P.O.V Freya
Demoramos cerca de duas horas, porque Maelle demorava muito para dormir. Quando ela dormiu, fiz um pequeno corte no braço dela e consegui algumas gotas do sangue dela.
Após coletar o sangue, fui ao meu quarto, iniciar o feitiço.
Estava pegando um dos meus livros, quando alguém bateu na porta.
– Entra – digo e a porta se abre.
– Então, cunhada, achei isso aqui no quarto do meu irmão – Ethan se joga em minha cama e estica um papel dobrado para mim.
– O que é isso?
– Estavam no meio das roupas dele, dentro da bolsa, mas eu não abri. – Ele diz e eu pego o papel.
– E como sabe que tem a ver comigo?
– F.M e um desenho de uma coroa. Todas as vezes que ele fazia algo para você, tinha isso escrito.
Deixo tudo de lado e me sento ao lado dele. Abro o papel e me deparo com uma foto nossa, que foi tirada no momento certo por um paparazzi. O momento em que estávamos andando na rua e ele me abraçou por trás, me fazendo rir.
Sorrio e me sento na cama, me lembrando de alguns momentos meus e dele.
– Por que não foi atrás dele depois?
– Porque eu o colocaria em perigo de novo, e eu não queria isso, e ainda não quero.
– Ele sente sua falta, já te disse – Ethan diz e eu suspiro.
– E eu a dele, mas eu não vou arriscar colocar a vida dele em perigo nunca mais.
– Depois que você terminar... isso aí... eu posso te mostrar uma coisa?
– Pode.
Faço o feitiço e levo mais meia hora para fazer a poção necessária.
– Que porra é essa?
– Uma coisa que vai me ajudar a achar meus irmãos. Vamos? – Chamo.
– Sim.
Saímos do meu quarto e eu fui até o quarto de Rebekah e me aproximo de Maelle, que estava abraçando Ayla e Ian.
– Oi, princesinha da tia – sussurro e me aproximo da cama lentamente.
Seguro o rosto de Maelle com cuidado e coloco a poção em sua boca. Ela resmunga e faz uma careta, mas aceita e engole a poção.
Leio a última parte do feitiço no livro e saio do quarto, com Ethan logo atrás.
– Vem comigo.
Ethan me puxa até o andar de baixo.
– Conseguiu? – Meu pai pergunta.
– Sim.
Sigo Ethan para o jardim e a gente o atravessa, indo até o quarto que ele divide com Aiden.
– Por que me trouxe aqui?
– Quero te provar que o Aiden sente sua falta.
– Ethan...
– Só... espera um pouco, Freya, por favor.
Suspiro e me sento na cama de Aiden.
– O seu feitiço funcionou com ele, funcionou mesmo, mas... ele já me falou, várias vezes, que sente falta de alguém, mas quando eu pergunto, ele nunca sabe me dizer. Semana passada ele fez isso – Ethan me mostra uma folha com um desenho meu.
– O Aiden me vê todos os dias há seis meses, Ethan. Ele pode ter desenhado isso há qualquer momento.
Ethan abre sua bolsa e pega uma foto minha com seu irmão do fundo.
– Eu guardo isso há alguns anos, mas ele nunca viu. E tem mais uma coisa.
– O quê?
– Ele usa o colar que você o deu de presente.
– Usa? – Pergunto surpresa.
– Nunca viu?
– Não. Ele usa terno no horário de trabalho – respondo.
– Vai atrás dele. – Ethan sugere.
– Não posso. Eu não vou conseguir viver sabendo que estou o colocando em risco.
– Lembra como eu apareci aqui?
– Sim. Pneumonia. O que tem?
– A gente estava em um estado de vida terrível. Só não estávamos vivendo na rua, porque achamos uma casa abandonada, toda quebrada e fodida. E a gente teve que fugir, por causa de uma mulher, que eu tenho certeza já ter visto com você.
– Comigo?
– Sim. E essa mulher surgiu depois de você apagar a memória do Aiden.
– Como assim? Eu não conheço ninguém que faria mal à ele. Depois do que fiz, nunca mais falei sobre ele. Como... como era essa tal mulher? – Pergunto desesperada.
– Ah... era alta, magra, muito bonita... tinha a pele morena, os cabelos eram... – ele olha para mim e entorta, levemente, a cabeça. – Pouco maior que os seus e eram cacheados.
– Não... não pode... ela não faria isso.
– Sabe de quem eu estou falando?
– Sei e...
– Senhorita Mikaelson? Algum problema?
Me levanto e vou até Aiden, segurando sua mão.
– Vem – o arrasto do quarto e o levo até o meu.
Assim que chegamos em meu quarto, deixo Aiden ali e vou até a cômoda ao lado da minha cama.
– Ethan me falou sobre uma mulher ter sido a razão de uma fuga de vocês.
– Oi? Por que ele falou isso?
O deixo sem resposta e pego uma foto.
– Foi essa mulher? – Aiden pega a foto da minha mão e observa de perto.
– Sim. Foi ela mesmo. Disse que eu era um problema para ela.
Merda.
– Chegou a vê-la com alguém... assim... tentando...
– Tentando ir atrás de mim? Sim. Vi ela com dois caras e uma mulher.
– Como era essa mulher?
– Não consegui ver muito dela. Era loira, se parecia bastante com a senhorita, inclusive.
– Ela chegou a dizer o nome dessa mulher alguma vez?
– Sim... era... Estela, eu acho. Não...
– Esther?
– Isso. Esther. Ela disse alguma coisa sobre essa Esther e recomeço.
Recomeço. Esther.
– É isso. Não acredito.
Saio do meu quarto e vou até a sala, onde estavam meu pai, Noah e Elijah.
– Keelin – digo alto.
– Foi atrás dela? – Elijah pergunta.
– Claro que não. Foi ela. Ela trouxe a Esther de volta.
