CAPÍTULO 7

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Passo o polegar em meu lábio inferior quente pelos beijos intensos com o Daniel

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Passo o polegar em meu lábio inferior quente pelos beijos intensos com o Daniel. Porra, eu beijei o homem pelo qual estou atraído e ele está pisando na terra árida do meu coração quando, até o conhecer, acreditava ser hétero. Os lábios do soldado baixinho são macios, hidratados e tão delicioso quanto seu sabor.

Minha maior cobrança e confusão é justamente por nunca ter percebido minha verdadeira orientação sexual. Ainda estou lidando com isso. Coloco os braços para frente do corpo, com uma mão por cima da outra, abertas, querendo evitar que meu pai veja o meu estado de excitação.

Diante do silêncio constrangedor que se instalou, percebo as bochechas do soldado que estou a fim ficarem rubras. Seus lábios estão levemente inchados. Fui bruto e por um momento pensei que ele não fosse corresponder. Eu estava cheio de desejo e gana, não consegui resistir e não queria assustá-lo, afinal, ele é heterossexual.

— É ótimo revê-lo, Daniel. Apesar de estar aposentado da liderança, costumo acompanhar a desenvoltura dos soldados — meu pai diz para o Daniel que parece estar doido para sair correndo.

— É sempre uma honra reencontrá-lo, senhor. B-Bom, eu preciso ir. Com licença.

E saí sem olhar para trás. Tenho vontade de correr atrás dele como a porra de um cachorrinho, mas sei que não terei como esconder o que acabou de acontecer aqui para o meu pai.

Meus olhos seguem os passos do Daniel, descendo pelo seu corpo. Ele costuma usar roupas com números maiores do que o seu. Talvez seja o estilo dele. Perco-me no movimento dos seus quadris, esperando que não entre em um dilema e possa nos dar uma oportunidade de nos conhecer, entender esses sentimentos conflitantes e avassaladores.

Fico tão pedido pensando no baixinho que demoro a perceber a mão do meu pai descendo e subindo em frente à minha face.

— Pai, precisamos conversar — solto, angustiado e com o coração ultrapassando a frequência normal.

As portas do elevador se fecham e meu pai me encara com uma expressão divertida.

— Filho, acredita no pai, você não é gay. Pelo que pude perceber, o soldado Daniel Lee é o homem que está causando essa confusão sobre sua orientação sexual — deduz com sua sagacidade.

Ergo os braços, mas logo retorno os braços e mãos para a mesma posição, pois meu pau continua amolecendo. Meu pai ergue uma sobrancelha loira, com um meio-sorriso brincando em seus lábios.

— Que toque a última trombeta se eu não for gay — digo exasperado. — Estou atraído por um homem, após anos ficando com mulheres, recusei uma mulher gostosa, pois não fiquei com tesão nela, e há poucos minutos estava beijando um homem pela primeira vez na minha vida. E foi gostoso, pai. Foi um beijo do caralho.

O melhor beijo da minha vida.

— Tem pessoas que demoram para se conhecerem e se aceitarem de verdade. Principalmente as que se sentem oprimidas pelas opiniões da sociedade ou pela própria família. Sua mãe e eu sempre conversamos com você e com seus irmãos sobre educação sexual, biologia e não temos preconceito, tabus. E sua crise é sobre esses sentimentos novos que nunca sentiu antes por nenhuma mulher. Entendo, faz sentido. Tem que conversar com o Daniel.

ATROZ  (SERPENTES E ANARQUIA)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora