থ►CAPÍTULO 9◄থ

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Entro no quarto com passos pesados, a expressão furiosa em meu rosto. Minhas mãos estão cerradas em punhos apertados e meus olhos estão faiscando de raiva. Como o rei ousa me colocar nessa situação, como se eu fosse apenas uma moeda de troca para negócios políticos? Por sua culpa agora me sinto o ser mais sem dignidade, e aquele bastardo... Eu vou mata‐lo.

Cerco o quarto com um olhar de desdém, minha respiração pesada ecoando pelas paredes. A sensação de impotência me consome, a revolta borbulhando em meu peito. Não posso ser controlada desse jeito, não posso ser vendida como um objeto qualquer para um homem nojento!

Despeço-me o vestido com fúria, estando este agora corrompido por seu toque quando me agarrou a força, cada movimento demonstrando minha indignação. Cada prenda que solto é um grito de rebelião contra a injustiça que está sendo cometida contra mim. Rasgo o vestido, jogando-o ao chão com desprezo. Minha pele arde em fúria, minha mente fervilha de pensamentos rebeldes.

Sento-me em frente ao espelho descoberto, encarando meu reflexo com rancor, agora apenas usando uma fina camisola. Meu cabelo está solto e selvagem, um lembrete de minha verdadeira natureza indomável quando lutei contra seus braços. Eu não aceitarei ser tratada como uma mercadoria, como um pedaço de carne em leilão!

Respiro fundo, tentando acalmar a tempestade que tomou conta de mim, com os olhos fechados sinto a presença de alguém, assim como sinto o exato momento que se retiraria num impulso.

─ Fique ─ disparo contra meu acompanhante real. Sabia que era ele.

─ Alteza ─ sua voz soa baixa, quase hesitante.

─ Deveria tê-lo cortado a garganta ─ as palavras são amargas, saindo de meus lábios, permito abrir os olhos ─ no exato momento em que você o desarmou, eu deveria tê-lo arrancado a cabeça. Mas porquê não o fiz? ─ sibilei queimando em fúria, ainda encarando meu reflexo desprezível.

─ A princesa apenas fez aquilo que julgou melhor.

─ Eu fui covarde - declaro, então nego com a cabeça ─ Mas como empunhar algo tão pesado e desregular na mão? Parecia impossível! ─ levanto da cadeira, me virando em sua direção, e seus olhos permanecem firmes em meu rosto ─ Mas você! Você deveria tê-lo arrancado a cabeça! ─ acuso, e seu rosto demonstra confusão.

─ Alteza, como eu poderia... ─ hesita

─ Inútil ─ desliza fácil por minha boca ─ Não é um guerreiro? Pois então, deveria tê-lo feito! ─ não vejo compreensão em seu rosto pálido, mas por alguma razão, seu corpo se curva a mim.

─ Peço perdão ─ inspiro o ar, piscando em demora ─ ponderei, pois não queria que uma atitude minha a prejudicasse.

Bom, certamente o rei ficaria furioso... Isso é um fato! Mas não me amedronta. Não tenho medo dele, no mínimo desprezo.

─ Então teria o matado? ─ dou um passo em sua direção, erguendo o queixo quando o rosto dele subiu ao meu.

Aquele rosto, aqueles olhos... O que havia de errado ali? Me deixara intrigada desde o momento que esteve em minha frente pela primeira vez. A forma como suas palavras deslizaram sinceras e cruas de sua boca naquele dia me fascinaram, encontrei tanta verdade em seus lábios que temi está sendo enganada por um grande mentiroso.

─ Sendo uma vontade sua. Sim, eu teria o matado.

Por que aquelas palavras soaram como um deleite morno para minha alma? E faltou pouco para que um sorriso perverso brilhasse em meus lábios, afinal, a aparição de Krys me arrancou a atenção.

─ Minha princesa ─ ele entrou em meus aposentos, e vi o momento em que seus olhos correram pelo vestido em frangalhos no chão, logo para minha camisola ─ Aconteceu... Alguma coisa?

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⏰ Last updated: Jun 02 ⏰

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