𝒮𝒰𝑅𝒱𝐼𝒱𝒪𝑅 ˊ | Darry Jeener

CHAPTER THREE - i'm scared...

Depois que Darry voltou, ele permaneceu em um silêncio perturbador, afundado em seus próprios pensamentos e lembranças sombrias. Seu olhar estava distante e vazio, como se estivesse preso em um pesadelo do qual não conseguia escapar. As meninas tentaram conversar com ele, mas ele não respondia a nenhuma de suas perguntas. Trish, percebendo a gravidade da situação, assumiu a direção do carro.

── Será que dá pra dizer alguma coisa? ── Trish pediu, a voz carregada de preocupação, enquanto seus olhos vasculhavam o painel, notando o tanque de gasolina se esvaziando rapidamente.

── Darry, amor, quer um pouco de água? ── Lisa perguntou suavemente, aproximando-se dele e passando delicadamente a mão pelo rosto sujo e machucado do jovem. ── Meu Deus, você está imundo.

Darry pareceu sair de seu transe por um momento, seus olhos focando em Lisa. Ele a reconheceu e, como se todo o seu medo e angústia tivessem encontrado uma saída, ele se agarrou a ela, desabando em seus braços. Seu corpo tremia como o de um bebê assustado, buscando consolo.

── Melisa... ── ele murmurou, a voz carregada de desespero. ── Estou com medo.

── Shh, eu sei, estou aqui. Vai ficar tudo bem ── Lisa respondeu suavemente, suas mãos acariciando os cabelos e as costas de Darry, tentando acalmá-lo. Ela trocou um olhar preocupado com Trish, que dirigia em silêncio, mas também claramente assustada.

Aquilo não era típico de Darry. Ele sempre foi forte, raramente se deixava abater. Algo terrível devia ter acontecido para deixá-lo nesse estado. Lisa podia ver isso nos olhos dele, nos tremores incontroláveis de seu corpo.

Finalmente, depois de alguns minutos de tremores e lágrimas silenciosas, Darry se recostou no banco, tentando recuperar o fôlego. Sua respiração era irregular, e ele parecia lutar para encontrar as palavras certas.

── Ela perdeu a cabeça ── ele começou, a voz ainda baixa e trêmula. ── Darla perdeu a cabeça, assim como disseram. E sabe o que ele fez, Trish? ── Darry fez uma pausa, como se reviver aquele momento fosse quase insuportável. ── Ele costurou de volta...

A tensão no carro era palpável. Trish apertou o volante com força, seu rosto refletindo a mesma mistura de horror e incredulidade que Lisa sentia. O que Darry tinha visto? E quem era "ele"? As respostas pareciam ainda mais aterrorizantes do que as perguntas não ditas.

Depois de alguns minutos tensos, o trio parou em um posto de gasolina solitário à beira da estrada. Durante todo o trajeto, Darry permaneceu agarrado a Lisa, como se ela fosse seu único ponto de apoio na realidade.

Assim que desceram do carro, um caminhão velho e barulhento passou pela estrada. O motor roncava alto, e a pintura descascada refletia a luz dos postes. O motorista lançou-lhes um olhar penetrante, e por um breve e tenso momento, seus olhares se cruzaram.

── Ele tá indo para lá ── Trish disse, sua voz carregada de urgência e medo. ── Ele vai descobrir. Vamos, rápido! ── Ela puxou Darry e Lisa apressadamente em direção à lanchonete do posto.

A lanchonete estava iluminada por luzes fluorescentes que davam ao ambiente um ar frio e impessoal. O cheiro de café velho e gordura pairava no ar. Trish abriu a porta com força, fazendo o sino acima dela tilintar alto, atraindo os olhares dos poucos clientes presentes.

── Com licença, precisamos de ajuda ── Trish anunciou em alto e bom tom, silenciando a conversa no local e recebendo olhares curiosos e preocupados. ── Precisamos ligar para a polícia, por favor.

A garçonete, uma mulher de meia-idade com expressão cansada, hesitou por um momento, mas indicou o telefone no canto da lanchonete com um aceno de cabeça.