capítulo cinco

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Um estrondo extremamente alto foi ouvido pela ruiva que saltou da cadeia olhando a sua volta com os olhos arregalados enquanto arrancava os fones de ouvido, se condenou por ter dormindo tanto e ainda de mal jeito já que sentia suas costas doendo.

Ela se levantou da cadeira e caminhou até as janelas quando outro estrondo foi ouvido, seus olhos se arregalaram outra vez e os pelos de seu corpo se arrepiaram ao ver a luta que aconteceia do lado de fora. Pensou noque poderia fazer no momento, usar os seus poderes recém descobertos era uma doideira, porém, sua única opção se quisesse realmente esbarrar com Peter já que o homem de ferro estava lá fora, também lutando.

Espremeu os olhos e correu em direção a sua mochila, largando seu celular, seu fone e a sua jaqueta, ficando apenas com a calça preta e a camiseta da mesma cor. Pela primeira vez na semana ela optou por deixar seus cabelos soltos, e logo, partiu para a parte de fora. Seus tênis surrados batiam forte no chão quando avistou de longe a cena enquanto se escondia atrás de algumas caixas quando uma figura vermelha passou voando por cima de si, ele estava... Soltando teia? Confusa, desviou o olhar da criatura, finalmente pousando na outra cabeleira ruiva que lutava.

Ela deixou um mínimo sorriso escapar de seu rosto ao ver a matriarca, uma saudade inexplicável tomou conta mesmo não lembrando de uma memória sequer com ela. Seu sorriso sumiu no exato momento quando viu a mãe usar seus poderes contra o homem de ferro, mas porque estavam lutando. Ela só pensou em uma coisa, precisava fazer a sua mãe parar de qualquer maneira, não importava como.

Saiu de trás das caixas mantendo um olhar fixo na mãe, e antes que visse a mesma arremessar algo contra o homem de ferro outra vez, ela a impediu, erguendo as suas mãos e olhando fixamente para o objeto parado no ar que derrepente se partiu em milhares de pedacinhos.

― Oque você 'tá fazendo? ― Capitão América perguntou alto, provavelmente achando que havia sido uma ação de Wanda, mas logo percebeu que não era ao avistar a outra cabeleira ruiva que se aproximava da luta. ― Oque?

Molly não se sentiu insegura, ou envergonhada como normalmente se sentia quando sentia muitos olhares sobre si, mas a única coisa que fez foi ignorar tudo e andar em passos firmes até a mãe enquanto sentia o sentimento de saudade ser substituído pela raiva, mas ela não entendia o porque. Wanda arregalou os olhos quando viu que a filha outra vez usou suas habilidades contra a mesma, sentindo apenas o impacto da grande caixa contra o seu corpo e caindo no chão.

― Molly? ― a voz saiu dentre os lábios da mãe de maneira quase que desesperada enquanto se colocava em pé novamente. ― Oque vo... ― antes que terminasse foi interrompida quando a filha ergueu suas mãos, mas para se defender fez o mesmo, impedindo de ser atingida.

― Porque fez aquilo? ― foi a única coisa que saiu de sua boca enquanto tentava contra a força da própria mãe e a luta continuava na volta das duas.

― Molly, eu não quero te machucar! ― ela gritou para que a filha ouvisse.

― Me responde! ― sua fala saiu chorosa mas ainda com a raiva em seu corpo, ela emitiu um forte grito conseguindo finalmente derrubar a matriarca.

Ela soltou uma forte suspiro prestes a avançar outra vez quando sentiu um braço rodear a sua cintura e seus pés se desgrudaram do chão, quando viu a figura avermelhada soltando suas teias sobre qualquer suporte que via em sua frente, enrugou a testa esperando algo do até então estranho.

― Oque 'tá fazendo? ― ela perguntou ainda no ar junto com ele.

― Te tirando daqui!

― Peter?! ― ela perguntou outra vez arregalandos os olhos ao reconhecer a voz do amigo, ela o conhecia tão bem que não tinha como negar que não era ele atrás daquela máscara, era como se fosse a versão melhorada do cara fantasiado que pulava de prédio e prédio pelo bairro de Nova Iorque.

