Assim que a Sra. Castor disse isso, todos começaram a vestir os casacos e se preparar para sair imediatamente. Exceto por ela mesma, que começou a juntar toda a comida que podia enquanto nós ficamos parados assistindo-a.
— Sr. Castor, me alcance aquele presunto. — ela disse gesticulando — E aqui está um pacote de chá, um pouco de açúcar e alguns fósforos.
— O que você está fazendo, Sra. Castor? — perguntou Susan.
— Embalando um pouco de comida para nós, querida. — disse a Sra. Castor — Temos uma longa jornada pela frente, não podemos ir com fome.
— Mas não temos tempo para isso! — disse Susan enquanto abotoava o casaco. — Ela pode chegar aqui a qualquer minuto.
— A casa dela não é tão perto assim. — disse a Sra. Castor. — Ela não chegará aqui por pelo menos meia hora.
— Mas deveríamos aproveitar para estarmos sempre à frente dela, não? — eu disse — E se ela chegar à Mesa de Pedra antes de nós?
— Exatamente, assim que ela entrar aqui e descobrir que fomos embora, ela correrá para a Mesa de Pedra. — complementou Peter — Ou talvez ela nem venha aqui, ela simplesmente nos pegará no meio do caminho para a Mesa.
— Mas não chegaremos lá antes dela, não importa o que façamos. — disse o Sr. Castor. — Ela estará em seu trenó e nós estaremos andando.
— Então não há esperança alguma para nós? — chorou Susan.
— Não se preocupe com isso agora, querida — disse a Sra. Castor — E é claro que há esperança. Não podemos chegar lá antes dela, mas podemos ir por caminhos que ela não espera.
— Podemos ir agora? — eu sugeri — Se esse for o caso, não temos tempo a perder.
—Aqui. — começou a Sra. Castor — Há quatro pacotes aqui, e o menor é para você, Lucy. — ela sorriu para Lucy.
— Por favor, vamos logo. — pediu Lucy.
— Estou quase pronta! — respondeu a Sra. Castor — Suponho que a máquina de costura seja muito pesada para levar conosco?
— Sim! — nós quatro dissemos ao mesmo tempo.
— Além do mais, você não poderá usá-la enquanto estivermos fugindo. — disse o Sr. Castor.
— Oh, por favor, Castores, apressem-se! — disse Lucy impacientemente.
Quando finalmente saímos, o Sr. Castor trancou a porta, esperando que isso atrasasse um pouco a Feiticeira, e todos nós começamos a andar o mais rápido possível, carregando a comida pesada em nosso braços.
A neve finalmente havia parado e, embora a lua estivesse alta, a noite estava muito escura. O Sr. Castor nos levou novamente através da represa, depois entre as árvores e depois ao lado do rio.
— Vocês devem fazer silêncio aqui, o máximo possível. — disse o Sr. Castor quando chegamos ao rio. Nós não perguntamos o porquê.
Se não fosse pela ocasião, a cena seria boa para se aproveitar. Eu não me importaria de olhar por dias para o deslumbrante rio congelado, ou as cachoeiras de gelo, ou até as árvores cobertas de neve cintilante, elas estavam brilhando ainda mais sob o luar. Mas tudo o que eu podia ver no momento eram as pequenas pernas curtas do Sr. Castor andando - quase pulando - em nossa frente.
— Vamos! Apressem-se! — O Sr. Castor ficava repetindo.
— Se ele nos disser para nos apressarmos mais uma vez, vou transformá-lo em um chapéu grande e fofo. — Peter disse e nós rimos.
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A Audaz | Pedro Pevensie
FantasyÀ medida que a Segunda Guerra Mundial se desenrola, cinco crianças são mandadas para o interior para escapar dos ataques aéreos de Londres. Os quatro irmãos, Peter, Susan, Edmund e Lucy, e a melhor amiga de infância de Susan, Clara Dugray, encontram...