Às vezes, penso em sequestrar Marjorie. Não sei por que não chego a fazer isso. Até parece que a vida que estou vivendo atualmente poderia ser pior.
Pelo menos quando eu estava presa naquele lugar havia um motivo que me impedia de ver minha filha.
Mas agora o único motivo é o Bucky.
Não quero odiá-lo, ele é a minha pessoa favorita no mundo . Ele só está reagindo e eu arcando com as consequências das minhas escolhas.
No entanto, neste apartamento solitário, é difícil não pensar no quanto seria ótimo simplesmente pegar Marjorie e fugir. Mesmo que me capturassem alguns dias depois. Eu poderia lhe dar tudo enquanto estivesse com ela. Sorvete, presentes, talvez uma viagem para a Disney. Teríamos uma celebração extravagante de uma semana antes de eu me entregar, e ela se lembraria disso para sempre.
Ela se lembraria de mim.
E então, quando eu terminasse de cumprir a pena pelo sequestro, ela já seria adulta. E provavelmente me perdoaria, porque quem não valorizaria uma mãe que forjou a própria morte e se sacrificou para protegê-la de caras maus. A única coisa que me impede de sequestrá-la é a possibilidade de que Bucky mude de ideia um dia. E se ele mudar de opinião e eu puder conhecer Marjorie, porque a única lembrança que tenho dela é quando era uma bebezinha. Minha ursinha, nossa ursinha.
E também tem o fato de que ela nem se lembra de mim. Ela nem sequer deve me amar. Eu estaria tirando a menina do pai que ela conhece, e, embora isso me pareça tentador, é bem provável que fosse acabar sendo uma experiência apavorante para Marjorie. Não quero tomar nenhuma decisão egoísta. Quero ser um bom exemplo para ela, porque um dia ela vai descobrir que estou viva.
Vai descobrir que eu queria participar da vida dela. Talvez ela só possa decidir por conta própria se quer ter ou não uma relação comigo daqui a treze anos, e é só por isso que vou viver os próximos treze anos de uma maneira que espero que a deixe orgulhosa.
Me aconchego no sofá e tento pegar no sono, mas não consigo. São tantos pensamentos rodopiando na minha cabeça, e nenhum deles jamais se aquieta. Passo as noites acordada, pensando em Marjorie e em Bucky. Uma parte de mim ainda está se mordendo de raiva por ele ter me impedido de ver ela e não ter ao menos me escutado. Mas outra parte se sente esperançosa quando estou em sua presença. Ele não parece me odiar.•••
Ouço batidas na porta do meu apartamento e não estava esperando ninguém. Fecho os meus olhos e respiro fundo. Rezo para que seja o Bucky mudando de ideia. Abro a porta.
" Lilly." - resmunga.
Wanda estava com semblante de preocupação, ela entra no apartamento sem ao menos que eu a convidasse.
" Acabei de sair do campo de beisebol com Marjorie. E sabia que estaria aqui ."
Ela põe a bolsa no sofá e me encara.
" Ela joga bem?"
"Joga. Mas acho que gosta mais de ficar com os amigos do que do jogo em si. Mas, se ela continuar treinando, acho que vai se dar muito bem."
" O que mais ela faz além de jogar beisebol?"
Wanda estava aqui para falar do que aconteceu, Bucky com certeza contou para ela, mas vejo que ela não está à vontade para contar o que minha filha gosta de fazer. Ela sempre quis me contar mas eu recusava em saber. Precisava me concentrar em sair do inferno em que minha vida estava. E minha família era a minha fraqueza. Eu precisava eliminar o mal pela raiz.
"Desculpe." - eu digo ." Não devia fazer perguntas que você não se sente à vontade para responder. Não tenho esse direito."
" Ele solicitará uma medida protetiva contra você."
Vejo que ela está me encarando.
"Está falando sério?"
" Estou. Queria te avisar antes que você recebesse a notificação."
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Ultraviolence - Bucky Barnes +🔞
FanfictionEssa fanfic entrará em revisão alguns pontos em breve. Ela tem um olhar meditativo e meio pesado, que eu pensava existir em apenas pessoas iguais a mim. O que pode ser tão terrível sobre a vida dessa mulher que me leva a crer que ela tenha sofrido...