Paixão de Adolescente - Gabigol

37° Capítulo

Gabriel

O caminho todo da viagem é triste, é vazio, é como se eu tivesse deixando a minha vida para trás. E realmente estou. A minha vida tem nome, sobrenome, um sorriso lindo e agora deve tá me odiando.

Como eu queria ela aqui hoje, se despedindo de mim, me dando um abraço apertando e dizendo que vai tentar me manter na vida dela, mesmo com toda a distância que vai nos separar. Mas isso não aconteceu. Isso não aconteceu, e eu tô muito mal por isso.

- Gabi... – ouço o Fabinho me chamar. Tiro o fone de ouvido, e olho para ele. - Não fica assim não, cara. Tudo vai se acertar.

- Duvido muito. – olho para ele. - Eu tentei mandar mensagem pra ela hoje, mas acho que me bloqueou. A foto dela sumiu pra mim. – sussurro.

- Mas ela não recebeu? – pergunta e eu nego. - Estranho.

- É. Pois é. – sussurro e coloco novamente meus fones de ouvido.

A música que repete várias e várias vezes o caminho inteiro até Portugal, é a que eu mandei para a Isabela alguns dias atrás.

Que fala sobre a distância, sobre estar sempre com ela em meus pensamentos, e que um dia, eu vou voltar. E ela vai tá lá, me esperando. E eu espero mesmo, que isso aconteça.

Não importa onde eu estiver
Pode vir o que vier
Nada vai destruir
Esse amor que já criou raiz...

Nosso amor criou uma raiz, que jamais vai ser destruída. Passe o tempo que passar, sempre estaremos conectados por essa raiz.

Nós aprendemos tudo com o outro, nosso primeiro beijo, foi junto. Nossa primeiro sexo, também foi juntos. Nossa primeira paixão. Nosso primeiro namoro. E isso vai ficar sempre marcado em nós dois. Eu tenho certeza disso.

- Cara, só tem essa música na sua playlist? – Fabinho arranca meu fone, e me olha. - Puta que pariu, eu não aguento mais.

- Eu tô ouvindo na minha cara.

- É, mas eu tô conseguindo ouvir. – me olha. - Porra, Gabriel. Reage. Você sempre sonhou com isso. Aproveita essa oportunidade que a vida te deu.

- Eu queria ela aqui do meu lado agora, Fábio. Eu queria ela indo comigo para Portugal. Para nós dois construímos tudo que sonhamos.

- Mas não deu, Gabriel. Não deu. Fazer o que. Não vai te fazer bem sofrer a vida toda por ela, não vai fazer bem pra sua carreira, ficar assim, triste pra sempre.

- Fábio, a família dela fez isso com ela, eu fiz isso com ela. Eu sinto como se eu tivesse trocando ela, pela minha carreira. E abandonando ela, como a família dela fez com ela. – sussurro ao pensar nisso.

E realmente, parece que eu fiz igual a família dela. Eu prometi que nunca a deixaria, e eu não cumpri. E porra, isso fez tudo ficar ainda pior.

...

Acabei de chegar em Portugal, e já fui recebido com várias câmeras da imprensa me filmando e mostrando que eu acabei de chegar para assinar com o Benfica. Tento o máximo ser simpático, mas não consigo, a minha cara diz e mostra muito bem que eu não estou nada bem.

Vou direto do aeroporto, assinar o contrato com o Benfica. Juntamente com meu empresário e com o meu pai. E eu tenho que forçar uma empolgação e uma felicidade que não existe dentro de mim.