013.

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O DIA ANOITECEU, e Athena continuava sentada perto da entrada do salão comunal da Grifinória. Ou, como ela mesma chamava: a cova dos leões. Ela estava impaciente, batendo os pés e revirando os olhos uma vez ou outra.

Hermione estava em algum lugar junto a Harry e Ron desde a manhã daquele dia, e ainda não haviam voltado, o que estava começando a deixá-la preocupada.

Ou quase isso. Apesar de estar mais afetuosa em relação a Granger, alguns sentimentos básicos - como preocupação ou saudade - eram estranhos para ela; sentir-se levemente preocupada com o paradeiro de Hermione era uma sensação desconfortável. Ela não estava acostumada a sentir-se de tal forma com outra pessoa além de Jane.

Algo que também a incomodava era o fato que poderiam vê-la ali, parada igual uma louca, porém, com isso ela não estava tão preocupada. Uma mentira a mais, uma mentira a menos, não faria diferença.

Quase uma hora depois, Athena desistiu de esperar e decidiu voltar para o salão comunal de sua casa. Irritada e com dor de cabeça.

Além disso, ela sentia-se quase constrangida. Envergonhada, se fosse para ser sincera. Esperou ali, feito uma boa, como se ela e Hermione fossem namoradas. Não. Elas não eram. Estavam bem longe disso.

Enquanto caminhava pelos corredores de Hogwarts, insultos a si mesma passavam por sua cabeça.

Boba. Tola. Idiota.

- Eu só posso estar enlouquecendo! Nunca mais faço isso. Que porra, Athena! - Murmurou, balançando a cabeça em negação.

- Deu para falar sozinha agora, mocinha? - Athena sobressaltou de susto quando o Barão Sangreto surgiu na sua frente. O fantasma de sua casa.

- Fantasma fofoqueiro, quase me mata de susto!

Barão riu. Uma risada rouca e maléfica que deixou Athena arrepiada.

- Ande, ande! Não é hora de alunos estarem fora da cama!

- Por que você não morre!? Ah, me esqueci! Você já morreu! Irritante!

- Essa menina é muito estrassadinha!

Durante seu caminho por aquele corredor extenso e lotado de quadros pelas paredes, Athena ouvia os burburinhos entre as pinturas. Alguns a julgavam, outros a zoavam. Athena revirava os olhos ou respondia com alguma resposta ácida. Pessoalmente ela nunca gostou de fantasmas, muito menos das pinturas falantes.

Ao adentrar a sala comunal, ela logo viu seus amigos ali jogando o xadrez típico dos trouxas e pela primeira vez em semanas, sentiu uma genuína vontade de estar com eles. Por isso, quando Athena tirou os tênis e se aproximou da do sofá, ela não se surpreendeu com os olhares surpresos que caírem sobre ela.

Geralmente, Athena costumava preferir ficar sozinha no dormitório quando suas companheiras de quarto estavam fora. Era quando ela colocava seus pensamentos em ordem e escrevia, quando ela tinha alguém para enviar alguma carta. Comumente, suas cartas eram direcionadas à sua mãe, Lilith. Isso quando as duas estavam bem uma com a outra, o que costumava ser raro.

Naquela noite, no entanto, Athena preferiu ficar entre seus amigos, pois ela sabia que assim que fechasse os olhos para pensar, uma certa grifana chegaria em seus pensamentos e aquela era a última coisa que precisava.

Ela queria tirar Hermione Granger de sua cabeça pelas próximas horas. E nada seria melhor para isso do que seus colegas e suas idiotices de sempre.

Athena sentou-se no sofá ao lado de Calista, ficando entre a loira e Pansy.

𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐋𝐄𝐒𝐒 | 𝐇𝐄𝐑𝐌𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora