União Sinistra • Richard Rios

Capítulo 40

Richard Ríos

Enquanto eu e Hanna conversávamos sobre tudo que aconteceu durante o tempo em que estivemos afastados, esquecemos completamente que já era madrugada. Estávamos tão envolvidos na conversa, nas memórias e nos sentimentos, que o tempo simplesmente passou voando.

Richard: Eu acho que já está na hora de eu ir para casa. - eu disse, olhando o relógio e percebendo como o tempo havia passado rapidamente.

Hanna: Está muito tarde, Richard. -  Hanna respondeu, com um tom mais suave, quase sedutor. - É melhor você ficar aqui. Não quero que você dirija a essa hora da noite, se algo acontecer, vou me sentir culpada.

Richard: Hanna, eu não quero te incomodar. Já causei problemas demais.

Ela se aproximou um pouco mais, e eu senti o calor de seu corpo próximo ao meu.

Hanna: Não é incômodo nenhum. - ela disse, com um brilho nos olhos. - Além disso, ainda temos muito para conversar... e outras coisas para resolver.

Engoli em seco, meu coração disparando.

Richard: Tem certeza? Eu não quero invadir seu espaço lunático de torcedora do vasco.

Ela soltou uma risada incrível.

Hanna : Tenho certeza. Eu... senti sua falta, Colombiano. Muito mais do que eu gostaria de admitir.

Richard: Senti sua falta também, Vascaína. - respondi, minha voz saindo mais baixa do que eu esperava. - Mais do que palavras podem expressar.

Ela deu um passo mais perto, nossos rostos agora a apenas centímetros de distância.

Hanna: Fica. -  ela sussurrou, seus olhos fixos nos meus. - Vamos aproveitar essa noite. Temos tanto tempo para recuperar.

Richard: Já que insiste - disse, minha voz quase um murmúrio. - Vou ficar.

Hanna sorriu, aquele sorriso que sempre fazia meu coração acelerar, e lentamente levou a mão ao meu rosto, acariciando minha bochecha com o polegar

Hanna: Ótimo. - ela disse suavemente. -Vamos aproveitar cada momento.

Enquanto a seguia pelo corredor, nossos dedos entrelaçados, não pude deixar de sentir uma pontada de esperança e desejo. Talvez, só talvez, essa noite fosse o primeiro passo para reconstruirmos o que foi quebrado entre nós. E, quem sabe, criar algo ainda mais forte e profundo.

Ela parecia estar fervorosa, doida para se aventurar. Havia uma energia no ar, um tipo de tensão que eu podia quase tocar. Mas, para minha surpresa, quando entramos no quarto, ela simplesmente se jogou na cama e disse com uma voz tranquila:

Hanna: Está na hora de dormir, Colombiano.

Fiquei parado na porta por um momento, incrédulo. Será que eu tinha interpretado tudo errado? Tinha certeza de que havia algo mais ali, algo que ela queria dizer ou fazer. Mas ali estava ela, deitada na cama, se ajeitando debaixo das cobertas como se nada tivesse acontecido.

Richard: Você me enganou. - eu disse, rindo um pouco, tentando esconder minha frustração.

Ela se virou, apoiando a cabeça na mão e me olhando com um sorriso brincalhão.

Hanna: Não disse que seria fácil, Richard. Mas foi divertido ver a sua expressão.

Balancei a cabeça, ainda sorrindo.

Richard: Você realmente sabe como me deixar confuso.

Hanna: Considere isso uma lição. - ela disse, piscando para mim. - Agora, vem. Vamos dormir que amanhã é outro dia, e a gente precisa trabalhar.

Suspirei, resignado, mas não pude deixar de sentir um pouco de alívio misturado com a frustração. Talvez essa fosse a forma dela de me testar, de ver até onde eu estava disposto a ir para reconquistar sua confiança. E eu estava disposto a ir longe, muito longe.

Caminhei até a cama e me deitei ao seu lado, ainda um pouco desconcertado, mas determinado a aproveitar cada momento. Afinal, estar ali, ao lado dela, mesmo que fosse apenas para dormir, já era um grande passo para nós dois. 

Hanna rapidamente dormiu, e eu fiquei observando o quanto ela é linda e o quanto eu estava apaixonado por ela, eu estava disposto a enfrentar tudo pra não perder ela novamente.

Eu, depois de muito tempo, entendi o que realmente é amar alguém. Amar alguém não é tomar decisões sozinho, não é agir de maneira impulsiva sem considerar os sentimentos da outra pessoa. Amar é ouvir e ser ouvido, é construir juntos uma base sólida de confiança e respeito. É saber que em cada momento, bom ou ruim, você tem alguém ao seu lado para compartilhar o peso do mundo.

Amar é estar presente nas pequenas coisas do dia a dia, como preparar o café da manhã juntos ou caminhar de mãos dadas no parque. É apoiar os sonhos do outro e estar lá para oferecer um ombro amigo quando as coisas não saem como planejado. É saber pedir desculpas sinceramente quando erramos e mostrar com ações que estamos dispostos a melhorar.

Eu amo a Hanna, a minha vascaína, e espero que ela me perdoe de coração um dia por essa burrada que fiz. Sei que falhei, e minha decisão impulsiva a magoou profundamente. Mas estou determinado a corrigir meu erro, a mostrar para ela que sou capaz de aprender com minhas falhas e me tornar uma pessoa melhor.

Lembro-me de todos os momentos que passamos juntos: das risadas e das conversas profundas. Cada detalhe me lembra do quanto ela é especial para mim e do quanto quero fazer parte da vida dela novamente.

Sei que reconquistar a confiança dela não será fácil, mas estou disposto a fazer o que for necessário. Vou ser paciente, vou mostrar com minhas atitudes diárias que o nosso amor vale a pena. Acredito que, se houver amor verdadeiro, sempre há uma chance de recomeçar, de reconstruir o que foi quebrado e de ser felizes juntos novamente.