Lucky Ones.

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4 de maio de 2014.

Se tivesse a opção, de mandar a mãe embora da sua própria casa, Penélope o faria. Talvez naquele dia, todos os Featherington fariam. Seis horas da manhã, em um pleno domingo Portia encheu os pulmões, distribuindo gritos por toda casa, até que chegasse como um
furacão ao quarto da caçula, sem pensar em bater na porta. Se é que essa mulher pensava alguma coisa, que não fosse para benefício próprio.

— Penélope! Penélope! — Os gritos viraram notas melódicas, sem afinação  — Acorda, minha filha querida.

Portia abriu as cortinas e rodeou a cama, chacoalhando Penélope até que ela desse algum sinal de vida ou pelo menos respondesse suas perguntas.

— Desde quando você namora Colin Bridgerton e por que não me contou? — Sem ser convidada, ocupou um espaço sentando na cama e colocou a revista na frente do rosto de Penélope.

Prudence e Philippa estavam atrás da porta, para descobrir o motivo da gritaria excessiva e seus olhos quase saíram do lugar, tamanho espanto quando escutaram o que sua mãe tinha a dizer. Tentaram não fazer barulho pra não serem pegas, mas não seriam elas se conseguissem ser discretas.

— Será que não limpei o ouvido direito e tô escutando coisa? — Philippa pensou tão alto, que as palavras saíram de sua boca pra quem quisesse ouvir.

— O ouvido eu não sei, mas sua boca tá precisando de uma fita! Fica quieta. — Sussurrou Prudence e deu um tapa na cabeça de Philippa, estralando alto.

Portia revirou os olhos e ignorou, já tinha desistido de tentar compreender, como ela tinha conseguido dar a luz a duas pessoas tão burras. Manteve sua atenção em Penélope, que encarava a capa de uma revista com ela e Colin na capa, era uma foto do dia anterior, escrito em letras garrafais que eles poderiam ser o casal do momento.

— Paparazzis podem ser tão lunáticos quanto a senhora, mamãe. Não sei porque me surpreendo. —  Contra gosto, Penélope ajeitou seu corpo e sentou, sabia que sua mãe só sairia de lá com uma explicação.

— Fala direito comigo, mocinha. Não foi essa educação que eu te dei. — Resmungou incrédula com o "abuso" da menina.

"Que educação, se eu fui criada por babás?" Penélope pensou e sua língua coçou, para soltar a pergunta. Preferiu evitar mais um desgaste e se conteve com um suspiro, descrente com a mãe que tinha.

— Eu não estou namorando com o Colin, ele só me levou pra tomar café da manhã, porque estávamos de ressaca da festa que teve na sexta-feira, com a galera da escola. Não tem nada além disso. — Se pôs de pé, em frente a porta e abriu.

Suas irmãs do jeito que se encostaram, caíram como uma sequência de dominó, pra dentro do quarto. Enquanto choramingavam, alegando que haviam se machucado e só estavam preoupacadas com a mãe, Penélope ria de ambas e nem se deu o trabalho de retrucar, as duas caídas compensava a intromissão e Portia estava absorta, decidindo se acreditaria na filha, se faria mais perguntas ou se deveria incentivar um namoro, pois seria ótimo pra imagem de Penélope, que ao contrário das irmãs, não fazia tanta questão de estar diante das câmeras.

— É assim que os relacionamentos começam, a amizade vira amor e os envolvidos nem percebem. Deveria considerar, ele é um bom partido. — Sugeriu, decidida a juntar os dois.

"Menos no caso dos meus pais, que todo mundo sabe, que o casamento só aconteceu por interesse" pensou de novo, ser importunada deixava os pensamentos de Penélope aguçados, tinha resposta pra tudo, mas evitaria ao máximo discutir com Portia, ela só queria um pouco de sossego, se não fosse pedir muito.

— Tá bom, mãe. Agora se puderem me dar licença, eu gostaria de voltar a dormir. — Inclinou a cabeça em direção a porta, esperando impaciente que as três se retirassem.

Blue Velvet | Polin.Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang