Capítulo 16

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Eduardo Quaresma

Eu juro que não ia aguentar mais muito tempo naquilo. Quando a vejo descer as escadas com aquela mini saia de lantejoulas e aquele top, fodasse...

Tentei ignorar os pensamentos e os mesmos, graças a Deus, foram interrompidos quando a Filipa chega.

—Estás pronto amor?- ela perguntou me e eu assenti.

Fomos para o carro e eu não podia deixar de pensar o quanto preferia conduzir com a Magui ao meu lado. A minha melhor amiga. Eu não queria magoar a Filipa, até porque ela nunca me fez mal nenhum. Mas aquilo não era amor. Tinha de acabar, mas custava me.

Cheguei à discoteca com a minha namorada e fui direto ao bar, onde vi a magui a falar com um rapaz qualquer. Só me apeteceu tirá-lo dali. Fingi que não a vi mas rapidamente ela chamou me.

—Quaresma!!- "fodasse" eu pensei para mim.

—Olá! Tudo bem?- disse cumprimentando os dois.

—Quaresma este é o Martim, Martim este é o Quaresma.- quando ela nos apresentou é que eu liguei os pontos.

A cara dele ao início não me pareceu estranha, mas quando ela me disse que ele se chamava martim, aí eu tive a certeza. Era o ex namorado dela, o martim filipe. Os nervos vieram me à flor da pele, e a única coisa que eu consegui fazer foi sorrir falsamente. Retirei me dali o mais rápido possível com cara de poucos amigos e comecei a beber. Ao fim de 5 shots, de 4 cervejas e de 3 gins já não me aguentava.

—Fodasse Quaresma! O que é que estavas a pensar?- vejo a Magui a agarrar me nos ombros.

Apoiei me nela e fomos até ao carro.

Margarida Dias

Já te disseram que és linda?- disse me o Edu ao lado do banco do condutor.

Eu ainda não tinha a carta, mas achei melhor levar o carro dele e ele dali. Estava a ter aulas, por isso já sabia fazer qualquer coisa. O pior que podia acontecer era apanhar uma multa, mas isso não era bem o que mais me preocupava naquele momento. Queria levar o Edu para casa e não queria que lhe acontecesse nada nem que ele fizesse merda.

Ignorei o comentário dele, mas não pude deixar de sorrir. Eu bem sabia os sentimentos dele por mim, e ele sabia os meus, mas eu nao estava pronta para um relacionamento. Eu tinha medo que ele fosse um daqueles que comia e largava logo.

—Eu vi o teu sorrisooo!!!- disse ele a rir se, mas foi interrompido por uma chamada para mim.

—Margarida?- era o voz da Filipa.

—Filipa?- eu perguntei para ter a certeza de que era ela.

—Sim, sou eu. Estás com o Eduardo?- ela perguntou me e eu fiquei em pânico. Quem deveria cuidar dele era a sua namorada e não eu.

—Sim estou!! Ele estava muito mal e decidi trazê-lo para casa!! Desculpa não te ter avisado.- eu desculpei me.

—Tudo bem! Eu é que estava preocupada. Precisas que vá para aí?- ela perguntou me.

—Está tudo controlado!! Beijinhos!!- e desliguei.

Que tipo de namorada não vinha ajudar o namorado quando ele está podre de bêbado?

—Olha, eu vou acabar com a Filipa! Eu quero te só para mim, percebes? Esse Martim, se o vejo outra vez parto-o todo por estar a falar com a minha miúda.- disse ele com a voz meio desconfigurada e a falar aos tropeções.

O meu coração, ao ouvir estas palavras começou a saltitar. Mas também sabia que ele estava bêbado e que se calhar não queria dizer nada daquilo.

Enemies to lovers- Eduardo Quaresma Onde histórias criam vida. Descubra agora