4. From The Start.

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"That when I talk to you oh, Cupid walks right through"

by Laufey

[...]

O sol brilhava forte no céu, iluminando tudo em volta. Principalmente, os cabelos loiros dela.

- Para onde estamos indo mesmo? - Yang perguntou, o celular nas mãos para avisar sua mãe.

- Para a pousada da tia da Lia, Jeongin. - O Hwang respondeu pela décima vez, já impaciente.

Ryujin olhou para frente, vendo o ônibus que alugaram apenas para se locomoverem de uma cidade a outra.

Era costume do grupo de Ryujin, vulgo quase a cidade toda, saírem todos os dias nas férias sem se importar para onde, eles dividiam o valor do ônibus em várias pessoas e acabava ficando ridiculamente barato e também um pouco perigoso pela qualidade duvidosa do motor. Desta vez, porém, obrigaram Yuna a pagar o ônibus, já que ela era ricassa e caloura num passeio desses, mas ela aparentemente pegou o mais caro e mais confortável. Ryujin até mesmo ouviu Lia dizer que havia ar condicionado.

Ela ajudava os Hwang com as malas, mas não se conteu em não manter os olhos em Shin Yuna, mesmo que de longe.

A garota estava com uma mochila nas costas e seu cabelo brilhava no sol escaldante. Yuna não havia falado com ela desde que chegou e desconfiava que fosse por mais cedo, quando a mais velha acabou falando o que não devia. Yuna, a famosa cantora, modelo e às vezes atriz de comerciais, nunca sentiria algo por ela, uma Ryujin qualquer numa cidade quente e pequena.

- Ryujin. - A morena, de repente, ouviu a voz que costumava ouvir quase todo dia de manhã cedo. Às vezes, nas noites também. - Essa aqui está pesada.

Karina tentava tirar do chão a enorme mala vermelha, seu rosto claramente irritado. Shin se aproximou dela e olhou a etiqueta colada ali, revirando os olhos logo em seguida.

- Chaery! Vai ser só um final de semana, não um ano! - Gritou, vendo a outra apenas mostrar a língua para ela.

Karina riu e se preparou para pegar a mala.

- Segure esse lado. - Apontou com a cabeça e assim Ryujin fez.

Ambas levaram a mala de sobrevivência de Chaeryeong até o ônibus com um pouco de dificuldade, mas bateram as mãos quando conseguiram.

- Há mais alguma coisa? - Olhou ao redor junto de Karina.

- Não, tudo acabado.

Essa era a parte em que Ryujin pensou: porra, universo, o dia estava tão bom, por que essa tinha que ser justo a exata frase que ela disse no dia em que terminaram?

Karina aparentemente também percebeu o segundo sentido, porque coçou a nuca e riu fraco, se afastando sem dizer mais nada. Novamente, se sentiu um lixo por ser a razão de ela ficar assim, porque Karina não a decepcionou em longos anos de namoro, mas esta era a única coisa que Ryujin sabia fazer. Decepcionar as pessoas.

Olhou para Yuna enquanto ela falava com seu grupinho, claramente a evitando, e bufou, balançando a cabeça.

Yeji organizou os nomes em uma lista, mas não teve paciência de os por em ordem alfabética, então apenas ia chamando nomes aleatórios para entrar no ônibus. Ryujin não prestou atenção em quem foi chamado antes dela, mas viu apenas quatro pessoas quando entrou no ônibus. Elas eram Chaeryeong e Changbin sentados juntos, Yuna sozinha olhando para a janela e mais atrás Karina, mechendo em seu celular no banco do corredor. Ryujin sabia que ela não gostava de viajar na janela.

Ficou parada por um tempo, se odiando.

Ryujin olhou para as duas garotas sozinhas, pensando em qual problema deveria resolver primeiro. Talvez Wonyoung quisesse sentar ao lado de Yuna e Ryujin estragaria os planos caso fizesse isso. E ela precisava conversar com Karina sobre o término, deixar as coisas a limpo e dizer que ainda poderiam ser amigas como sempre foram.

Porém, as desculpas foram embora quando Jang entrou e trocou olhares com Yuna, que revirou os olhos e assistiu a amiga sentar em um banco diferente, e tudo pareceu desaparecer quando Ryujin encontrou os olhos da loira assim que eles saíram de Wonyoung, ainda tão brilhantes quanto anos atrás. Talvez Ryujin tivesse fetiche em mulheres ridiculamente lindas que evitam falar com ela.

Foi como se seu corpo fosse puxado pelo canto de uma sereia, Ryujin se sentou ao lado dela.

- Sua namorada te abandonou? - A loira a observava com uma expressão indecifrável.

- Ela vai ir com a namorada dela.

- Mas já?

- Idiota. - Revirou os olhos. - Ela está pegando alguém do grupo, o que me assusta é que não conheço todo mundo e não sei quem presta ou não.

- Bom, definitivamente não pode ser a Haewon. Rodada, já pegou metade da cidade.

- Tá legal, essa frase foi bem machista. - Ryujin sentiu o peito esquentar quando ela riu. Soube que foi ali onde foi flechada, mas não sabia se a ferida daquela flecha curaria tão cedo.

- Desculpe-me, defensora dos direitos humanos.

Yuna acabou se esquecendo de checar quem era a tão temida peguete de Wonyoung, pois quase chorou ao receber a notícia de que a avó de Ryujin havia falecido quando ela estava fora. Ryujin também disse que Felix havia finalmente se assumido gay. O que era mentira, mas Yuna descobriria isso sozinha em algum momento.

Ela passou um bom tempo tagarelando sobre como a vó Shin era incrível e que seus bolos eram os melhores que já provou. Mencionou várias memórias que nem mesmo Ryujin se recordava, de quando eram pequenas e a rua toda se reunia na casa da mais velha nas tardes de domingo para assistirem desenho enquanto comiam os bolos dela.

Ryujin não superado a morte de sua vó, mas lidava com isso de uma ótima maneira. Quando Yuna a lembrou dos velhos e bons momentos, foi como um reconforto. Um lembrete de que a vó Shin sempre estaria com ela, mesmo que Ryujin não pudesse ver, ela sentia.

A loira se calou depois de um bom tempo, talvez na parte de aceitação do luto, enquanto olhava perdida para a janela, dividindo o fone ouvido com Ryujin. Elas tinham estilos musicais diferentes, mas a mais velha se obrigou a ouvir pop com muito custo. Percebeu que valeu a pena quando sentiu um peso em seu ombro, era uma Yuna adormecida que descansava a cabeça em seu corpo e, mesmo que achasse clichê demais, Ryujin gostou da sensação. Ela agarrou a mão de Yuna na sua e a segurou firme, suspirando. Shin imediatamente sentiu o cheiro bom que vinha dos cabelos loiros e pensou que seria ótimo poder fazer isso sempre.

Novamente, lembrou-se de que era uma celebridade que descansava em seu ombro e que provavelmente não teria outras oportunidades de sentir seu cheiro tão de perto. Muitos matariam para estarem em seu lugar. Ryujin, ainda sim, pensou positivo e tentou aproveitar o momento. Bastou apenas sentir o cheiro doce de novo e, no fim, sentiu que iria gostar muito daquela viagem.

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⏰ Last updated: Jun 10 ⏰

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Para Sempre, Yuna | 2shinWhere stories live. Discover now