Anjo ao Seu Dispor - Livro Único (Reescrito)

Capítulo 1

"O prazer e a dor soam a mesma coisa para mim"

Angels - Chase Atlantic

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𝐉𝐀𝐌𝐄𝐒

Seres divinos e mortais...

Ambos são parecidos. Ambiciosos e famintos por poder.

É agradável observar a vida mundana. Seres patéticos, mas ao mesmo tempo muito interessantes. Mortais são criaturas engraçadas. Eles vivem acreditando nos mais diversos deuses, nos mais diversos astros e no fim... não existe mais ninguém em quem eles possam acreditar.

As pessoas cultuam seu tão adorado "Deus", o criador, o Senhor dos céus, entretanto, este já se foi à muito tempo.

Desde o 7°dia, Deus entrou em um descanso eterno e ele não acordará. Nosso criador se foi e ele não retornará.

Os humanos acreditam que o criador os protegem de todo o mal, quando na verdade, ele está morto.

Meu povo acredita que ele retornará. Eu não consigo acreditar nisso, por mais que eu tente. Os arcanjos protegem o paraíso com suas vidas e os humanos alimentam nossas almas.

O universo está equilibrado.

— O que acha, demônio?

Sinto meu sangue ferver assim que o apelido a que mais odeio é usado. Encaro meu colega de treino ao meu lado, o qual me encarava com um sorriso diabólico nos lábios.

Suspiro pesadamente tentando me controlar, já fora avisado do que aconteceria comigo se eu me envolvesse em outra briga.

— Perdão, quem é você mesmo? — Sorrio satisfeito ao perceber sua feição mudar em meio à minha provocação.

— Sobre um novo dilúvio. — Repete com a voz carregada de fúria. — Aqueles seres de barro deveriam ser exterminados.

Lembro-me da razão por estar ao lado daquele ser desprezível. Estávamos de guarda, em frente as portas do salão dos arcanjos. Eles estavam discutindo sobre o futuro da humanidade.

Muitos arcanjos odeiam os humanos, outros prezam pelo seu bem estar, pois esse seria o desejo do criador.

Eu não me importo, a extinção dos mortais não faria diferença em minha vida. Tem outros seres mais interessantes por aí.

— Eu não me importo. — Dou de ombros. — E você não deveria estar saindo de seu posto assim. Foi convocado para ficar de guarda, então cumpra com seu dever.

— Você se acha, não é? — Seu olhar carregava ódio. — É de se admirar, ao reparar em sua reputação.

— Onde quer chegar com isso? — Arqueio uma sobrancelha.

— Você se acha o melhor por aqui, mas não esqueça a opinião de todos os outros anjos desse lugar.

— O que? Que eu sou um demônio? — Me aproximo lentamente e percebo que o mesmo começou a se afastar. — Decepcionante! — Me afasto novamente.

Sorrio, ao perceber que ele estava perdendo a paciência.

— Eu não me importo. — Repito. — Volte ao seu trabalho e cale a boca.

— Como se eu fosse te obedecer. — Sua insistência estava me irritando. — Você é um anjo muito estranho.

Antes que eu pudesse dizer algo, as portas do salão são abertas, revelando os exuberantes soldados que passavam por elas.