Noite de Tensão

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Isabella Martins

A escuridão da noite era rasgada apenas pelos faróis do meu carro preto, que avançava pela estrada em alta velocidade. No retrovisor, via os outros quatro carros da minha equipe me seguindo em fila indiana, como lobos prontos para atacar. A adrenalina pulsava em minhas veias, misturada com a tensão e o frio na barriga.

Eram 11:50 da noite, e o relógio no painel do carro parecia zombar da minha pressa. Cada segundo que passava era crucial, pois precisávamos chegar ao aeroporto desativado antes que alguém desconfiasse do nosso plano.

Don, o chefe da organização, havia sido claro em suas instruções: buscar as mercadorias e levá-las ao nosso QG antes do amanhecer.

Apertei o volante com mais força, meus olhos fixos na estrada. A concentração era total, cada movimento calculado. Atrás de mim, sentia a presença dos meus homens, prontos para agir ao meu comando.

O carro deslizou suavemente pela pista rachada do aeroporto desativado, seus faróis cortando a escuridão como facas afiadas. A noite era densa e silenciosa, apenas quebrada pelo zumbido do motor e pelo ranger dos pneus no asfalto.

Antes de sair do carro, coloquei a máscara preta e os óculos escuros, ocultando meu rosto de qualquer olhar indiscreto. Meus sentidos estavam em alerta máximo, cada som, cada movimento me deixando tensa e vigilante.

Ao abrir a porta, o ar frio da noite invadiu meu interior, carregando consigo o cheiro de metal enferrujado e abandono. O aeroporto era um gigante adormecido, cheio de segredos e perigos escondidos nas sombras.

Os outros carros da minha equipe pararam ao meu lado, seus faróis iluminando a área ao redor. Os homens saíram dos veículos, seus rostos escondidos atrás de máscaras e óculos escuros, como fantasmas surgindo da escuridão. Cada um deles era um especialista em seu campo, um soldado leal à causa do Don.

Com um aceno de cabeça, dei o sinal para que a equipe ficassem de olho no local.

A meia-noite soou no meu relógio, um marco sombrio nesse momento crucial da nossa operação. A escuridão do aeroporto era apenas um véu fino para a tensão que pairava no ar. Meus homens se posicionavam estrategicamente, armas em punho, prontos para qualquer imprevisto.

De repente, um ronco poderoso ecoou no céu, cortando o silêncio da noite. Um avião, iluminado por luzes vermelhas e brancas, aproximava-se em velocidade vertiginosa. Era o sinal que estávamos esperando: a mercadoria do Don estava chegando.

Observei o avião pousar na pista rachada, seus pneus raspando no asfalto com um som ensurdecedor. A poeira subia em uma nuvem densa, obscurecendo a visão por alguns instantes. Quando a poeira finalmente se dissipou, pude ver a silhueta imponente da aeronave contra o céu noturno.

Meus homens se aproximaram do avião com cautela, seus passos leves e precisos. A cada passo, a tensão aumentava.

Com um gesto rápido, levantei a mão, sinalizando para que parassem. Me aproximei do avião com passos lentos e firmes, meu coração batendo forte no peito. Cheguei à porta da aeronave e a abri com cuidado, revelando o interior escuro e silencioso.

Um homem alto e forte surgiu da escuridão, seus olhos frios fixos em mim. Ele era o piloto, o guardião da mercadoria do Don. Trocamos olhares por alguns segundos, um duelo silencioso de vontades e poder.

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