INCONTROLÁVEL

Three

Capítulo não revisado!

Meu coração palpitava mais rápido do que eu mesmo gostaria, ou nem me importasse, pois, se tivesse a oportunidade na minha frente, já teria arrancado aquele órgão de mim e evitado muito do sofrimento que já passei em minha vida durante muito tempo.

Meus pensamentos são interrompidos quando ouço mais alguns passos até mesmo passando bem próximos da porta onde eu estava escorado com todo meu peso nela para evitar que ela se abra caso ele tente ou descubra que eu estou ali. Era como se ele estivesse a menos de poucos centímetros da estrutura média de madeira e soubesse exatamente oque fazer em seguida.

Os passos continuam ecoando pelo piso de cerâmica lentamente e como se fosse de maneira calma até ecoarem para longe. Eu já sabia que ele estava distante o suficiente para pensar em voltar e me procurar no mesmo lugar, então, permito que minhas mãos relaxem um pouco e parem de tampar minha boca e meu nariz.

Pouso elas ao lado do meu corpo e foco na minha respiração, que já estava mais calma do que antes, apenas me certificando de que quando saísse de lá, não parecesse estranho o suficiente para me questionarem oque havia acontecido.

Não que isso seria um problema. Eu poderia falar que estava sofrendo algum tipo de violência e mudar de prédio, mas essa desculpa não rolaria para um aluno novo, principalmente sendo o meu primeiro dia por aqui. Mas prefiro deixar minhas ideias de lado, focando em acalmar meu corpo da adrenalina recente.

Quando inspiro e expiro as diversas vezes que foram extremamente necessárias, sinto um relance de coragem se incendiar dentro de mim e finalmente me desencosto da porta, soltando um grande suspiro e colocando alguns pensamentos em minha mente no lugar antes de me virar e alcançar a maçaneta, girando-a lentamente.
Por mais que estivesse mais confiante, eu ainda tinha medo de o encontrar nos corredores, apenas esperando que eu saísse dali para me fazer sofrer o mesmo inferno que ele sempre me fez viver, mas, graças á alguma divindade que estava ao meu lado, ele não estava ali quando girei a maçaneta com calma e empurrei a porta com pouca força, olhando brevemente ao redor antes de abrir totalmente a porta e sair, fechando a porta atrás de mim em seguida.

Observo novamente o meu redor, me certificando de que ele não estava lá por uma terceira vez antes de caminhar apressadamente até minha mochila caída em frente as portas metálicas do elevador. Pelo menos, ele havia sido minimamente compreensivo em não roubar meus materiais, que por sinal, haviam sido caros o bastante para que eu tivesse pago tudo aquilo quase chorando, já pensando nas horas extras que teria que fazer.

Seguro a alça preta e a coloco sobre meus ombros, deixando a outra largada e pegando meu celular no bolso. Provavelmente pelo impacto do meu corpo caindo no chão dos momentos mais cedo, uma pequena rachadura se encontrava no canto da película do celular, sendo inevitável soltar um suspiro cansado. Toda vez que eu concertava algo, outra coisa se quebrava, nem que fosse a coisa mais inútil e boba do mundo, se estivesse perto de mim, sempre parecia que ia quebrar aos poucos.
Respiro fundo antes de ligar o aparelho, ignorando a voz que dizia as piores coisas na minha cabeça. Digito minha senha - cujo era o aniversário de Julie - e entro no site da faculdade, procurando pelas diversas turmas e séries até achar a minha, vendo meus horários.