Capítulo XVIII

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A madrugada estava silenciosa, como de costume. Calma, tranquila. Parada. Suguru estava em pé, abraçado apenas por uma boxer escura e com os cabelos soltos caindo sobre os ombros. Já fazia algum tempo que ele estava apoiado em sua janela, enquanto tinha um cigarro aceso entre os dedos, do lado de fora. A fumacinha subia, com um fio fino, e vez ou outra, saía dos lábios, soprada.

Não se lembrava desde quando havia adquirido o hábito de fumar, só o que se lembrava era que às vezes isso o acalmava, de certa forma. Não era saudável, também sabia muito bem disso, mas era como se tirasse um gosto amargo de sua garganta. Um gosto imaginário e insistente. Mais uma das estranhezas sobre sua vida.

Suguru respirou fundo, tragando mais um pouco e observando a fumaça subir, lentamente, indo para longe e se dissipando. Como gostaria que certos pensamentos fizessem o mesmo...

Pensamentos, sonhos. Pesadelos. Ele era uma criança, por acaso, para se incomodar tanto com algo assim? Sim, ele vivia se perguntando exatamente isso. Mas também não podia evitar. Não que se lembrasse também com tanta exatidão dos detalhes, mas acreditava que eram parte da causa em seu vício pela nicotina. Por sentir algo preencher seu peito, provar que estava vivo. Por mais contraditório que parecesse.

Ele pressionou, com a mão livre, o espaço entre suas sobrancelhas, o massageando como um hábito não esquecido. Se sentia um pouco cansado de tudo isso. Hoje mesmo, havia perdido o sono depois de despertar de mais um desses, com imagens muito vívidas e... um tanto estranhas. Não tinha como definir melhor.

Não soube quanto tempo mais permaneceu ali, encarando o nada pela noite escura. Mas em algum momento, escutou uma movimentação atrás de si, e logo um resmungo preguiçoso.

— Sugu... — Satoru chamou, com a voz rouca. — Que horas são?

— Desculpe, te acordei? — O moreno, que havia se virado assim que escutou seu nome, soprou uma última vez para longe e apagou a chama pequenina daquele objeto. — O cigarro está te incomodando?

Ele ainda tivera tanto cuidado para que o cheiro incômodo não entrasse no ambiente...

Apenas uma luz fraca, vindo do poste de rua um pouco abaixo, adentrava o quarto pequeno. Assim, a pele pálida do rapaz deitado era iluminada e quase cintilava, com sua quase nudez. Satoru, que antes estava deitado de barriga para cima e coberto por um lençol fino, também usando apenas uma boxer e meias, esfregou o rosto com uma das mãos, um pouco sonolento, e logo a usou para apoiar-se sobre o cotovelo. Um sorriso morno desenhou-se em seus lábios, enquanto ambos apreciavam a visão do paraíso que era o outro homem.

— Não me incomoda. — Satoru respondeu, ainda com sono. — Por mais que eu não goste de cigarros, você fumando é um charme, sabia?

Suguru soltou um riso anasalado, apoiando-se em uma das laterais da janela. Os olhos intensos admiravam aquela palidez desse homem que parecia ter sido esculpido, de tão lindo, em sua cama. Será que um dia me acostumo?

— Estou falando sério... desculpa se te acordei.

Satoru sentiu as pálpebras pesadas, enquanto era tão aconchegante estar ali, rodeado por aquele calor e aquele aroma tão único. Apesar do calor não estar mais tão presente... Fechou-as por um instante, juntando os cílios claros, e arrumou sua posição sob o colchão macio.

— Eu também estou. Não foi você que me acordou, acho que na verdade foi sua ausência. — Brincou, com um sorriso ainda preguiçoso. — Vem cá...

Como se não pudesse negar a esse pedido, Suguru o atendeu prontamente, voltando para sua cama e se enroscando no corpo macio e quentinho. Selaram os lábios demoradamente e ficaram alguns instantes trocando carícias mornas.

