Capítulo 27 - Insolente

929 127 271
                                    

Veneráveis, chegamos com mais um novo capítulo! Hoje eu trouxe algo especial, que vocês estão pedindo e clamando há vários capítulos! Vocês desconfiam do que pode ser? Pode falar pra mim, eu sou um gatinho curioso que adora palpites!

No capítulo anterior...

Yusuke e Tetsurou se apresentam; o curandeiro tocando uma bela melodia com uma flauta e Yusuke contando uma história horrível e de dar vergonha alheia em todos os presentes. A rainha não sorri com nenhum dos dois e chega a hora de Hikaru. Tetsurou a empresta a dama do mar, flor dada a ele por zen, para que o cheiro da pessoa amada a inspirasse para impressionar Sazanka-heika. Será que ela vai conseguir?

Os serviçais haviam dito que não teria problema em desenhar no chão, então foi isso que Hikaru fez

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Os serviçais haviam dito que não teria problema em desenhar no chão, então foi isso que Hikaru fez. Tirou a tampa do pote e se abaixou. Molhou o pincel na tinta preta com calma, esperando as cerdas absorverem o máximo de cor. Quando terminou, limpou o excesso na borda de vidro e estava prestes a tocar a ponta do pincel no chão, quando paralisou no meio do ato. Fechou os olhos e ergueu sutilmente o Coração da Dama do Mar entre os tecidos da manga até o nariz, inspirando profundamente. Tetsurou viu orvalhos se acumularem no canto dos seus olhos, mas não pingaram nas pétalas da flor, caindo solitárias no chão gelado. Tão rápido quanto mostrou a flor, Hikaru a guardou e uma motivação monstruosa parecia ter tomado conta do seu corpo, tocando finalmente o pincel no chão.

Suas pinceladas eram rápidas e graciosas. Hikaru não cometia erros; com o traço certeiro, ela fazia cada detalhe como se tivesse o executado milhares de vezes. Tetsurou levou a mão ao peito, fascinado. Até Yusuke parecia admirado. Não imaginava que Hikaru guardasse uma habilidade tão incrível por detrás da máscara de indiferença que ela ostentava para o mundo.

— Ela não é incrível, Yuu? — sussurrou Tetsurou, sem tirar os olhos dela. — Tudo o que ela precisava era de inspiração.

Yusuke balançou a cabeça, de braços cruzados.

— O que era aquilo que ela cheirou antes de começar a desenhar?

— É a flor do lago, aquela que eu te dei para diminuir seu enjoo enquanto íamos até Inari. Eu... peguei uma para mim — mentiu Tetsurou, com a consciência pesada. Zen havia dito que não era para contar que fora ele quem dera, mas se sentia péssimo quando precisava esconder qualquer coisa de Yusuke. Quase podia ouvi-lo gritando "seu mentiroso!".

Yusuke semicerrou os olhos, desconfiado.

— Sei... E por que você a guardou?

Tetsurou corou. Yusuke havia virado para encará-lo, colocando-o em um beco sem saída.

— Bom, é que o cheiro dela...

— Como você se atreve a pisar aqui novamente?

O grito da rainha os arrancou dos próprios conflitos, trazendo-os de volta para a apresentação. Sazanka-heika estava de pé, o rosto era inteiro vermelho e as lágrimas escorrendo furiosamente por suas bochechas.

Pétalas de Akayama [BL]Where stories live. Discover now