|18| Acerto de contas

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| Giovanna Antonelli |

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| Giovanna Antonelli |

O prazer é todo nosso! — Pensei enquanto encarava Alexandre, sentindo sua mão apertar forte a minha, lembrando de cada uma das sensações que suas mãos causam em meu corpo. Ele estava ainda mais gostoso usando aquele terno escuro de grife.

Quando reconheci sua silhueta entrando no restaurante eu travei por alguns segundos, ali era um local onde o público majoritário era de alunos da UFRJ, então de cara imaginei que o safado estava se engraçando com alguma universitária. Não tem nem vergonha na cara, um marmanjo beirando os 40 anos atrás de jovens que ainda nem passaram dos 25.

No momento em que avistei ele abraçando a Nina meus olhos faltaram sair das órbitas, só entendi o que estava acontecendo quando os dois começaram a caminhar em direção à mesa que eu dividia com o Humberto.

Nina e Alexandre sorriam, um sorriso era a cópia fiel do outro.

Puta merda! Quais eram as chances? Como eu fui tão burra? Estava ali na minha cara esse tempo inteiro.

Eu estava transando com o pai da minha aluna e eu quase fui pega da última vez. Quando eu digo "estava" era no passado mesmo e realmente havia sido a última vez, por minha culpa.

Ele soltou minha mão, mas não tirou os olhos dos meus, seu olhar era duro cheio de palavras não ditas mas que eu era capaz de compreender perfeitamente.

— E esse é o nosso professor de imunologia — ouvi a voz de Nina outra vez.

— Prazer, Humberto Carrão — ele estendeu a mão e Alexandre apertou, limitando-se a um aceno de cabeça e mais nem uma palavra.

Notei quando o Humberto massageou a própria mão, provavelmente Alexandre tinha exagerado no aperto e esmagado seus dedos sem piedade.

E a sobremesa foi servida antes mesmo do almoço: Torta de Climão.

Passei as mãos pela minha calça jeans, nervosa, eu não sabia o que fazer, maldita hora que aceitei vir na frente junto com o Humberto, eu iria matar as outras duas colegas que combinaram de almoçar conosco e não haviam chegado ainda.

Não que eu devesse alguma explicação para o Alexandre, mas eu não precisava que ele achasse que eu e o Humberto somos um casal que sai para almoçar quando eu não aceitei sequer um café da manhã na cama vindo dele.

— Bom, vamos deixar vocês almoçarem, vamos voltar pra nossa mesa né, pai? — Nina falou com a simpatia de sempre.

— Claro — Alexandre se virou para mim — não queremos atrapalhar o casal, tenham um bom apetite.

Não gostei do tom que ele deu à frase e muito menos da colocação da palavra "casal", isso é ciúmes por um acaso? Não é ele que está de rolo com uma promotora bonitona? Deveria estar de olho nela e não em com quem eu almoço ou deixo de almoçar. Ridículo.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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