CHAPTER 36

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"A VERDADE SEMPRE VEM ATONA"



Em um instante, ele está preso contra uma árvore, Hope mostra os dentes, suas presas afiadas cintilam sob a luz prateada da lua que mal atravessa a copa das árvores, e o veneno que escorre delas brilha em um fio quase transparente, rosna, um som gutural e feroz que vibra em seu peito, reverberando pela clareira escura, a raiva em seus olhos é evidente, e cada músculo do seu corpo está pronto para o ataque. Porém, ele não parece nem um pouco assustado, seus olhos, sombrios e calculistas, permanecem fixos nos dela, sem vacilar, o coração dele bate num ritmo lento e controlado, como se soubesse de algo que Hope desconhece, como se tivesse uma carta na manga, esse ar de superioridade a irrita ainda mais, ela range os dentes, tentando manter o controle, Josie sumiu, e ela está quase certa de que ele é o responsável.

Os dedos dela apertam mais firmemente em volta do pescoço dele, sentindo a carne ceder sob sua força, seria tão fácil esmagá-lo, sentir o estalar dos ossos quebrando sob sua pressão, bastaria um pequeno movimento, poderia arrancar o coração dele em uma fração de segundo, vê-lo parar de bater diante de seus olhos, mas Josie, ela não poderia arriscar, ele poderia ser o único a saber onde Josie está, frustrada, decide pelo menos extravasar sua fúria, mesmo que não possa matá-lo agora, pode feri-lo, com força descomunal, ela o soca, o som dos golpes ecoa pela clareira silenciosa, cada soco atinge o rosto, o peito, os braços dele, com uma força que faria qualquer humano desabar em gritos de dor, seus ossos despedaçados, mas ele não é humano, isso só aumenta a frustração de Hope. Ela dá um soco em seu rosto com tanta violência que sente o nariz dele se quebrar sob seus dedos, o sangue espirra em seu rosto, quente e viscoso, tingindo suas bochechas, ainda assim, ele ri, uma risada profunda que faz a raiva de Hope borbulhar ainda mais.

— Onde diabos está minha namorada? — ela grita, sua voz cortante e carregada de desespero, o som ecoa na noite, mas ele só continua rindo, como se estivesse imune à dor e à ameaça. Ela o balança pelo pescoço, aproximando o rosto dele ao dela, sua expressão repleta de ódio e fúria.

— O que é tão engraçado? — ela sussurra, cada palavra saindo entre dentes cerrados, ele sorri, o sangue escorrendo de seu nariz quebrado, manchando seus lábios.

— Para uma tríbrida, você é surpreendentemente cega quando a mágica está acontecendo bem na sua frente — ele responde, com uma risada debochada que faz o sangue de Hope ferver, Hope aperta ainda mais seu pescoço, seus dedos praticamente cravando na carne dele, sua visão fica levemente avermelhada, e ela está à beira de perder o controle.

— Eu juro por Deus, se você machucá-la de novo, vou te despedaçar membro por membro — ela ameaça, sua voz agora quase um rosnado.

— A questão é... eu quero ela morta — ele responde, o sorriso se alargando. — E quero você morta também. Eu voltei para terminar o que comecei. E não estou sozinho, trouxe amigos. E agora... — Ele faz uma pausa dramática, os olhos dele fixos nos dela, a crueldade evidente em sua expressão. — Agora esses amigos estão na sua escola, destruindo todos aqueles com quem você se importa.

Hope ouve com seus sentidos sobrenaturais captando os sons distantes de gritos e lutas, seu coração se aperta, e o medo por Josie, Lizzie, sua família e amigos se intensifica, se concentra sua audição, escutando atentamente a confusão que acontece na escola. Os sons de gritos, o som seco de pancadas, e o sutil ruído de sangue pingando no chão. Tudo se torna mais claro, mais próximo, mais real, a escola está sob ataque.

— Eu juro que vou te matar! — Hope grita, apertando mais forte o pescoço dele, até que seus ossos quase se quebram sob sua pressão, mas, de repente, o corpo dele se dissolve no ar, desaparecendo de suas mãos, ela se vira, buscando-o ao redor da clareira, mas ele se foi. Hope rosna, furiosa, as presas expostas brilhando à luz da lua, ela não tem tempo a perder. O coração de Hope martela no peito, movido por uma mistura de raiva e medo, em um movimento fluido e rápido, como uma sombra inescapável, ela corre em direção à escola.

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