Tartaruga-dragão : 1°Aparição

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Ao longe, podia ser vista uma ilha estranha. Ela parecia ter pouca vegetação, mas era enorme, com dois quilômetros de extensão. Uma tripulação se aproximou, e uma enorme cabeça emergiu da água, cobrindo uma área de trezentos metros. Aquela cabeça era uma montanha; aquela cabeça era uma tartaruga-dragão.

Esses seres, as tartarugas-dragão, não são muito inteligentes, mas também não são tolos. O que lhes falta em cérebro, possuem em poder, com um casco quase impenetrável, uma boca capaz de partir rochedos e garras capazes de abrir baleias como quem rasga pano com uma adaga.

Além disso, seu sopro expele um vapor escaldante de 10.000 graus Celsius, evaporando quantidades imensas de água e, muitas vezes, incendiando cidades inteiras.

Sua natureza é oriunda da própria grandeza da ganância, pois sua criação foi uma corrupção de um ser bom feito pelo deus da vida, mas que acabou sendo inclinado a acumular tesouros, através das influências do demônio da ganância.

Tartarugas-dragão não realizam comércio, mas se sentem bem tendo tesouros acumulados. Devoram navios inteiros e regurgitam as preciosidades em seus covis. Quanto mais brilhante for o lar de uma tartaruga-dragão, maior a chance de a fêmea copular com o macho, e vice-versa.

É comum cidades portuárias oferecerem tributos para as tartarugas-dragão em troca de proteção. Naturalmente, esses seres não são maus, mas sua índole é neutra. Se encontrar uma, fale dracônico ou aquoso e negocie tudo o que tem, se não quiser queimar pelo vapor de seu sopro.

É possível domesticar uma tartaruga-dragão bebê caso se consiga um dos ovos, o que é uma missão quase impossível, tendo em mente a natureza territorialista dessas ilhas vivas. Com poder suficiente, também se pode domar tartarugas adultas, com muita, mas muita dificuldade.

Então, aventureiros decidem profanar o covil de uma tartaruga-dragão. Vão para Marith, a dimensão marítima de onde esses seres vivem, uma imensidão azul absoluta, onde tudo parece pequeno, e eles pareciam minúsculos, pois só havia azul fazendo contrastes macabros de insignificância.

Ao chegar ao lugar, tesouros brilhantes podiam ser vistos. Havia de tudo: armas, tecidos, minérios, e o mais importante, um ovo daquelas criaturas. Felizes, eles dão risadas, mas em seguida ficam em choque, pois do fundo de uma caverna de vinte quilômetros, uma montanha parecia se mover, até que aquela montanha revelou ter olhos, e sua boca os engoliu por inteiro. Aquilo era uma tartaruga-dragão.

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