Capítulo 26 - Travessuras

463 74 16
                                    

— Severus, presumo que sua conversa com Hagrid correu bem?

Severus era adulto, e já o era há algum tempo. Ele pode resistir ao impulso infantil de revirar os olhos para Albus Dumbledore. Ele estava acostumado com o diretor fazendo pouco caso das situações mais sérias. Era irritante, mas mais de uma década trabalhando para o homem o havia vacinado.

Sua determinação vacilou quando Dumbledore riu.

— Pela sua expressão, suponho que seja um não.

— Pelo contrário, diretor, — Severus disse, sem se sentar. Ele preferia ficar na presença de Dumbledore, pois isso lhe dava algum controle. — Tudo correu tão bem quanto qualquer um poderia esperar, já que Hagrid escapou por pouco de uma temporada em Azkaban. Trazer um ovo de dragão para a escola, entre todas as coisas idiotas. Certamente isso é motivo para demissão?

Dumbledore sorriu calorosamente para ele. — Não, não acredito, Severus. Sempre confiei em Hagrid. Tenho certeza de que se o ovo tivesse eclodido ele o teria sob controle.

— Era um Ridgeback norueguês, — Severus praticamente sibilou. — Temos centenas de crianças aqui, Albus. Se você se lembra, os Ridgebacks quase foram levados à extinção devido à sua predileção por atacar crianças.

Dumbledore continuou sorrindo. — Parece que me lembro que eles têm preferência por filhotes de baleia.

— Não ensinamos filhotes de baleia em Hogwarts!

Dumbledore riu novamente. — Suponho que não, meu querido garoto. A reserva Rômenia ficou muito feliz em tirar o ovo das mãos de Hagrid. Que sorte para nós, o jovem Charles Wesley, escolheu uma reserva tão diversificada para trabalhar. Eles terão um casal reprodutor agora!

— Maravilhoso, — Severus disse secamente. — Eu perguntei onde Hagrid comprou o ovo. Ele me informou que não estava negociando dragões ilegalmente...

— Pequenas misericórdias, — disse Dumbledore alegremente.

— Mas que ele ganhou em um jogo de cartas no Cabeça de Javali.

Dumbledore coçou a barba. — A Cabeça de Javali? Estranho eu não ter ouvido falar disso...
Severus revirou os olhos então. Ele não tinha interesse no drama familiar de Dumbledore. — Hagrid se lembrava pouco da noite, mas percebi que a pessoa nunca revelou seu rosto. Hagrid não conseguiu identificá-los. Após algum... convencimento... consegui que ele transmitisse a conversa que teve.

Severus fez uma pausa então. Ele não costumava usar a oclumência para suprimir suas emoções, pois as repercussões poderiam ser desastrosas, mas a estupidez abjeta de Hagrid era irritante. Severus muitas vezes ficava furioso e conseguia controlar sua reação. Ensinar as crianças a trabalhar com poções voláteis fazia isso com uma pessoa.

— Albus, — disse ele, — Hagrid falou do Cerberus.

— Fofo, sim, — disse Dumbledore, com os olhos brilhando.

— Fofo, — Severus concordou relutantemente. — Ele disse ao estranho a chave para passar por aquela criatura.

O brilho se intensificou. — Ah sim. Pelo que me lembro, o jovem Sr. Longbottom encontrou a informação em um livro da biblioteca. Desde então, removi-o e todas as referências a Cerberus por enquanto, mas parece que a informação ainda foi divulgada.

— Sim, — Severus disse com os dentes cerrados. — Mais uma vez, gostaria de expressar minhas preocupações em relação à... pista de obstáculos... dentro do castelo. Qualquer criança poderia superar esses truques simples, Albus. E agora que o Cerberus foi comprometido, não vejo razão para confinar a criatura no castelo. Ele está preso na mesma sala há meses, o que, por qualquer métrica, é cruel.

Holly Potter - Entre Mundos e VarinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora