Capítulo Dois

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Clay

"Maldição," eu resmungo enquanto uso o alicate para tirar a ferradura.

"Calma garota". Ouço meu capataz Otis dizer enquanto murmura para o cavalo.

Reviro os olhos e volto ao trabalho de limpar
seus cascos, fazer o trabalho de verdade. Mas nós dois sabemos que ele é o encantador de cavalos, especialmente quando se trata das fêmeas. Todos eles me olham de lado, mas estou acostumado. Eles me deixam fazer o que preciso para cuidar deles, mas não estão correndo para me ver quando me aproximo da cerca como o velho Otis. Pode ser também, por que ele guarda maçãs nos bolsos. Trapaceiro.

Otis trabalha nesta fazenda a mais tempo do que eu. Ele administrou a casa para meu avô e depois para meu pai que faleceu quando eu tinha dez anos. Comandou tudo até que tivesse idade suficiente
para assumir, ele estará aqui até seus últimos dias.

Conversamos sobre isso uma vez, quando perguntei por que ele nunca se casou ou constituiu família.
Ele me disse que eu era toda a família de que ele precisava e que não queria estar em nenhum outro lugar.Pensei sobre isso conforme fui ficando mais velho e percebi que talvez estivesse no mesmo barco.
Não me lembro dos meus avós e minha mãe foi embora depois que nasci. As mulheres não são nada
além de problemas, então talvez Otis tenha a ideia certa.

Jogo a velha ferradura no balde e me afasto para deixar o cavalo correr. Ela trota até Otis para pegar seu petisco e depois sai para o pasto com os outros cavalos. Estou acordado desde as quatro da manhã cuidando deles e estou exausto. Mas, à medida que a brisa fresca do outono sopra sobre a colina, sei que o inverno está chegando e há muito que fazer antes da primeira neve.

"Os meninos vacinaram as ovelhas no celeiro." diz Otis,enquanto agarra seu equipamento e seguimos para o outro lado da cerca.

"Bom." Jogo minhas ferramentas na parte de trás do Gator e sento no banco do motorista. Otis é lento, mas estou acostumada a isso e espero que ele me alcance.

"Você quer verificar aquela cerca no lado leste?" Ele pergunta enquanto se senta ao meu lado.

"Sim."

Otis disse que eu nunca gosto de perder palavras com conversa fiada, e talvez ele esteja certo.Por que dizer mais do que um homem precisa? Eu não sou de
tagarelar à toa. Tenho trabalho a fazer e espero que seja feito.

Este rancho tem mais de duzentos acres, e eu
tenho uma equipe de trabalhadores que faz o lugar funcionar. Eu poderia sentar e deixá-los fazer isso, mas isso não é quem eu sou. Esta terra está no meu sangue e é a razão pela qual acordo antes do sol e sou o primeiro no celeiro todas as manhãs. Eu tenho um pouco de gado e ovelhas que ganham dinheiro suficiente para pagar a equipe, mas depois de encontrar petróleo quando meu avô era jovem, nunca tivemos que nos preocupar com dinheiro.

Quando chegamos à terra perto do riacho, há uma mamãe vaca e seu filhote brincando na água. Pego minhas ferramentas e vou até a cerca, onde algo a derrubou. Otis é lento para se juntar a mim, mas
eu aceno quando ele tenta ajudar. O velho não precisa estar aqui levantando madeira quando ambos sabemos que sua força reside em me dizer o que fazer.

"Certifique-se de fazer isso por trás, para que seja mais forte do que antes," diz ele, e eu balanço a cabeça.

"Tenho certeza de que foi você quem fez isso antes."

Eu faço o que ele diz porque nós dois sabemos que ele está certo.

"Eu já fui jovem e estúpido, assim como você." Ele ri de sua própria piada enquanto eu prego a madeira no lugar.

Rico e procurado ( 2 livro da série Cowboys ) Onde histórias criam vida. Descubra agora