Na noite anterior, eles acabaram transando ainda dentro da cafeteria, depois do rapaz albino ter provocado e levado o outro até o limite. Tudo, talvez, por culpa de um bendito avental. Depois que as delícias do momento haviam passado, o dono do estabelecimento suspirou, desacreditado com o que tinha sido levado a fazer.

Logo se certificou de que estava tudo perfeitamente trancado e organizado no local, limpou a pequena bagunça que fizeram e em seguida, eles subiram. Nem é preciso dizer que rapidamente acabaram nessa mesma cama, outra vez. Sim, naquela velha história de "amaram-se muito durante aquela noite". Ao menos, até adormecerem e um deles ser atormentado até perder o sono.

Mas agora, estavam outra vez saboreando aquele momento gostoso, como se nada do que fizessem fosse o suficiente para extinguir aquela saudade. Como se toda proximidade do mundo ainda não fosse o suficiente.

Satoru percorreu os dedos esguios pelos fios escuros lentamente enquanto ambos estavam de lado, sorrindo um sobre os lábios do outro.

Rolaram pelo colchão, parando quando Suguru estava acima, agora apoiado nos próprios braços. Seu cabelo caía delicadamente sobre o rosto pálido, fazendo cócegas.

As pálpebras, envoltas em cílios fartos e brancos, estremeceram e se abriram novamente, dando lugar aos olhos claros, que logo procuraram pelo outro e avistaram sua silhueta sobre a iluminação fraca. Foi quando uma sensação estranha tomou conta de si.

Era como se Satoru estivesse sonhando. Sonhando com algo que tivesse vivido... ou que desejasse ter vivido. Não saberia dizer. Hesitante e desorientado, ele ergueu o braço e tocou o rosto acima do seu, como se estivesse se certificando de que aquilo tudo era real. De que Suguru estava mesmo ali, com ele. De que...

— Sato... está tudo bem? — A voz rouca o chamou para a realidade, sentindo o leve tremor dos dedos pálidos contra seu rosto. — O que houve?

Quase em um fio de voz, ele logo respondia:

— Não sei, eu só... — Enquanto ainda falava, tentou buscar na memória o que foi aquilo, que tão rápido quanto viera, se dissipou. Mas agora nada mais chegava até ele. Por fim, sacudiu o rosto, como se buscasse espantar pensamentos estranhos. E puxou o outro para mais perto, sussurrando: — Deixa pra lá...

É, deixa pra lá... ecoou em sua mente, enquanto decidiu aproveitar o agora.



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Oi, bolinhos

E aí, o que acharam?

Esse cap já estava planejado há algum tempo e surgiu em um dos momentos escutando uma das músicas que mais me inspira pra essa história: "November", de PatrickReza. Sério, ele trás uma vibe muito gostosa e com um fundinho meio... melancólico? Não sei dizer, mas prestem atenção na letra quando procurarem

Fui procurar a letra pra trazer a vocês e achei até uma pequena explicação que combina demaaaaais com Retrato aaaaa [vou postar depois o link no Twitter/X, mas quem não achar, procura pelo Letras.Mus]

Enfim, espero que continuem gostando da história e que apreciem esses e os próximos capítulos, que vão continuar com o desenvolvimento desse casal perfeito e dos personagens secundários (alguém ainda shippa? Só peço que não passem a detestar um dos neném, ele não tem culpa de nada do que possa se passar em sua mente, em breve), além de uns hot mais detalhados e que estou esperando desde quando escrevi um dos primeiros capítulos (a revista, cof cof, a pesquisa, cof cof, a venda nos olhos, cof cof cof).

*Desculpem os possíveis errinhos, sempre reviso meus textos, mas às vezes tem algo que está na nossa cara e a gente não vê (se quiserem me avisar de algo que notaram, estou aberto a isso)

Enfim, até breve e não esqueçam que Ichigo ama vcs mais que coca-cola

Lembrem-se de deixar sua ⭐

E me sigam no twitter: @ Ichigocake5

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⏰ Terakhir diperbarui: Jul 28 ⏰

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