― Peter? Quem é Peter? ― gaguejou.

― Seu mentiroso! ― ela gritou ao perceber que estava certa. Molly não era inteligente apenas em biologia ou filosofia, ela era definitivamente inteligente e talentosa em tudo, até mesmo descobrir de quem se tratava aquela voz. Agarrou o braço do rapaz que estava em volta de sua cintura e o soltou dela, espremendo os olhos com força e esperando a queda a atingir. Quando sentiu seu corpo colidindo fortemente com o chão ela não se esforçou em segurar o palavreado em sua boca. ― cacete! ― praguejou enquanto juntava forças para se colocar em pé.

Agora que sabia onde Peter havia se metido, sua dívida era apenas com sua mãe, que ao ver a queda que sua filha teve correu em sua direção e segurou os seus ombros para ajudá-la. Molly até então não recusou e quando finalmente encontrou com os olhos da matriarca sentiu vontade de chorar se perguntando do porquê havia feito tudo que fez, e porque havia simplesmente a afastado de si.

― Filha, me desculpa... ― ao ouvir aquelas palavras, foi como se tudo a volta de Molly tivesse simplesmente se silenciado, lágrimas sorrateiras ameaçaram escapar de seus olhos mas ela não permitiu, engolindo em seco olhou para a mãe com fúria no olhar, e sem mesmo se mover viu a mãe cair de joelhos enquanto sentia uma estranha dor tomar conta de seu corpo, mas ela sequer conseguia descrever como. ― Para! Para! ― seu tom era alto e antes que algo pudesse acontecer, espalmou sua mão contra a filha sentindo sua dor ir finalmente embora e se colocar em pé em frente a adolescente. ― eu mandei parar! ― gritou vendo a garota arregalar os olhos e levar as mãos até o próprio pescoço, deixando claro a falta de ar.

Foi a vez de Molly perder as forças de sua pernas, caindo de joelhos no chão enquanto sentia algo apertar a sua garganta violentamente, ela sequer conseguia pedir para parar ou tentar usar algo contra a mãe. Foi quando ergueu o olhar para a mulher que sentiu o desespero tomar conta de seu corpo ao ver as pupilas vermelhas de Wanda enquanto encarava a filha sem dó e nem piedade, era a raiva quem estava no controle no momento, para ambas é claro.

― Foi tudo para o seu bem! Tudo para te manter segura! ― ela falava dando curtos passos na direção da filha que estava começando a sentir a dor percorrendo todo o seu corpo. ― eu imaginei que isso aconteceria, mas não que você seria tão ingrata ao ponto de não entender o meu lado, Molly! Eu fiz tudo por você e é isso que você faz? ― perguntou mesmo sabendo que não receberia respostas da menina.

Molly nem prestava atenção em suas palavras, arranhava o próprio pescoço e se debatia no chão enquanto procurava por ar para respirar. Seu rosto estava molhado e seus olhos vermelho devido às lágrimas presas no mesmo. Foi quando a fraqueza a venceu, e ela parou de tentar buscar alguma forma para respirar, e se deixou levar pela dor causada pela mãe que parecia não ter total ciência doque estava cometendo.

― WANDA! PARE! ― foi a voz do pai que ela ouviu antes de seu corpo se deitar por completo no chão de concreto e sua visão escurecer completamente.

Wanda até tentou tocar o corpo desacordo da filha mas foi impedida quando Visão aterrissou e se aproximou antes, virando Molly que se deitou de barriga pra cima e os olhos fechados como se tivesse acabado de cair em um sono profundo, ou pior. O patriarca tocou no rosto da filha não evitando o sorriso mesmo estando preocupado. Ela havia crescido tanto e agora estava extremamente surpreso pela força que a menina carregava consigo. Por outro lado, Wanda abaixou o rosto e desabou em lágrimas sentindo o arrependimento em seu corpo, achou por um momento que estava apenas se defendendo da força dela, mas não imaginou que a situação acabaria de maneira trágica.

𝐎𝐋𝐃 𝐂𝐇𝐈𝐋𝐃𝐇𝐎𝐎𝐃, Peter Parker Where stories live. Discover now