The End?

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Pov autora

As últimas palavras que escaparam dos lábios do Rei Viserys foram um sussurro, um clamor pelo seu primeiro, eterno e unico amor, sua primeira esposa a rainha Aemma Arryn, que tinha partido daquele mundo á 25 anos, abafado pelo ar pesado do quarto. O silêncio que se seguiu era quase tangível, como se o próprio ambiente estivesse prendendo a respiração, aguardando um desfecho. E então, repentinamente, tudo mergulhou na escuridão.

Mas não foi um fim definitivo. Não por muito tempo.

O retorno à consciência foi gradual, como emergir de um nevoeiro denso. Viserys percebeu primeiro a ausência das dores que o atormentavam em seu leito, como se uma mão gentil tivesse afastado o espectro do sofrimento que o consumia. Seus olhos vagaram pelo ambiente, reconhecendo detalhes que não pertenciam ao seu quarto na Fortaleza Vermelha, tampouco à majestosa Pedra do Dragão. Era como se um véu fosse levantado de seus sentidos, revelando um cenário tão familiar quanto desconhecido: um quarto adornado com motivos de dragões, ecoando a glória perdida de Valyria.

Ele se levantou, ainda sob o impacto do que parecia ser um sonho intrincado, e seus passos o conduziram até uma sacada que se erguia majestosa diante dele. Ali, diante de seus olhos atônitos, estendia-se um panorama de magnificência e mistério: dragões em todas as formas e cores, construções que evocavam a grandiosidade como de Dragonstone. Viserys sentiu-se como se estivesse imerso em uma lenda, o herdeiro de uma linhagem perdida que ressurgia das cinzas do passado.

Antes que pudesse sondar as profundezas de sua perplexidade, uma voz rompeu o silêncio, uma voz que ele mal ousava esperar ouvir novamente.

"Viserys?"

Ele se virou, os olhos buscando avidamente pela fonte daquela chamada. E lá estava ela, tão real quanto as memórias enterradas em seu coração: Alyssa Targaryen, sua mãe. Ela permanecia diante dele, tão bela e imponente como ele a recordava de seus dias de infância na Fortaleza de Maegor. Seus cabelos platinados reluziam à luz do sol, e seus olhos verdes irradiavam uma mistura de surpresa e espanto.

O rei não hesitou. Correu em direção a ela, a criança interior clamando pelo conforto maternal que ele tanto ansiara desde que a morte a levou tão prematuramente. O abraço que se seguiu foi breve, mas carregado de emoções reprimidas por anos de ausência e saudade.

No entanto, a efemeridade da reconciliação foi brutalmente interrompida por uma dor lancinante que irrompeu em seu estômago, fazendo-o tombar para trás.

"Como pôde fazer o que fez?" A voz de Alyssa cortou o ar, impregnada de uma fúria que Viserys mal podia compreender, muito menos suportar.

"O que está acontecendo, mãe?" Ele balbuciou, perplexo e ferido não apenas pela agressão física, mas pela acusação ardente que pairava no ar.

Antes que Alyssa pudesse oferecer uma resposta, outra voz se fez ouvir, uma voz que ele jamais imaginara ouvir novamente.

"Alyssa?"

E lá estava ele, o pai que ele só conhecia através das histórias entrelaçadas à sua própria identidade: Baelon, o Bravo. Seus olhos se encontraram, e Viserys viu neles um reflexo distorcido do seu próprio choque e perplexidade.

"Viserys? Finalmente acordou." A voz de Baelon carregava um tom de alívio misturado com uma estranha ressonância de incredulidade.

O rei se ergueu, apoiando-se na mão que o pai estendia, e percebeu, com uma clareza assustadora, como ambos pareciam diferentes. O tempo, essa teia intricada que tecia os destinos dos homens, parecia ter sido suspenso em um momento fugaz, um intervalo onde o passado e o presente se entrelaçavam em um emaranhado inextricável.

Be Strong-  HOTDWhere stories live. Discover now