New york

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Era cedo, ainda nem o sol havia se levantado completamente quando eu saí de casa, enfiando as minhas mãos nos bolsos do meu casaco surrado

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Era cedo, ainda nem o sol havia se levantado completamente quando eu saí de casa, enfiando as minhas mãos nos bolsos do meu casaco surrado.

O vento que soprava da praia trazia aquele cheiro salgado que conhecia bem, mas hoje, ao invés de ser um convite para surfar, era um lembrete de que eu precisava trabalhar.

Peguei minha moto velha que eu tinha concertado,  encostada na lateral da casa e fui.

Ao chegar na casa de S/n, percebi que ela já estava do lado de fora, sentada na varanda com uma xícara de café entre as mãos.

— Bom dia, patroa. — disse, encostando a moto de um jeito meio esfarrapado na parede, com um sorriso meio debochado.

— Ah, claro, oi funcionário. — ela sorriu de volta, fazendo sinal para eu me sentar.  — Tá com fome? Tem café aí dentro.

— Tô sempre com fome, mas pode deixar que eu como depois. O que você quer que eu faça aqui? a grama nem tá tão alta assim — pergunto, sentando no degrau da varanda.

Ela ficou em silêncio por um instante, olhando para a xícara como se estivesse procurando as palavras certas.

— Minha mãe vai voltar pra casa em breve... e, bem, ela deixou um monte de coisas que eu não consigo arrumar sozinha. — ela deu de ombros. — Você sabe como ela é, tudo tem que estar perfeito. Eu precisava de alguém com habilidade manual, sabe? E quem melhor que o cara que conserta motores de barco?

Eu ri, entendendo que o motivo real não era só sobre trabalho. Eu sempre soube que S/n tinha uma relação meio complicada com a mãe, e, de certa forma, Eu me senti feliz por ela confiar em mim para estar lá nesse momento.

— Então é isso? Arrumar umas coisas pra impressionar a dona da casa? — dei um sorriso mais suave dessa vez. — Relaxa, S/n, a gente vai deixar isso aqui com cara de revista.

— Só tenta não quebrar nada no processo, tá? — ela respondeu, rindo um pouco, mas com uma preocupação genuína no olhar.

Me levantei e começou a andar pela varanda, observando o que precisava ser feito. Sabia que não era só sobre pregar umas tábuas ou arrumar umas prateleiras.

Talvez fosse sobre ajudar umaamiga" a lidar com as expectativas da família e, mais ainda, mostrar que ela não precisava enfrentar tudo sozinha.

— Sabe de uma coisa?" — ele disse, parando de frente para ela. — Isso aqui é moleza. E se sua mãe não gostar, problema dela. Você tá fazendo o que pode, e isso já é o bastante. —

S/n sorriu de lado, meio sem jeito, mas agradecida. Talvez ela não precisasse dizer mais nada, porque eu, como sempre, entendia sem precisar de explicações longas.

— Valeu, Jay. De verdade.

E com isso, ele foi em frente, pronto para começar o dia de trabalho.

Peguei algumas ferramentas de seu pai e comecei a trabalhar no portão da frente, que estava meio solto.

POSSESIVOS JJ Maybank-Rafe cameronOnde histórias criam vida. Descubra agora