capítulo 38

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Luna Almeida
Lipsia, Alemanha
2010

— você está brincando comigo? —  suas sobrancelhas se juntaram —  como você quer treinar e passar o dia todo bem se comeu apenas durante manhã? Você quer treinar bem, então deve se manter bem alimentada para energia.isso é o básico que deveria saber algum dia quer ser uma bailarina reconhecida.

Eu baixei a cabeça, olhando meus pés machucados enquanto esperava o mal estar passar e a minha canseira ir embora,para assim pudesse caminhar para casa. Eu não estava bem, normalmente sempre consigo aguentar o dia inteiro, mas hoje está sendo impossível. A cada respiração sentia minha energia se esvaindo parte por parte.

— me siga — ele passou por mim pela porta e o cheiro masculino e forte se empregou entre meu nariz enquanto o corpo grande e cheio caminhava entre os corredores com a suas mãos no bolso da sua calça jeans.

Eu caminhava com dificuldade tentando acompanhar os passos rápidos dele até o vim do corredor. A dor e exaustão me puxavam para baixo e meus olhos pareciam querer se fechar e não abrir mais, se eu pudesse.....

Me perguntava como, ele sabia tão bem onde ficava as salas certinho? Será que ele já esteve aqui antes ?

Paramos em frente a porta onde estava escrito em uma placa dourada com tinta gasta " enfermaria". Os dedos enormes de sua mão pegaram a maçaneta e a giraram, entrando no local e sentindo o quão gélido estava lá dentro. Os ar condicionados estavam todos desligados mas não impedia de um vento frio passear por todo meu corpo.

— sente-se na maca —  ele apontou para a maca e fui caminhando em passos doidos até lá.

— porque você não comeu ? — os olhos escuros e intensos que pareciam me devorar me observavam com cautela.

Me senti envergonhada enquanto seu olhar estava em mim, me analisando e reparando em cada detalhe do meu corpo mesmo com essa roupa de balé. Minhas coxas estavam exposta e o vi encarar a região antes de voltar a me observar nos olhos.

— eu não sinto vontade — eu tinha medo de comer demais e acabar engordando precisava emagrecer se não nunca iria me tornar uma bailarina de sucesso.

— você provavelmente quer ser reconhecida e famosa na área do balé — ele começou a falar enquanto se aproximava da maca,se colocando uma cadeira que tinha em frente e analisando meus pés machucados — caramba como você conseguiu treinar todo esse tempo com esses pés machucados?

— você não está se cuidando e muito menos desse bebê dentro da sua barriga! O dia inteiro comendo apenas uma refeição?

— não sinto fome,e normalmente tenho energia para isso, e eu estou me cuidando e do meu bebê sim — falei soando grosseira.

— não é isso que está parecendo, já viu seu rosto no espelho? Está pálida e com olheiras. Como pretende seguir com a gravidez agindo assim? — aponta para ele limpando meus machucados me fazendo desviar o olhar envergonhada.

— vamos vou te levar  para comer — diz, me pegando no colo, tento descer mas ele só me aperta mas em seus braços.

[•••]

Eu podia sentir o ventinho gélido ir de encontro com a minha pele esbranquiçada, fornecendo calafrios pelo meu corpo. Era uma noite serena de inverno, apenas o barulho do rádio do seu carro ecoava pelo ambiente silencioso, as árvores se encontram um pouquinho apagadas pela neblina, assim como os postes de luzes amareladas e aconchegantes.A lua estava presente no céu como um pontinho de luz na escuridão, completamente encantadora.

Eu estava com cautela do seu lado andando pelas ruas serenas da cidadezinha de lipsia, enquanto eu segurava o pequeno pingente de uma pequena bailarina da corrente prateada e delicada em meu pescoço, me encontrava apreensiva em virtude do silêncio que soava ao nosso redor. Entretanto, me senti um pouquinho mas aliviada quando avistei uma  pracinha, mas então o carro para em outra direção.

— onde estamos? — pergunto olhando ao redor tentando entender a onde ele tinha me trazido.

— não está óbvio? Numa hamburgueria —diz, tirando o cinto me fazendo encará-lo incrédula.

— eu... Não vou entrar com essa roupa — digo, chamando a sua atenção o que o faz me encarar com a expressão seria.

— fica aqui e não ouse sair se não você não irá gostar ou talvez goste — diz, batendo a porta com força do carro.

Não pude deixar de reparar na praça ao lado até tom me tirar dos meus pensamentos me chamando.

— toma experimenta irá gostar — diz, começando a devorar seu lanche me fazendo encará-lo incrédula como ele conseguia comer numa facilidade.

Isso só irá me engordar, mas preciso me alimentar pelo meu neném.

—  coma não irei falar se novo.

Respiro fundo e resolvo dar uma mordida me fazendo encará-lo, por Deus isso era bom demais!

O vejo me encarar dando uma risada nasal mas apenas dou de ombros e continuo devorar o minhas batatas.

por favor não sejam leituras fantasmas.

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