𝖠𝗆𝗈𝗋 𝗉𝗋𝖺 𝖱𝖾𝖼𝗈𝗆𝖾𝖼̧𝖺𝗋 - 𝖱𝗈𝗌𝖺𝗆𝖺𝗋𝗂𝖺

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𝖡𝖾𝖺𝗍𝗋𝗂𝗓 𝖬𝖺𝖼𝖾𝖽𝗈
(Um dia depois)

Chegamos no ginásio e nos sentamos na primeira fileira da arquibancada, vendo as meninas aquecerem

── Olha mamãe, tia Rosa ── Sofia chama minha atenção e olho para a quadra

── É a titia Rosa ── concordo a encarando

Ela fazia alguns alongamentos com a Roberta, mas algo atrai sua atenção para mim. Vejo ela sorrir de longe e piscar, me fazendo soltar uma risada nasal, como uma pessoa poderia ser atraente fazendo até pequenos gestos.

Logo anunciam o início da partida e todo mundo se levanta para cantar o hino do Brasil e acho que sempre vou me emocionar ao ouvir nosso coro cantando o hino da nossa nação. Ao terminar, o hino do Japão começa e todos nos calamos em respeito.

E quando finalmente acaba, as meninas saem da quadra como sempre para se reunir e não demora até que todas voltem para a quadra, finalmente começando a partida.

Sofia grita e bate palmas em meu colo, completamente empolgada e Malu grita ao meu lado. Logo no início o Japão marca dois pontos, mas então Ana Cristina abre o placar para o Brasil, fazendo todos comemorarem. E depois de a seleção japonesa marcar o terceiro ponto, Rosamaria marca o segundo para o nosso time.

── ISSO ── grito quando ela, novamente, marca ponto, igualando o placar ── não precisa de tanta força ── reclamo quando seu saque é muito forte e cede ponto para a equipe rival

── Calma, minha filha! Tá só no começo ── minha amiga diz e eu aceno

Uma das japonesas também faz saque forte demais e o ponto vem para o nosso time, empatando o placar de novo. Infelizmente, Nyeme não defende um dos ataques e é ponto para o Japão, mas logo uma das jogadoras japonesas erra o saque e a bola bate na rede, ponto pro Brasil.

O time do Japão faz uma pausa para conversar estratégia com o técnico e o placar está 16x15 para a gente. E assim que voltamos já marcamos mais um ponto, nos deixando em vantagem de dois pontos.

Depois de muitos ataques certeiros e bloqueios incríveis, o primeiro set se encerra e logo um funk pode ser ouvido, o que me faz começar a dançar com minha filha que também se mexe em meu colo.

── Vou comprar água, quer? ── Malu pergunta se levantando

── Por favor ── respondo

Me sento na cadeira e pego meu celular, tirando algumas fotos com Sofia, estava tão entretida nas fotos que nem percebo um cara se sentando ao meu lado, na cadeira de Malu

── Esse lugar tem dona ── aviso o encarando

── Tudo bem, não vou ficar muito tempo. Só te achei bonita e quis pedir seu número ── fala sem rodeios e eu fico sem reação

Odeio ficar surpresa com as palavras das pessoas e demorar de reagir.

── O que te faz pensar que eu te daria meu número? ── arqueio a sobrancelha e ele sorri

── Nada. Já tinha o não, então não me custava buscar o sim ── responde simples o que me faz rir

── Interessante sua lógica, mas sinto em te dizer que a resposta é não mesmo ── digo, ainda sorrindo, mas firme na decisão.

── Tudo bem, eu tentei ── ele levanta as mãos em rendição, mas não parece ofendido. Pelo contrário, ele mantém o sorriso no rosto, como se estivesse satisfeito com a interação.

── Só para constar, não costumo dar meu número para estranhos ── explico, não querendo parecer rude.

── Entendo perfeitamente. Talvez numa próxima vez? ── ele pergunta, com um brilho de esperança nos olhos.