IV ❤️‍🔥

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Olá meus piquininhos como estão?
Espero que estejam bem.

Bom, sem enrolação nenhuma, pois eu sei que demorei para atualizar, vamos logo para o capítulo!

Não esqueçam a hashtag da nossa bebê

#MY REFUGE

Novas folhas
Novas flores
Na infinita benção do
começo

                            Chico Xavier

Já se passaram duas semanas desde o dia do hospital. O Félix e eu já nos resolvemos e estamos bem um com o outro. Eu e o Lino nos aproximamos mais, então já estou bem confortável com ele. Quando falei que não tenho mais medo dele, foi a primeira vez que vi um adulto chorar com catarro escorrendo até sua boca, achei bastante nojento. O Lino anda bastante ocupado esses dias por causa de uma máfia que entrou no país e está dando trabalho na cidade. Parece que eles estão assediando e intimidando as pessoas, então ele chega bastante tarde em casa e quase nunca nos falamos, já que quando ele chega já estou dormindo.
E aquele homem, bem ainda penso nele, não que eu queira, é que quando percebo já estou pensando, lembrando do seu rosto com uma pequena pintinha no canto do olho, na sua altura, nos seus ombros largos e fortes, no jeito que ele me olhou e nos olhos pretos que, do nada, ficam dourados.

Félix mencionou que eu deveria sair mais. Ele conseguiu um novo emprego e também me encontrou um trabalho de meio período em uma loja de conveniência, para que eu não fique sozinho e corra o risco de reviver eventos passados. Como ele disse antes eu preciso manter minha mente ocupada. Então, aqui estou.

— E-ei… — Me esforcei ao máximo para minha voz não sair trêmula, mas meus esforços foram inúteis e agora estou torcendo para que eles não tenham percebido. Engolindo em seco, com as mãos trêmulas segurando fortemente meu casaco com a cabeça baixa, me concentrando em fazer minha voz sair confidente, puxo o ar para poder falar:

— Você não pode fazer isso, se quebrar, vai ter que pagar pelos danos. E aqui não é permitido fumar, então por favor apague o cigarro. Se o senhor não colaborar, terei que tomar a iniciativa de expulsar vocês da loja, então peço que sejam compreensíveis… — Escuto um deles soprar um sorriso de tédio enquanto caminha em minha direção.
— Vo-vo-você não pode fazer isso. Não acha que para repreender alguém precisa olhar nos olhos dela!? Se quer falar assim com alguém, precisa mostrar autoridade. Como acha que vai me fazer parar de fumar olhando para baixo, dá para ver suas mãos e corpo tremendo. Quanto a fumar. — Ele se virou para um dos amigos dele, apontando com a cabeça para a plaquinha que informa que é proibido fumar na loja que fica ao lado da porta. Não demorou para ele entender e arrancar a placa do lugar.

— Pronto, não é mais proibido fumar aqui. Se não tem placa, não tem proibição. Lembre-se, o cliente sempre tem razão.

Ainda com a cabeça baixa, reúno forças para me manter firme ali parado. Engolindo o bolo que se formou em minha garganta, respiro fundo antes de falar:

— Mas, eu serei despedido se você fumar aqui. Por favor, não façam isso. — Eu não já falei que o cliente sempre tem razão? Como pretende me fazer parar? Você só tem duas opções: ou dorme comigo hoje, ou tente por autoridade nessa voz olhando para mim. Se por um acaso eu ficar com medo, eu paro.

Eu não tenho autoridade para fazer ninguém parar. Até porque nunca tive oportunidade de testá-la. A única vez que olhei para alguém nos olhos, foi um dos piores dias da minha vida…

{ Flashback on }

Eu não sei o que deu em mim, mas a raiva subiu pelo meu corpo e uma onda de calor tomou conta de tudo. Sinto que meus olhos estão prestes a queimar e meu corpo explodir, e alguma coisa dentro de mim está me dando mais energia para me manter de pé diante do meu pai. Olhando para ele com os olhos ardendo e gritando feito louco.

MY REFUGE | ABO • pjm + JK Where stories live. Discover now