Paixão à vista

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Fábio

Nos últimos tempos eu já não me reconhecia... onde estava o conquistador, que "pegava e não se apegava"?
Os encontros casuais, as noites passadas com mulheres diferentes e com as quais não me sentia conectado, além da atração física, já não me satisfaziam.
Até tentei retomar a minha vida boêmia, mas me vi angustiado e no meio do encontro, inventei uma desculpa esfarrapada e voltei para casa.
Me peguei desejando vivenciar a cumplicidade, a parceria e amorosidade que via na relação dos meus pais, de Lucca e Allie.

Eu me sentia melancólico e apreensivo, sem saber a razão. E isso me deixava frustrado, justamente, porque sempre achei que tinha controle total sobre minhas emoções e escolhas.
Entretanto a vida, professora exigente, como vovô Ben dizia, me mostrou que as coisas não são bem assim...
E o acidente de Lucca, só corroborou para que eu me desse conta da maneira frívola e superficial que eu venho vivendo.
Afinal, se eu tivesse acompanhado a gangue ao invés de ficar com aquela menina, numa última tentativa idiota de provar a mim mesmo de que nada havia mudado, meu irmão não estaria preso à uma cadeira de rodas, sofrendo.
Falhei miseravelmente... como irmão, como filho, como amigo e ver as consequências das minhas escolhas, tem me martirizado.

Me sinto impotente diante do sofrimento das pessoas que mais amo. A angústia, o medo e a raiva têm me dominado. Só consigo ser eu mesmo no trabalho, que é quando sinto que estou no comando... e também, pela parceria que estabeleci com Carolina.
Ela me estimula, me transmite serenidade e confiança, quando estamos desenvolvendo um projeto, nos afinamos totalmente.

Nós começamos com o pé esquerdo

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Nós começamos com o pé esquerdo ...
Ela me deu um banho de café e ainda se achou no direito de ficar irritada!
Sério ?!
Ficou me olhando com aquele ar de
superioridade e teve a petulância de se oferecer para pagar a lavanderia como se me fizesse um favor.

Admito que reagi de forma desproporcional ao incidente,  nos últimos tempos tenho andado tenso.
Mas em minha defesa, há o atenuante de ter passado a noite em claro, escutado meu pai dizer à minha mãe que se preocupava com meu comportamento leviano e que achou que eu iria amadurecer com a idade.
Entretanto, percebeu que eu continuava imaturo...
Ouvir essas palavras, foi como levar um tapa no rosto. Me senti humilhado!
Estava com raiva do meu pai por me considerar um moleque, mas com muito mais raiva de mim, por ter dado motivos para ele pensar assim.

Portanto, o que eu menos precisava no momento era tomar um banho de café fervente de uma garota antipática e arrogante que se achava dona da razão!
E me tira dos eixos.

Antipática.
Arrogante.
E linda!
Puta que pariu! Que mulher!
Inteligente, arguta e extremamente profissional.
Reconheço que estou encantado... se não fosse o gênio, digamos difícil, ela seria perfeita.
Contudo, apesar de estarmos trabalhando muito bem juntos, sinto que ela impõe uma distância entre nós, o que me intriga e irrita também.

Já a flagrei me observando e, por um instante, achei que o desejo brilhava em seu olhar.
Mas rapidamente ela reassumiu a postura gélida e profissional, me jogando um balde de água fria.
O problema é que meu desejo e a vontade de conhecê-la além do âmbito profissional só aumentam a cada dia.

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