senhor! — Remus andava de um lado para o outro. — Se o senhor foi lá com seus pais quando era criança como vocês faziam para encontrar a Clareira Branca?

— É claro! — Respondeu o mais velho. — Nem sempre foi assim, na minha infância a Clareira Branca era um lugar comum como qualquer outro, mas não se sabe por qual motivo ela foi enfeitiçada, mas eu tenho aqui um mapa que mostra onde exatamente a Clareira costumava ficar... Se querem mesmo encontrar o jovem Sírius acho que é um bom lugar para começar.

Oliver entregou nas mãos de Remus, um mapa velho que já estava gasto pelo tempo, mas que apesar de tudo lhe serviriam muito bem.

— Muito obrigada Senhor! — Respondeu Remus pegando o mapa. — Aconselho que encontre outro lugar para morar... Essa cabana já não é mais um lugar seguro.

— Remus está certo! — Respondeu Thiago. — Trouxemos um pouco de pó de flúor a mais, se quiser pode vir conosco!

— Tem lugar para mim lá? — Perguntou Oliver emocionado. — Essa casa é tudo o que eu tenho.

— Pois então venha conosco para Hogwarts! — Remus sorriu o estendendo a mão. — Ficará sob a proteção da ordem da fênix!

Sem mais delongas os três usaram o pó de flúor para ir de volta para a sala de Dumbledore em Hogwarts, eles causaram um grande estrondo na sala após passar os três pela lareira um atrás do outro, enquanto os outros tentavam espantar a fumaça com as mãos.

— Precisava de tudo isso? — Lilian tossia em meio aquela fumaça.

— Desculpe, Lilian! — Remus respondeu em meio ao breu das cinzas. — É que trouxemos outra pessoa...

Confabulações e mais confabulações, mais uma vez uns falando por cima dos outros sem qualquer educação ou ordem. Os marotos — Que ainda restavam ali, juntamente com Dumbledore — Sentiam que eles tinham voltado aos seus dias de escola no primeiro ano, já que em grande parte das crianças se comportavam igual a eles naquele momento.

— ... E como é que vamos ter certeza de que essa tal de Clareira Branca fica realmente lá? — Molly praticamente gritou, fazendo que a sala do diretor realmente ficasse silenciosa. — Esse mapa é tão velho quanto Dumbledore. Sem ofensa diretor!

— Então você está me dizendo que os comensais da morte fizeram uma limpeza na área, invadiram e destruíram minha casa simplesmente porque estavam entediados? — Perguntou o Sr. Oliver encarando a jovem Molly de forma severa.

— Acho que estamos na pista certa! — Remus mexia em seu anel. — E seja como for, não temos outra pista e nosso tempo está acabando.

— Ou seguimos a pista que temos, ou perdemos nosso amigo! — Thiago tomou a palavra. — Já que não conseguimos entrar em um consenso, vamos fazer uma votação!

— Justo! — Arthur Weasley respondeu um pouco mais contente. — A ordem é também uma democracia!

— Quem é a favor de procurar mais informações? — Perguntou Dumbledore vendo Molly e seus irmãos levantarem a mão junto com alguns outros membros.

— Ridículo! — Ralhou Remus. — Como se nós tivéssemos todo esse tempo!

— Quem é a favor de que sigamos com as informações que temos? — Perguntou o diretor novamente vendo que a maioria dos membros levantaram as mãos, incluindo ele. — Bom, então vamos traçar um plano de acordo com as informações que temos e vamos resgatar Sírius.

— Não vai ser fácil chegar até ele! — Marlene sentia sua garganta se fazer em um doloroso nó. — Se ele realmente é a arma secreta que o Lorde das Trevas pretende usar contra nós, estará muito bem protegido, e exatamente como pretendem recuperar a alma dele?

— Remus sabe exatamente o que fazer! — Régulos o olhou de forma animadora. — Você sabe exatamente o que é forte o suficiente para trazer Sírius de volta. Não sabe?

— Sei sim! — Respondeu ele tentando disfarçar sua própria insegurança. — Só preciso chegar perto o suficiente para que ele me ouça, mas precisamos de alguém que seja forte o suficiente para lutar contra Voldemort enquanto libertamos Sírius!

— Acho que essa é minha deixa! — Respondeu Dumbledore. — Parece que Tom e eu vamos nos encontrar mais cedo o que eu previ.

— O resto de nós... — Lilian tomou a palavra. — Distrai os comensais da morte enquanto Remus traz Sírius de volta para nós!

— Um plano simples e objetivo! — Disse o Sr. Oliver muito feliz. — Gostei!

— Descansem! — Disse Dumbledore. — Partiremos amanhã, usaremos a rede de flúor!

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