cap 17

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Na manhã do dia seguinte, o ânimo de Minho se encontrava inferior a zero.

Ele havia demorado muito para dormir na noite anterior e, como se não bastasse, acordado três vezes durante a madrugada. A primeira foi quando pensou ter ouvido um barulho na cozinha; a segunda por ter esquecido de colocar o celular no silencioso, o que resultou numa série de notificações desnecessárias do Twitter e uma mensagem da operadora incomodando seus ouvidos e interrompendo seu descanso com vários bipes irritantes. Por fim, a última vez se deveu a um pesadelo sem sentido somado àquela sensação horrível de despertar como se estivesse caindo de um precipício. Desde então, Minho ficou revoltado e não conseguiu mais pregar os olhos. É certo dizer que aquela segunda-feira não seria um bom dia para o rapaz.

–Eu preciso ir à biblioteca para pegar um livro que meu professor pediu - disse Jennie, quando os quatro amigos estavam passando pelo campus da universidade. Ainda faltavam alguns bons minutos para a primeira aula, mas eles preferiam se dirigir aos seus respectivos prédios mais cedo para evitar o tumulto. - Alguém pode ir comigo?

–Esqueceu como se anda sozinha? - Minho resmungou sem pensar e só foi se dar conta do quanto havia soado grosseiro quando assistiu as sobrancelhas da amiga se erguerem em sua direção. -Desculpa.

–Nem me lembro qual foi a última vez que te vi irritado assim comentou Changbin. - Está passando muito tempo com o Jisung, huh?

–Você acorda de mau humor quase todos os dias e eu nunca reclamo ou fico dizendo besteiras sobre- Minho rolou os olhos dolorosamente. - Só estou cansado por não ter dormido bem, não posso mais?

- À vontade- respondeu Felix. - Eu vou à biblioteca com você, Jennie.

A morena assentiu e Changbin não tardou em dizer que também os acompanharia. Ao se ver sozinho, Minho suspirou e não pôde evitar de se sentir culpado. Ele detestava ser rude com as pessoas, ainda mais se tratando dos seus melhores amigos, mas havia dias em que simplesmente não acordava com paciência para lidar nem consigo mesmo. Decidiu, então, que ficaria calado pelo máximo de tempo que conseguisse, assim não correria o risco de chatear mais alguém. E embora eventualmente acordar com o estado de espírito afetado fosse algo normal na vida de qualquer um, Minho ainda se sentia péssimo.

Para Changbin, as bibliotecas eram a melhor e mais completa amostra do paraíso na Terra.

Ele ficava encantado por todas aquelas capas, desde as coloridas, as simples, as escuras, as novas, as desgastadas, as belas ou até as mais peculiares. Estar no meio de tantas estantes recheadas com centenas de histórias diferentes lhe trazia, além de uma paz inexplicável, a certeza de que não poderia ter escolhido um curso melhor do que o de Letras. Changbin amava livros e tudo o que podia ser relacionado a eles. Achava incrível poder imaginar cenários e rostos através das linhas, compreender todos os sentimentos que os autores queriam passar com suas palavras bem colocadas, se sentir dentro dos acontecimentos que compunham as narrativas. Era como se estivesse flutuando, pisando em nuvens.

No entanto, não foi bem essa tranquilidade interna que o Seo sentiu ao entrar na biblioteca naquele dia.

Quando viu as duas figuras lastimavelmente conhecidas paradas perto do balcão, foi como se um caminhão despejasse uma tonelada de concreto sobre suas costas. Todos os seus músculos retesaram e sua expressão, antes amena, se transformou numa carranca semelhante à que Minho sustentava há minutos atrás, enquanto na sua mente uma única dúvida clamava por resposta: o que esse infeliz faz aqui?

–Eric? - Felix arregalou os olhos quando reconheceu um dos garotos e um sorriso largo decorou seu rosto quase que imediatamente. O dito cujo se virou e também sorriu, logo envolvendo o australiano em um abraço apertado. Changbin queria morrer.

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⏰ Son güncelleme: Jun 02 ⏰

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