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— Confiável?
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Eu estava sendo tola e percebi apenas quando fui deixada dentro da cozinha sob a supervisão da cozinheira. Cassandra me deu uma concha e me empurrou para perto das panelas antes de cochichar no ouvido de Agatha e me forçou a encher tigelas fundas de metal.
— Há coisas mais importantes para serem feitas aqui, Charlotte. — Cassandra suspirou e voltou com sua correria pelo castelo.
Eu permaneci olhando para a porta, confusa demais para brigar e perdida demais para entender o que acabara de acontecer.
Comecei a despejar o líquido sem pensar muito, prestando a atenção apenas no barulho da conversa alheia na cozinha e do líquido batendo na tigela de metal.
Ouvindo um burburinho suave enquanto a festa corria, todos se divertiam, esperando que essa fosse a última vez que um homem com poder aparecia nas portas do castelo, que prometia mais do que realmente iria cumprir.
Mas o que um homem sem guardas e conselheiros ao seu lado poderia fazer por uma terra falida? Sem escolta, sem uma vestimenta adequada para tal posição?
Voltei levemente a minha alma para meu corpo, percebendo que o que acontecera, fora apenas um presságio de que algo ruim estava para acontecer assim como das outras vezes.
As terras de Bryon eram excepcionalmente belas, com campos e florestas tão densas que consumiam parte da província. Isso sempre atraiu muitos visitantes e comerciantes, trazendo novos tipos de sementes, tecidos e comidas exóticas.
Embora tudo fosse incrivelmente belo, aos poucos, as árvores começaram a morrer e com elas, o prado e consequentemente a terra. A morte corroeu até mesmo a grama verde de dentro dos pátios do castelo e ela viera como um gafanhoto faminto, levando tudo consigo.
Suspirei lembrando-me das frutas que o Senhor nos permitia pegar diretamente das árvores e do ar fresco que vinha de dentro do bosque, o que me fez perder a mão com a sopa e derrubar desajeitadamente na bancada inteira.
— Charlotte! — Agatha chiou puxando a concha da minha mão. — Onde anda com a cabeça, criança?
Franzi o cenho para ela, não me chamavam de criança desde os meus dezesseis anos e agora, com vinte e dois, elas sequer se lembravam desse pequeno detalhe.
— Sinto muito, não acho que eu vá ser útil por aqui nessa noite.
— Estou vendo — ela ergueu o olhar acinzentado para mim e um arrepio me percorreu, fazendo-me lembrar do maldito espartilho.
— Não irá...
— Espere! Podemos beber e comer antes que pense em observar o castelo. — O senhor resmungou com a voz embargada pelo vinho enquanto a cozinha era acometida por um intenso silêncio.
O barão havia invadido a cozinha, analisando o lugar com afinco, procurando o que somente ele poderia explicar nesse momento.
Nós paramos com nossos trabalhos e sutilmente abaixamos a cabeça enquanto o barão e o Senhor caminhavam pelo espaço quente e pequeno da cozinha.
— Como disse anteriormente, estou aqui para descobrir se há alguma salvação e não para abusar de sua hospitalidade, Benjamin. — Ele respondeu, me fazendo arregalar sutilmente os olhos, sem conseguir conter minha curiosidade pelo conjunto de vestes pretas que, agora, caminhava lentamente na minha frente, me fazendo morder a língua assim que percebi os finos fios de prata e ouro contornarem as bordas de suas vestes.
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Your Reflection
RomanceO passado foi uma aventura, pelo menos até que tudo mudasse de forma abrupta. Agora, nenhum dos dois se conhecem, mas ainda existe uma atração enlouquecida entre os dois. Mas como poderão continuar essa história se não se conhecem mais? E a atração...