capítulo 17: uma relação de pai e filho

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Horas após o ocorrido, Henry sai dos aposentos e vai para o jardim do castelo, onde tinha várias flores e alguns bancos, Henry então anda e observa as flores ali presentes, por algum motivo aquilo lembrava a mãe dele... a mãe dele amava flores, principalmente margaridas.
Ele se senta em um dos bancos e ele abre a mão e um caderno pequeno aparece junto de uma caneta, e ele fica escrevendo algumas coisas, aquele era o diário dele.

Após alguns minutos sentado sozinho, Jean aparece e diz..

–Finalmente decidiu sair do quarto! —Ele brinca

–Eu precisava pensar, apenas isso. –Diz Henry, ainda escrevendo

Jean se senta ao lado dele e diz

–Quer conversar? —Ele pergunta, tentando se aproximar de Henry

Henry fecha o caderno e respira fundo...

–Eu sei o que você está tentando fazer, e por favor, não faz isso. –Henry parece estressado, porém tentando não ser grosso

–Eu não estou tentando fazer nada, apenas tentando ajudar o meu filho. –Diz Jean

–Você tá agindo como se fôssemos próximos, e não somos,  eu nem te conheço direito. –Diz Henry parecendo pensativo

–Eu sei disso.. por isso estou aqui, quero tentar ter essa proximidade... por mais de 12 anos estivemos longe um do outro, por isso, acho que poderiamos começar de algum lugar, não acha..? —Jean diz isso com um gentil sorriso

–É difícil... a minha vida toda eu escutei que você foi embora sem dar motivos, e que abandonou a mamãe... e depois de anos eu descubro que na verdade você não teve nenhuma culpa... porém eu não consigo de certa forma aceitar isso... você entende? —Henry diz, de forma sincera

–Eu entendo, eu não posso mudar o que aconteceu no passado, porém, podemos recomeçar, do início. —Jean diz

–Vai levar um tempo para que eu consiga aceitar isso.. mas ok, eu aceito isso. —Henry diz enquanto olha para Jean

Jean respira

–Mas não é isso que está deixando você assim... o que foi? –Jean diz querendo ajudar Henry

–É aquele lance com o Kira... eu falei que aceito sem pensar duas vezes, mas eu aceitei para mostrar que ele tá errado, não porque eu queria... e além do mais, de certa forma, não quero ter que me afastar de novo, eu sei que eu falei que iria, mas não sei se quero, para falar a verdade eu sempre faço o que eu quero, nunca o que os outros querem. Porém dessa vez eu não consegui fazer o que eu queria, que era fazer diferente... provavelmente ele vai querer me testar através do meu poder.

Jean escuta tudo e diz

–O seu avô nem sempre foi assim, Henry. Quando eu e o meu irmão éramos pequenos, eu tenho lembranças dele, e eram lembranças boas, ele era feliz, porém aconteceu alguma coisa que fez ele ficar assim... ninguém nunca soube o que de fato aconteceu, mas deve ter sido algo grave porque ele simplesmente mudou do dia para noite. –Jean diz em tom pensativo

–Talvez... mas mesmo assim, foi escolha dele ter se tornado assim, as pessoas tem escolhas, ninguém nasce bom ou mal, mas as decisões tornam a pessoa.. mas também temos que ver por outro lado, tem que haver motivos...

Jean solta um pequeno sorriso

–Você me lembra a minha adolescência, quando eu era jovem, eu sempre pensava que as pessoas ruins não eram tão ruins, sabe? Os heróis lutam para proteger as pessoas, e os vilões... são capazes de fazer coisas horríveis pelas pessoas que amam, no final das contas, ninguém é tão bom e muito menos tão mal.. é questão de pontos de vistas diferentes, porém, são jeitos de agir diferentes. –Diz Jean enquanto olha para cima

–Eu entendo alguns vilões... As vezes a gente só quer matar quem nos fez mal, machucar, porém a parte ruim é o que acontece depois... a culpa, agonia, e várias outras coisas. –Diz Henry, pensativo

–Você já tentou fazer alguma coisa que te fez se tornar o vilão? –Jean pergunta

Henry fica um pouco tenso e receoso e então diz..

–Sim, não faz tanto tempo... Eu encontrei o assassino da mamãe, eu fiquei tão... bravo e eu só pensava em machucar ele, em matar ele... mas quando eu estava prestes a matá-lo eu pude ver seu rosto... Ele tinha uma expressão de medo, ele estava com medo de mim, e foi então que eu pensei.... Se eu fizesse aquilo, o que me faria melhor que ele? E então eu deixei ele ir, não consegui vingar a mamãe... ao mesmo tempo que eu fiquei aliviado de não ter seguido em frente... isso me destruiu por dentro, desde pequeno eu sempre voltava para aquele dia... o jeito que tudo aconteceu... imagina como foi para uma criança de 5 anos ver a mãe morrer e não entender nada do que estava acontecendo...

Pela primeira vez Jean vê Henry se abrindo e que escorre algumas lágrimas em seu rosto enquanto ele conta tudo

–Eu queria estar com você para te ajudar a lidar com isso... eu nem imagino o que você passou... –Jean diz com um tom acolhedor

–As vezes eu queria ela aqui, talvez as coisas seriam mais fácil.. Ela sempre sabia o que fazer. –Henry diz olhando para uma das margaridas do jardim

Jean então puxa Henry e o abraça.. com força e diz

–Ela sempre estará com você, filho. —Em um tom gentil

Henry paralisa e aos poucos aperta o abraço em silêncio e encosta a cabeça no peito do Jean, para esconder o rosto, que claramente era de tristeza

Jean levanta a cabeça de Henry

–Agora... vamos, eu falei que iria te ajudar a treinar, temos bastante trabalho..

–Vamos.. pai. –Henry diz com um tom calmo

Jean fica surpreso com o Henry ter o chamado de pai, e isso ele ficar feliz

Ambos saem e andam até o campo de treinamento, onde Henry irá treinar não só sua magia, mas também seus sentidos e sua luta corpo a corpo.

                           *continua*

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