Eyes wide open

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Pov Autora

Viserys abriu os olhos, encontrando-se mais uma vez nos aposentos reais do Red Keep. Uma sensação estranha o envolveu, como se estivesse flutuando entre a realidade e o sonho. Ele se perguntou se tudo aquilo era verdade ou apenas um devaneio. Teria ele sucumbido à morte? Teria alcançado aqueles que partiram antes e depois dele? Essas dúvidas ecoavam em sua mente, mas foram rapidamente dissipadas pelo agudo grito de sua filha ecoando pelo castelo. Sua princesa estava em dor. Será que a estariam torturando?O rei saltou da cama com agilidade e se dirigiu à porta, onde se deparou com uma criada, cujos olhos refletiam um misto de choque e preocupação.


 "Vossa Graça, a princesa Rhaenyra está em trabalho de parto", anunciou a serva, sua voz trêmula denotando a gravidade da situação. 

 Rhaenyra em trabalho de parto? Mas ainda faltava muito para o nascimento do outro bebê dela com Daemon. Viserys tentou recordar mentalmente o tamanho da barriga de sua primogênita da última vez que a viu. Percebendo a confusão do rei, a empregada acrescentou: 

 "Ela está dando à luz ao seu terceiro bebê com Sir Laenor. É um grande dia para a coroa." 

 Hoje era o dia do nascimento de Joffrey. O rei recordava-se desse dia, era uma lembrança fresca e marcante. Pelos deuses da antiga Valyria, ele realmente havia voltado dos mortos. Não apenas retornara, mas parecia ter regressado no tempo. 

 "Me leve até ela", ordenou o rei, sua voz soando firme e autoritária. 

 "Mas, Vossa Graça, o leito do parto é um espaço reservado apenas para a mulher e o Mar...," a serva mal pôde terminar a frase, interrompida pela expressão determinada do rei. 

 "O rei ordena que me conduza imediatamente até a herdeira", disse ele de maneira áspera, chocando a jovem. 

O monarca nunca havia agido assim antes com ninguém. Sempre fora afável, às vezes até demais.Viserys sentiu uma mistura de ansiedade e excitação enquanto seguia a criada pelos corredores do Red Keep. Seu coração batia forte, e sua mente fervilhava com pensamentos sobre o que encontraria ao chegar ao leito de parto de sua filha. A última vez que estivera em um fora no nascimento de Baelor, seu filho com Aemma, que vivera apenas um dia. Desde então, nunca mais havia testemunhado um nascimento, nem mesmo o de seus filhos com Alicent. A cena de Aemma desesperada, temerosa por estar sendo cortada, e pior, por ordens suas, assombrava sua consciência, perdera o amor de sua vida e seu filho naquele dia. Ele estivera obcecado demais em ter um herdeiro homem, quando já possuía uma herdeira legítima, sua Rhaenyra.Viserys seguiu a criada pelos corredores do Red Keep, sua mente mergulhada em recordações dolorosas e pensamentos tumultuados. A imagem de Aemma, sua primeira esposa, assombrava-o, especialmente agora, neste momento tão crucial. Ele nunca esqueceria o olhar desesperado dela enquanto dava à luz Baelor, um filho que mal teve a chance de ver o mundo antes de partir. A culpa pesava sobre ele como uma âncora, lembrando-o de suas falhas passadas como marido e como rei.No entanto, agora era tempo de focar no presente. Sua filha, Rhaenyra, estava prestes a dar à luz, e Viserys não podia permitir que o passado o consumisse. Ele precisava estar presente para ela, para apoiá-la e protegê-la, não importava o que acontecesse. A vida estava prestes a renovar-se naquele quarto, e ele estava determinado a garantir que fosse um momento de alegria e esperança, não de tragédia e arrependimento.Enquanto caminhava, Viserys notava os murais e tapeçarias que adornavam os corredores do castelo, cada um contando uma história diferente. Os símbolos e figuras representavam a história de sua casa, dos Targaryen, desde os dias de Valyria até o estabelecimento do Trono de Ferro em Westeros. Ele sentia uma conexão profunda com aquele legado, uma responsabilidade que pesava sobre seus ombros como uma coroa de fogo.Finalmente, eles chegaram ao leito de parto, e Viserys pôde ouvir os murmúrios abafados e os sons abafados de atividade dentro do quarto. Ele trocou um olhar rápido com a criada antes de entrar, preparando-se mentalmente para o que estava por vir.Ao entrar, foi recebido pelo calor reconfortante do ambiente e pelo aroma suave de ervas e incenso. Rhaenyra estava deitada na cama, pálida e suada, mas com uma determinação inabalável em seus olhos violeta. Ao lado dela, Sir Laenor, seu marido, segurava sua mão com firmeza, um apoio silencioso e amoroso. 

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