5|Um doce enigma

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O crepúsculo lança um manto de cores quentes sobre a cidade enquanto caminho pelas ruas vazias, perdida em pensamentos

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O crepúsculo lança um manto de cores quentes sobre a cidade enquanto caminho pelas ruas vazias, perdida em pensamentos. Eu seguro meu skate como se fosse um escudo, me protegendo das emoções que eu mal consigo entender. Gostar de outra garota? Isso não é algo que eu possa dizer em voz alta no século vinte. 

Quando estou de frente a casa de Momo, hesito. Minha mão paira sobre o portão, trêmulas. E se Momo não entender? E se as coisas mudar entre nós? 

Respiro fundo, balançando a cabeça para espantar todos esses pensamentos idiotas e abro o pequeno portãozinho. Momo está sentada na varanda, com um walkman e uma pilha de fitas cassetes ao lado. Ela levanta os olhos e, ao me ver, tira os fones de ouvido. 

— O que foi, Sana? Você tá com uma cara... — Ela não terminou a frase, mas o ar de preocupação era evidente.

Eu respirei fundo, sentindo o coração bater até na ponta dos dedos.

— Momo, eu... eu acho que estou gostando de alguém.

Ela se inclinou para frente, a curiosidade substituindo a preocupação.

— Sério? Quem é o sortudo? — Momo perguntou, uma brincadeira dançando em sua voz.

Eu hesitei, as palavras grudando na garganta.

— Não é um garoto...

Houve um momento de silêncio. Momo me olhou, confusa, tentando entender.

— Como assim?

— É uma garota, Momo. Eu estou gostando de uma garota.

A confusão deu lugar à surpresa, e por um segundo temi ter perdido minha melhor amiga. Mas então, algo incrível aconteceu. Momo começou a rir.

— Ah, Sana, você sempre foi cheia de surpresas. — Ela ainda estava rindo, mas havia calor em suas palavras. — E então, quem é a princesa que conquistou o coração da nossa badgirl?

Eu senti minhas bochechas queimarem, e a vergonha me fez desviar o olhar.

— É a Jihyo...

Momo soltou uma gargalhada.

— A patricinha? Nossa, Sana, você realmente não faz nada pela metade, hein?

Eu não pude evitar um sorriso, apesar do embaraço.

— Eu sei, é loucura. Eu nem sei o que estou fazendo...

— O que você está fazendo é viver, Sana. — Momo disse, séria agora. — E eu estou aqui para o que der e vier. Mesmo que você esteja se apaixonando pela rainha do drama da escola.

Eu ri, o alívio lavando sobre mim como uma onda.

— Obrigada, Momo. Eu precisava ouvir isso.

Ela deu de ombros, o sorriso fácil de sempre voltando ao seu rosto.

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