capítulo cinquenta e nove

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Sanchez

Meu melhor amigo é um fodido. 

Creio que talvez parte das pessoas desse morro concorde comigo e até me chame de doido por estar tão próximo de um cara como ele, ou de igualmente fodido. Mas como eu, Vicente Sanchez, poderia me manter longe de um homem tão tesudo como o meu Bryan Gabriel? Talibã é o homem mais gostoso que eu conheço, logo depois de mim, é óbvio, e seria muito loucura pensar que, depois dele ter sumido do morro e a porra de uma bomba ter estourado por lá, estou indo atrás dele após rastrear a localização do meu picudo pelo celular dele. Isso foi algo de um homem tóxico em um relacionamento? Talvez, mas só estou preocupado com o bem benzinho. Eu poderia encontrar várias formas de me declarar para o meu homem e dizer que nós dois nascemos para ficarmos juntos, mas prontamente ele pensaria na Sofia, que inclusive, foi a mulher que roubou logo o impossível: o coração do meu besto friendo desde o começo que ele se interessou por ela. Creio eu que a porra daquele coração só começou a bater desde a chegada dela.

Mas a Sosolinda é a única pessoa que eu aceito mesmo perder meu melhor amigo. Então eu até que aceito muito bem essa relação maluca entre os dois, a rejeição e ser trocado, mesmo que ele pense que eu estou interessado na garota dele e que esteja até com ciúmes. Nunca o vi assim. Mas, por outro lado, eu poderia dizer que o Talibã é a minha alma gêmea, um bagulho assim. Não na zoeira, como sempre perturbo ele, mas na seriedade - na minha mente, um tom que uso pela primeira vez -, eu e o Bryan nascemos para sermos melhores amigos. Tudo bem que ele não é a pessoa mais amigável do mundo e tá sempre me humilhando quando tem a bela oportunidade, o que é sempre, mas eu não sei o que seria da minha vida se não fosse ele. Eu definitivamente viraria a putinha do Talibã se ele pedisse, sou extremamente devoto e submisso se ele pedir que eu seja com ele. Macho gostoso, pena que eu vivo em uma relação unilateral, me atraio mais por gente que demonstra que me odeia.

Giro a chave da minha bmw m5 novinha entre os dedos, pensando que eu poderia mijar nas calças agora como um cachorro doido e completamente emocionado ao ver o seu dono no final do dia depois de tanto tempo longe, só de ver meu carro lindo no seu tom azul escuro com alguns detalhes preto que reluzem mesmo ao longe. Azul e preto é a minha cor. Até admito que essa porra é tão linda quanto o dono aqui, comprei para combinar comigo. E mesmo que eu não seja o maior admirador de carros, o Tesla do meu gostosão ainda me atrai também, então são dois pra conta. Ajeito o meu capuz preto na minha cabeça ao sentir alguns respingos de chuvisco, passando pela porta principal da casa do Dom gostoso como se fosse um palácio, aqueles de filme. É a porra do palácio enorme do crime que parece mais um manicômio. Um dia aqui e eu fico maluco.

Faço sinal para um moleque que está ali de segurança, e com a chuva se tornando mais forte, dou uma corridinha suave até a parte interna, perto da piscina. Hoje coloquei a porra dos meus óculos porque a lente quase me deixou cego mais cedo. E o chuvisco sobre o meu óculos deixa tudo borrado, mal dá pra ver algo quando meu corpo colide com alguma coisa estranha como uma parede, e logo após, escuto um grito e um barulho alto de água. Junto as sobrancelhas sem entender porra nenhuma, tirando os meus óculos e os limpando sobre a minha camisa na parte de dentro. Ao menos isso parece seco por estar só chuviscando, mas só por alguns minutos até a chuva apertar de verdade e com força. Quando coloco os óculos de volta sobre o meu rosto, semicerro os olhos ao ver uma garota dentro da piscina, e uma vontade de rir me atinge.

Uma chuva da porra e ela dentro da piscina.

Sanchez: Coragem, né? - Dou um sorriso de lado, observando ela toda se tremendo dentro da piscina. Não consigo ver muita coisa daqui porque ela está longe, mas dou um dez só pela coragem de estar ali dentro com a chuva caindo muito. Vejo como ela segura na borda como se fosse uma criança com muito medo de afundar, o cabelo todo na frente do rosto e um resmungo baixinho saindo sobre os seus lábios. Ela escorrega levemente, gritando de pavor, deslizando as mãos sobre a borda de piso que não é nada inteligente.- Mas sai daí, garota, você vai ficar doente.

Santo Forte.Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin