Capítulo 36

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Bella estava sentada na janela do quarto, olhando para o horizonte com olhos vazios. Três anos haviam se passado desde que fora sequestrada novamente, e sua vida se tornara um pesadelo constante. Contra sua vontade, fora forçada a casar-se com o homem que odiava. A cerimônia fora luxuosa, mas para ela, não passava de um espetáculo grotesco.

Os dias de Bella eram uma monotonia insuportável. Passava a maior parte do tempo trancada no quarto, lendo livros que não conseguia se concentrar, olhando pela janela a um mundo que parecia cada vez mais distante.

Cada noite era uma repetição do mesmo pesadelo ,onde seu corpo era tomado contra sua vontade, e ela se sentia cada vez mais destruída por dentro.

Durante o dia, ele agia como se fossem um casal normal.
Levava-a para almoços e jantares, cercava-a de luxo e presentes caros, mas nada disso conseguia apagar a dor e o desespero que Bella sentia. Ela era uma prisioneira em um casamento que nunca escolhera, e cada presente, cada gesto de " carinho", era um lembrete de sua prisão.

Bella evitava qualquer contato  com ele durante o dia, refugiando-se no quarto sempre que podia. Ela se sentia como um fantasma, vagando sem propósito, sem esperança. A única coisa que a mantinha viva era a tênue esperança de que um dia conseguiria escapar.

Os poucos momentos de paz que encontrava eram em seus sonhos, onde imaginava um mundo sem ele, novamente. Mas esses sonhos eram sempre interrompidos pela realidade cruel de seu casamento forçado.

Um dia, enquanto estava sentada na janela, Bella fechou os olhos e deixou que as lágrimas fluíssem livremente. Ela sabia que a vida que estava vivendo não era vida de verdade. Era apenas uma sobrevivência amarga, uma luta constante para manter a sanidade enquanto era consumida pela escuridão que ele trouxera para sua vida.

Saio daquela enorme mansão de frente para o mar, onde vejo aqua enorme beleza onde não pude desfrutar devidamente, vou caminhando sem rumo até a ponta de uma praia e memórias vem e voltam como as ondas do mar, gostaria de minha liberdade fosse minha como as ondas são do mar, porém ao mesmo tempo não são, sento-me na areia e passo meus dedos por ela, tão fofa, aqueles milhares de grãos claros tons de creme, a brisa bate no meu corpo e deixo-a penetrar em minhas narinas, respirando aquele ar, o mormaso da praia exala e capto aquela paz, estou cercada em uma ilha onde não consigo avistar uma costa próxima, nem se eu quisse sair daqui para onde eu iria, todos aqueles do qual achei que eram meus amigos, não eram, as vezes penso se Rita tinha alguma relação a isso, em ter me ajudado no meu momento mais triste onde tentava fugir de Lorenzo.

Se quando ela me emprestou aquelas joias e sabia onde eu iria, antes memso de eu saber, será que ela sabia?

Me pergunto todos os dias.

Não vejo Everton desde aquele dia, será que ele se sente culpado, ele parecia gostar tanto de mim, lágrimas descem descontroladamente do meu rosto quando penso nisso.

Pego um lápis e um caderno que levei comigo para tentar desabafar o que venho sentindo durante anos, talvez isso possa me ajudar a me deparar com essa realidade agora, eu sei que não posso pensar desta forma, mais é difícil quando todas as coisas estão contra você.

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